Uma promessa feita entre crianças é realmente válida?
Para Clarissa, essa promessa foi como uma lufada de ar fresco na vida abafada que ela sempre viveu. A garota que não tem voz e depositou todas as esperanças no garoto com cara de bravo que a ape...
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(Idade: 19 anos)
Eu acho que nunca me senti tão exaurida como me sinto no fim de um semestre. Eu creio que fico mais exausta que a maioria dos meus colegas, já que faço dois cursos diferentes. Se eu estivesse em casa, certamente minha vó faria algo gostoso para comer e meus pais iriam me mimar um pouco, mas não, a bonita aqui teve que escolher fazer faculdade a dez horas de distância de casa. Eu fico correndo pelo campus feito barata tonta, de tantas matérias que eu tenho e ainda tenho o treinamento após as aulas, porque estudo em uma faculdade militar.
A faculdade está sendo uma experiência desafiadora, não só por eu ter saído de casa e estar rodeada de desconhecido, mas também no quesito de ter qualquer tipo de conversa com as pessoas aqui. Ainda não conheci nenhum aluno que saiba se comunicar em sinais, só dois dos meus professores sabem se comunicar assim. É chato ter que ficar escrevendo o tempo todo e nem todos são compreensivos.
Eu não fiz novos amigos e não pretendo fazer, porque percebi que as pessoas são gananciosas demais até quando se trata de amizade. No campus existem três tipos de pessoas: os que não fazem ideia de quem é a minha família, esses geralmente tendem a ser mais sinceros comigo e eu até simpatizo com eles as vezes; tem também o grupo que conhece minha família pelo mundo dos negócios, onde somos apenas magnatas, essas pessoas geralmente se aproximam com o intuito de ganhar algo de mim, vez ou outra, eu finjo cair no papinho deles, só para ver eles até onde eles se humilham por migalhas; e por último tem aqueles que conhecem a Yastreb, esses é geralmente fogem de mim, e se eu sorrir para eles, eles quase se mijam, é engraçado.
Eu confesso que as vezes me sinto muito solitária, principalmente por ficar tanto tempo longe da minha família e do meu namorado. Faz quase três meses que não vejo minha família, mas pelo menos vejo Anton aos finais de semana. Meu namorado está estudando a duas horas de carro de onde estou, mas toda sexta ele vem me buscar depois que eu termino minhas aulas, para gente passar o final de semana juntos. Felizmente, hoje é sexta e eu já estou terminando o treinamento de hoje, que aliás é de tiro.
Eu sei que Anton também tem uma rotina de universitário super exaustiva, mesmo que ele estude em uma universidade comum e sem treinamentos, ele também está fazendo dois cursos diferentes, mesmo assim, toda as sextas ele vem me buscar. Eu mando uma mensagem para ele, avisando que vou dormir no carro. Ele não demora a me responder com um "tudo que você quiser, bonequinha.", as vezes tenho vontade de socar ele por conta desse apelido. Eu guardo o celular rapidamente, para não levar esporro do instrutor, e logo volta a acertar o alvo com precisão.
Claro que nenhum de nós estamos 100% sozinhos, já que temos os soldados praticamente no nosso cangote o dia todo, fica até difícil não expressar carinho na frente deles. Meus quatro seguranças felizmente ainda são os mesmos, e eu confesso que eu meio que me apeguei a eles, mas eu finjo que não me importo, porque não quero parecer uma garotinha sentimental.