ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏ

𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 3

𝓜𝓾𝓼𝓲𝓬𝓪
Lana Del Rey - Say Yes To Heaven.

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Sai do carro enquanto observei meu pai ir até a entrada da igreja, todos eram conhecidos, por ser um cidade pequena, era quase inevitável deixar de conhecer algum morador. Todos tinham o mesmo semblante: Estavam em choque. Não era como se tivessem outra opção, acidentes quase nunca aconteciam na cidade, mortes geralmente eram de doenças, uma raridade acontecer.

Fechei a porta do carro e dei alguns passos, observei a entrada da igreja, havia um carro com o para-choque e o capô totalmente destruído, o que parecia ter se chocado contra a igreja.

O prefeito parecia preocupado, seu semblante não estava como nas entrevistas que dava ou como fotos no jornais, o sorriso jovial já não existe, sendo ocupado por uma seriedade enquanto falava com um dos policiais.

Senti uma sensação estranha quando olhei para o lado, no momento em que dois socorristas carregavam uma maca com alguém totalmente debilitado nela. Havia sangue, o rosto pálido e os olhos fechados me fez engolir com dificuldade.

O cabelo ruivo é a identidade pessoal da família Sink.

A pessoa na maca totalmente debilitada é Sadie Sink.

Eles estavam socorrendo ela, colocando uma máscara de oxigênio no seu rosto e isso me trouxe um certo conforto, significava que não estava morta.

— Ela vai ficar bem?

Foi inevitável não olhar. Aquela voz saindo no fundo da garganta de tão fraca. Estava sendo a primeira vez que vi Freen vulnerável daquela maneira.

Seu olhar estava sobre o corpo da amiga sendo levada a ambulância. Ela estava com uma manta sobre o corpo, no seu rosto pude identificar apenas um corte superficial próximo a sobrancelha. Seu olhar era completamente perdido.

— O que você acha? Olha como minha filha está? Enquanto você que é uma inconsequente saiu ilesa. Vai pagar pelo o que fez Sarocha! — Sra. Sink praticamente cuspiu as palavras ásperas contra Freen que apenas baixou a cabeça.

Eu apenas observava de perto, tudo acontecia ao meu lado e era inevitável não notar o quão afetada Freen ficou, parecia mesmo estar preocupada com a amiga.

Os pais de Sadie, acompanharam a filha dentro da ambulância a caminho do hospital que não ficava distante.

Por um momento deixei meu olhar pousar sobre ela. Não sei se foi proposital ou apenas uma mera coincidência, mas ela também me olhou, seus dedos apertaram a manta em volta do seu corpo.

Fiquei ali, parada sem saber o que dizer, meus pés não me obedeceram quando quis sair. Seus olhar hostil em minha direção me deixou desconcertada. Ela não disse nada e eu não esperava que dissesse... apenas virou e saiu.

A situação caótica me deixou apreensiva e também preocupada com Sadie. Na oitava série, fizemos um trabalho de ciências juntas, na sua casa, ela foi legal comigo e tiramos a maior nota da turma com a apresentação do trabalho.

Senti alguém tocar meu ombro e pisquei algumas vezes antes de me virar e sorrir fraco para Tanner.

— Oi. — Eu disse em um voz baixa.

— Oi — Ele respondeu. — Eles estavam em alta velocidade saindo de uma festa que aconteceu na casa do Joe Keery. — Disse enquanto olhava para um ponto específico depois de mim, acompanhei o seu olhar.