10 encontros

Um novo mundo

Ponto de vista Maya

Frio... tremor...

Enquanto seus lábios beijavam o meu pescoço... enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas costas... enquanto seu peito descoberto e quente, encontrava o meu, causando um calafrio totalmente desconhecido para mim até então.

Senti suas mãos tocarem minha barriga, subindo lentamente e parando, me dando tempo para que o pudesse deter a qualquer momento.

Mas eu não queria. E estava sendo sincera comigo mesma e com ele, depois de tudo.

Senti seus dedos roçarem meu seio e suspirei. Ninguém havia chegado tão longe antes.

Eu simplesmente não era do tipo que ficava martelando quando coisas assim aconteceriam comigo. Eu tinha outras prioridades e nunca havia tido tempo para me preocupar com coisas desse tipo.

Mas eu estava equivocada. Ele não estava nos meus planos, mas estava, pouco a pouco, me fazendo descobrir o que havia além do mundo com o qual eu havia sonhado.

Senti suas mãos se fecharem, lentamente, em volta dos meus seios e senti aquele frio desconcertante na boca do estomago, enquanto o trazia para mais perto e o voltava a beijar.

Aquele era um caminho sem volta.

E mesmo que eu tivesse escolha, eu escolheria continuar.

Escutei Margot chamar meu nome algumas vezes, na manhã seguinte, enquanto caminhávamos pelos corredores da escola.

A notícia sobre a pequena discussão depois do jogo na tarde anterior, percorreu as redes sociais da escola e o jornal, assim como também algumas revistas de fofoca online.

Bernardo nunca causava problemas. Ele era o rosto e corpo perfeito para qualquer campanha publicitaria e não havia mil matérias escandalosas sobre ele povoando a internet por aí.

Antes de conhecê-lo, havia sido praticamente impossível encontrar algo além do básico. Contudo, depois da minha pequena ideia idiota, estava sendo difícil mantê-lo fora da midia.

E eu me sentia péssima por isso.

— Ainda estou possessa com esse tal de Hugo. — Escutei Margot bufar ao meu lado, enquanto dobrávamos o corredor, em direção a sala de aula. — Quem ele pensa que é para mentir descaradamente na frente do diretor? Ele começou a confusão toda! Não entendo porque todos tivemos que pagar por isso!

Concordei, um pouco distraída enquanto, por pouco, não esbarrava em alguém que vinha na direção oposta.

— Maya, está me ouvindo? — Vi minha amiga estalar os dedos na frente do meu rosto, franzindo a testa enquanto diminuía o passo. — Você está muito estranha hoje... o que rolou depois que eu fui embora? — Perguntou, mudando completamente de assunto e me pegando de surpresa.

Senti meu rosto queimar e limpei a garganta, parando em frente a sala de aula e desviando os olhos dela.

Me lembrei do vestuário, da cabine... das mãos dele queimando sobre a minha pele. Das minhas mãos sobre cada contorno dos músculos do peito dele.

— Maya! — Escutei minha amiga chamar novamente. O rosto bem próximo do meu, enquanto me empurrava para dentro da sala, já que eu estava bloqueando a porta. — Quero detalhes. JÁ!

Oh God.

Por que eu era tão estupida? Era evidente que eu estava escondendo algo. Ela jamais acreditaria que não tinha acontecido nada, embora nada mais que isso tenha acontecido.