Uma promessa feita entre crianças é realmente válida?
Para Clarissa, essa promessa foi como uma lufada de ar fresco na vida abafada que ela sempre viveu. A garota que não tem voz e depositou todas as esperanças no garoto com cara de bravo que a ape...
⚠️AVISO⚠️ Esse capítulo possui cena de violência. Aviso assim que começar e terminar a cena, então não precisa pular o capítulo todo.
⏳⏳( 16 Dezesseis anos antes)
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(Idade: 8 anos)
Tem algo muito errado acontecendo. Meu pai não é de passar o dia todo no quarto, mas tem dias que ele está assim, não sai para nada. Ele nem me busca mais na escola, e tem dias que eu não o vejo. Por mais que ele sempre foi diferente, ele nunca deixou de ir me acordar todos os dias e nem de me dar "boa noite" quando me coloca para dormir, mas ele não fez nada disso nos últimos dias.
Eu saio do meu quarto e vou atrás de Geórgia, ela deve saber o que está acontecendo, pq eu vi ela ir levar comida para ele hoje mais cedo. Não acho ela em lugar nenhum da casa, então eu me sento mo sofá da sala, cruzo os braços e espero ela aparecer. Para me distrair, eu passo meu polegar pela cabeça do falcão dourado na correntinha que não sai mais do meu pescoço. Demora alguns minutos para ela aparecer, e curiosamente, ela saiu do quarto do meu pai.
Geórgia: eu não te coloquei para fazer o seu dever de casa?
"O que está acontecendo com meu pai?"
Geórgia: não fuja da minha pergunta, garotinha.
Odeio quando me chamam assim, principalmente quando ela o faz, pq ela faz de propósito, sabendo que eu não gosto.
"Você que não deveria fugir da minha pergunta, babá."
Eu falo brava e ela ri.
Geórgia: tá passando tempo demais com o garoto Petrov. Aquele ali só tem a cara de bonzinho, no fundo é um serzinho cruel. Fui babá daquele garoto por dois antes de me transferirem para cá, sei bem do que estou falando.
"Não estamos aqui para falar de Anton e sim do meu pai."
Eu me aproximo dela.
"Você o envenenou para tentar pegar o dinheiro dele ou coisa assim?"
Ela ergue as sobrancelhas.
"Tá tentando seduzir ele para pegar nosso dinheiro?"
Ela gargalha alto me deixando com mais raiva.
Geórgia: garotinha, eu tenho o dobro da idade do seu pai, um marido que já é o suficiente para me fazer passar raiva e dois filhos mais velhos que seu pai. Eu não tentaria seduzir ele nem se ele fosse o homem mais rico do mundo.
"Então qual motivo de você ficar entrando no quarto dele? E por que ele não sai de lá? Ele nem me coloca manda mais ir dormir."
Falo chateada.
Geórgia: me espere aqui.
Ela fala e se vira, voltando para o quarto do meu pai. Eu espero alguns minutos antes que ela reapareça e me chame para ir até lá. Eu caminho de cabeça erguida, entro no quarto pronta para dar um sermão no meu pai, aproveitando a Geórgia como tradutora, mas quando o vejo todo estranho e magro encima da cama, eu paro. O homem na cama não se parece com meu pai. Meu pai é mais forte e menos verde que esse.
