Capítulo 27

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Eros Demetriou

Que eu sempre tive raiva da cara do meu genitor não é novidade para ninguém, mas nesse momento eu estou com tanto ódio dele que renunciaria a qualquer juramento que eu fiz como médico para matar ele.

Já faz exatos 11 dias que eu e o Apollo estamos presos nessa merda de lugar e o Ulisses parece irredutível na ideia de me fazer assumir "meu lugar" como filho, esse desgraçado meu NOIVOU com outra pessoa sem ao menos eu saber ou aceitar, me demitiu do emprego que eu sempre quis e este destruindo as relações que construí no último ano por puro capricho.

Katerine deve estar tão chateada comigo e eu estou morrendo de saudades dela e do Heitor.

Pelos Deuses, cada segundo que perco do nosso filho e como se uma faca fosse cravada no meu coração, cada minuto longe dos dois está sendo uma tortura horrível.

Apollo com o passar dos dias foi perdendo o senso de humor e parece cada vez mais no fundo do poço, ele também perdeu muita coisa e tudo por minha causa.

Estou em uma situação complicada, já perdi peso porque não estou conseguindo me alimentar bem, minha barba faz dias que eu não faço, estou em um estado deplorável que se a Kate me visse agora iria me bater por me descuidar desse jeito.

Desde o dia da nossa tentativa falha de fuga não vejo minha "mãe", aquele dia ela me olhou estranho, como se quisesse me falar algo, juro que por um momento vi arrependimento nos olhos dela.

Aí eu lembrei que ela não sente absolutamente nada, deve ter sido por passar tantos anos seguindo cegamente o Ulisses, os dois se merecem e são farinha do mesmo saco.

NO DIA DA TENTATIVA DA FUGA

— Ora, ora, ora, nossos convidados iam sair sem ao menos se despedir? — Vejo meu genitor com um sorriso cruel no rosto e quando penso em avançar nele sou segurado por dois homens e Apollo também. — Tsc — Ele estrala a língua na boca — Não foi essa educação que eu te dei meu filho.

— Você é um maníaco doente do caralho, deixa a gente ir embora seu filho da puta. — Apollo grita.

— Você sempre foi uma pedra no meu sapato Apollo Galanis, só não me livrei de você pela pouca consideração que tenho com seus pais e esse daqui iria me torrar o saco. — Ulisses fala caminhando até minha frente.

Me movo tentando me soltar do aperto dos homens que me seguram, bando de desgraçados.

Cuspo no chão perto do pé do Ulisses.

— Você realmente acha que me prendendo aqui vai fazer que eu faça algo que você quer? — Rio com escárnio — Prefiro morrer.

— Bom, se eu soubesse que você seria tão teimoso teria te deixado na vida miserável que você merecia. — Ele sorri irônico e eu o encaro confuso — Achou mesmo que ia ter um bastardo e eu não iria descobrir? O que você estava pensando? Quer acabar com o nome da nossa família?

— Você é um filho da puta mesmo, quem você pensa que é para falar qualquer coisa do meu filho seu desgraçado? Deixa a gente ir embora, acha mesmo que ninguém vai nos procurar? — Grito

Ele gargalha e sinto ódio queimar nas minhas veias, eu vou matar esse desgraçado.

— Bom, sua namoradinha nesse momento deve estar morrendo de raiva de você, afinal você pediu DNA, mandou ela embora da sua casa e ainda pior se noivou com outra pessoa.

Sinto minha visão nublar, e se eu não estivesse sendo segurado provavelmente teria caído no chão, minha kate... meu filho... eu não posso perder tudo por causa desse homem, não, ele não tem esse direito.

Grávida do grego misteriosoOnde histórias criam vida. Descubra agora