Quinto encontro

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Nota da autora:  Olá pessoal!  Não queria deixar de desejar um feliz Natal a todos e agradecer muito por me darem a oportunidade de escrever para vocês.  Espero que tenham uma linda noite com pessoas queridas e que esse capitulo os faca feliz :) 

Feliz Natal!  🎅

Beijos!

Tay


Ponto de vista: Maya

Aquela estava sendo uma semana complicada. Tínhamos trabalho de campo, simulação para o ingresso em universidades, testes e um monte de trabalhos de casa. Quem quer que tivesse criado o cronograma académico daquela escola, não estava brincando. Só tínhamos duas saídas. Sobreviver e ser os melhores ou sucumbir na loucura.

Eu não estava planejando a segunda opção.

Havia marcado com Margot para estudar e fazer os trabalhos depois das aulas na minha casa. Minha amiga parecia acreditar que teríamos noites de meninas e falaríamos de garotos, um em particular, até a madrugada. Mas percebeu que estava redondamente enganada, quando joguei uma pilha de livros em cima da mesa de estudos do quarto.

Se não fosse pela comida e petiscos da mamãe, não teríamos sobrevivido a essa maratona. Mas o fim da semana estava chegando e ainda estávamos vivas e, de certa forma, ilesas.

Quando a sexta-feira chegou, a primeira mensagem que vi no celular me fez acreditar que aquele seria um bom dia.

"Não vejo a hora dessa semana acabar. Nunca fui tão ignorado"

Sorri para o celular, digitando rapidamente, enquanto me levantava da cama.

"é difícil quando somos tratados como simples mortais, não é verdade?"

Naquele dia, Bernardo teria seu quinto encontro. Ludmila tinha o perfil baixo, embora fosse uma das garotas mais desejadas da escola. Ela era bonita e "bem desenvolvida" para uma garota de dezesseis anos. O que quero dizer com isso era que ela tinha um corpo e um rosto digno de uma mulher mais velha, que não esta passando, como eu e um 90% da população adolescente, por transformações hormonais próprios dessa idade. Apesar de tudo, Ludmila era uma garota na média com relação as suas notas, quase como se não quisesse se destacar demais. Não se envolvia em grêmios ou projetos académicos e não tinha um grupo muito grande de amigos. Inclusive sua declaração a Bernardo havia sido algo quase oculto. Ela o havia esperado na saída e havia se aproximado, como se quisesse falar sobre qualquer outra coisa. Quase ninguém havia visto, mas era realmente impossível passar despercebido naquela escola. Então, alguém havia escutado e havia espalhado para todo o resto.

Quando naquela sexta-feira, ele me contou que se veriam em frente ao shopping depois da aula, achei que tudo fosse ocorrer exatamente como acontecia quando se tratava dela. Como se não tivesse acontecido.

Mas não foi assim.

Quando escutei a voz dele e a forma como ele dissimulava a dor nela, senti meu peito doer. Não somente porque, de alguma forma, tudo o que acontecia com ele estava começando a me afetar, mas também porque aquela história toda havia sido ideia minha.

Observei sua mão, repousando sobre a faixa que envolvia seu peito naquele Box de hospital, depois que o namorado de Ludmila tivesse os encontrado na saída do shopping. Senti os olhos arderem e meu rosto queimar. Desviei os olhos dele, tentando bravamente ignorar o choro. Eu sempre havia sido reticente quando se tratava de mostrar minhas emoções. Então funguei e fechei os olhos, respirando fundo e tragando cada uma das lágrimas.

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