Capítulo 180 (ROTA DYLAN)

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Alguns dias depois de deixar o hospital, finalmente volto para casa. Acompanhada pela minha mãe, entro pela porta, e um misto de nostalgia e emoção toma conta de mim. Olho ao redor, absorvendo cada detalhe familiar da casa que não via há tanto tempo.

— Ah, como eu estava com saudades daqui! — expresso, olhando ao redor com um sorriso no rosto.

Minha mãe sorri, caminhando ao meu lado.

— Eu também estava com saudades de ter você aqui, minha filha. De volta ao seu lar.

Caminhamos juntas pelos corredores, e cada canto da casa traz memórias que estavam adormecidas durante minha ausência. Finalmente, chegamos ao meu antigo quarto. Ao abrir a porta, meus olhos se enchem de lágrimas ao ver que as coisas ainda estão exatamente onde as deixei.

— Meu Deus, olha só isso... — murmuro, emocionada.

Minha mãe coloca a mão no meu ombro.

— Eu tentei manter tudo como você deixou. Sei que não é mais o seu quarto, mas pensei que seria bom ter um lugar familiar para você.

— Obrigada, mãe. Isso significa muito para mim. — Respiro fundo, absorvendo a sensação de estar de volta.

Minha mãe olha ao redor do quarto com um olhar carregado de nostalgia.

— Peço desculpas, filha, por tudo o que aconteceu. Eu devia ter sido mais compreensiva, não devia ter expulsado você de casa daquela maneira.

Eu a encaro, sentindo uma onda de perdão.

— Mãe, já passou. Eu já perdoei você. Estamos aqui agora, e é isso que importa.

Minha mãe sorri, emocionada, e nos abraçamos ternamente. O quarto que um dia foi meu refúgio parece acolher novamente sua dona.

Enquanto ainda estamos abraçadas, a porta se abre, revelando Guilherme, meu irmão. Ele entra no quarto, carregando Henry Miguel nos braços.

— Olha só quem eu trouxe para ver a mamãe! — Guilherme brinca.

— Guilherme! — exclamo, surpresa e feliz ao vê-lo.

Ele sorri e se aproxima, segurando Henry Miguel para que eu possa pegá-lo. Meu coração se enche de alegria ao sentir o calor do meu filho nos braços novamente.

— Henry Miguel, meu amor! Como eu senti sua falta! — murmuro, beijando suavemente a testa do meu pequeno.

Guilherme observa o momento com um sorriso gentil.

— Ele estava ansioso para ver a mãe dele. Dylan pediu para eu trazê-lo até aqui.

— Obrigada, Guilherme. Você não faz ideia do quanto isso significa para mim.

Guilherme acena com a cabeça, dando um sorriso compreensivo. Minha mãe, percebendo que o momento é especial, decide nos deixar a sós.

— Vou preparar algo para você comer, minha filha. Fiquem à vontade.

Concentrada em Henry Miguel, mal percebo minha mãe deixando o quarto. Guilherme e eu ficamos ali, olhando um para o outro. Percebo que ainda não tivemos a chance de conversar desde o seu retorno.

Guilherme quebra o silêncio, com um tom de arrependimento em sua voz.

— Clara, antes de mais nada, eu preciso pedir perdão. Por tudo o que fiz, pelas drogas, pela briga... Eu estava fora de mim. Principalmente por ter batido em você.

Olho nos olhos do meu irmão, vendo a sinceridade em suas palavras. Uma onda de emoções percorre meu ser.

— Guilherme, eu... — começo a dizer, mas ele me interrompe.

O Professor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora