⏳⏳ (Atualmente)
(Idade: 24 anos)
Certamente eu devo ter perdido muito sangue ou me deram medicamentos muito fortes, porque me sinto acordar lentamente de um sono pesado e espesso, quase como se eu tivesse tentando sair de um lago lamacento. Eu abro meus olhos de vagar e aos poucos me acostumo com a luz clara do quarto de hospital.
A primeira coisa que vejo é Anton, ele está sentando em uma cadeira ao lado da minha maca, ele s segura minha mão esquerda e dorme com a cabeça apoiada no outro braço, ele fica muito lindo até dormindo. Eu sorrio, estico minha mão direita e alcanço o cabelo dele. Eu faço um carinho leve para não acordar ele, que deve estar exausto e dolorido por dormir assim.
JJ: bom dia, filha.
Eu me surpreendo quando escuto a voz do meu pai a minha direta. Ele está sentado em um sofá, os braços dele estão apoiados nas coxas e ele sorri para mim. Eu afasto minhas mãos de Anton lentamente, para que ele não acorde.
"Bom dia, papai."
Ele se levanta e vem até mim.
"Como está se sentindo?"
Eu coloco a minha mão sobre meu ombro esquerdo, avaliando meu nível de dor.
"Está latejando um pouco e dói, mas é suportável."
Ele nega.
JJ: vou pedir para te darem remédio para dor.
Ele sai do quarto sem me deixar responder. Meu pai está diferente do que o normal, ele parece distante e frio. Quando ele volta, ele dobra o cobertor que estava no sofá e guarda em um armário que está no canto. Só quando ele faz isso que percebo que ele não está mais vestindo as roupas de antes. Eu olho para Anton e vejo que ele também trocou de roupa.
Eu escuto batidas na porta, elas fazem Anton acordar, ele arregala os olhos quando me vê. A porta se abre e eu vejo meu padrinho, ele entra sorrindo para mim e sorrio de volta.
Mikhail: você parece bem. Como se sente?
"Eu estou bem."
Mais uma vez batem a porta, dessa vez é uma enfermeira, ela entra, me explica qual medicação ela está me dando e logo em seguida coloca a medição junto ao meu soro e depois sai.
Mikhail: o médico disse que assim que você terminar o soro, ele vai vir te avaliar e ver se podemos voltar para casas.
Eu concordo e sinto Anton mexer nos meus dedos, eu olho para ele e percebo que ele parece muito triste.
"O que foi?"
"Eu contei sobre a gente, e seu pai ficou muito chateado."
Ele diz em Libras, para que somente nos dois possamos entender.
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O mafioso da silêncio
RomansUma promessa feita entre crianças é realmente válida? Para Clarissa, essa promessa foi como uma lufada de ar fresco na vida abafada que ela sempre viveu. A garota que não tem voz e depositou todas as esperanças no garoto com cara de bravo que a ape...