Ponto de vista: Maya
Por sorte, o vídeo postado por Debora não havia causado tantos estragos e ela mesma deletou o vídeo do Instagram, depois de receber alguns comentários bem zangados das defensoras de Bernardo que povoavam a internet. O que a levou a agir como se nada tivesse acontecido na semana seguinte na escola.
Respirei fundo, vendo como um pequeno papel bem dobrado, escorregava sobre a minha mesa.
Olhei ao redor. Ninguém estava prestando atenção. A professora continuava de frente para o quadro, rabiscando com o giz uma equação.
Abri o bilhete e senti o rosto queimar.
"O Sleeping at last vai fazer um show no Brasil na semana que vem, quer ver comigo?"
Sorri, sabendo que estava parecendo bem estupida, e peguei a caneta para responder, mas fui interrompida pelo sinal e o alvoroço dos grupos que começavam a correr em direção ao intervalo.
Guardei as coisas na mochila e peguei minha carteira, esperando Margot fazer o mesmo, para que pudéssemos ir juntas a cantina.
— Maya, posso falar com você antes? — Observei seus olhos cristalinos enquanto Margot parava o que estava fazendo para olhar de um para o outro, intrigada.
Ela não havia engolido a minha falta de detalhes quando eu havia contado sobre o segundo encontro. Eu tinha, basicamente, comentado que ele tinha passado na minha casa para buscar o livro de história emprestado e que tínhamos conversado um pouco. Que não havia sobrado clima para mais um encontro aquela semana, depois do que tinha acontecido com Debora, e depois da confusão em sua agência.
— Claro. — Respondi, um tanto insegura, vendo minha amiga balbuciar que me esperaria na fila para comprar comida.
Observamos ao redor, para comprovar que não havia mais ninguém na sala. Senti sua mão tocar a minha sutilmente, como uma caricia oculta.
— Vamos levar uma advertência se ficarmos aqui no intervalo. — Comentei o obvio, observando como os dedos dele acariciavam os meus.
— Então, você vem comigo?
Franzi a testa, pensando por um momento. Então lembrei do papel que eu havia guardado na mochila.
Assenti, desviando os olhos dele tentando dissimular que meu rosto estava queimando.
Sorriu, aproximando-se tanto que dei um salto para trás, sentindo o coração na boca.
— O que está fazendo? — O olhei horrorizada, enquanto voltava a observar ao redor, rezando para que a zeladora não entrasse a qualquer momento.
— Recarregando energias. — Disse, me dando um selinho tão rápido que tive dificuldade para entender se havia sido real.
— Você é louco.
Sorriu em resposta. Soltando a minha mão e concordando.
Sentei-me de frente para Margot, enquanto ela me observava atentamente.
— Desde quando?
Franzi a testa, a encarando em dúvida enquanto comia.
— Desde quando o que?
— Desde quando começou a concordar comigo sobre ele?
Engasguei com o arroz e agradeci quando minha amiga esticou a garrafa de Fanta na minha direção.
— Não sei do que esta falando.
— Ah pelo amor de Deus Maya! Não me insulte. Não esqueça que eu tenho um premio de física na estante e não é preciso ser Einstein para ver o que esta rolando entre vocês.
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10 encontros
Teen FictionMaya sempre teve claro o que queria conquistar na vida: ser uma cientista renomada e trabalhar em projetos importantes dentro de grandes empresas pelo mundo. Então, quando finalmente conseguiu ser aceita na melhor escola do Estado, sentiu que faltav...