Capítulo 38

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Katerine Clark

Nós finalmente voltamos para o Brasil, Eros já voltou a trabalhar e tudo está no lugar, o Eros e a Olivia conversaram muito sobre a possibilidade de ela vir conosco, foi uma conversa difícil e eu só estava perto porque o Eros insistiu que era importante, pois essa decisão também afetava a minha vida.

No primeiro momento a Olivia estava decidida a não vir para o Brasil conosco, ela disse que precisava de resolver alguns assuntos e que não sabia se iria se adaptar, no fundo vi que ela estava com vergonha, vergonha pelo fato de achar que é tarde demais para se enfiar na vida do filho.

— Sei que você deve estar morrendo de medo de como tudo vai ser, mas somos familia, o Eros te perdoou e é muito importante para ele ter você ao seu lado. Não estou falando que vai ser fácil, mas você vai ter seu próprio espaço e pode construir sua vida, mas pode fazer isso com seu filho ao seu lado. – Digo olhando em seus olhos.

Lembra de que eu não queria me meter? Esquece, Eros se transforma quando o assunto é sua mãe, os dois ainda tem um longo caminho pela frente, sei que ele disse que já perdoou ela, mas são 37 anos de mentira e muita mágoa.

— Obrigada, sabe... por tudo. – Ela me encara e me limito a um pequeno sorriso.

Faz alguns dias que voltamos, é estranho o quanto eu senti falta de casa, mais estranho ainda constatar que quando penso em casa não penso na casa dos meus pais, penso no apartamento que passei os últimos meses, penso no Eros, penso no Heitor, na minha pequena familia que é tão incrível que me considero a mulher mais sortuda do mundo.

No próximo semestre pretendo finalmente ingressar na faculdade, Heitor vai estar com nove meses e estou tentando não pensar muito sobre como vai ser, mamãe disse que vai me ajudar e a Olivia também disse que podemos contar com ela.

Desde que voltamos o Eros está estranho, sim essa é a melhor palavra para definir como ele está.

Ele se afasta sempre que vai atender o telefone e em certos momentos esconde o telefone de mim, eu sou uma pessoa que acredita que devemos ter nossa privacidade e tudo mais, mas puta que pariu, na hora que ele escondeu o telefone tive vontade de voar na cara dele.

Será que eu fui castigada por algum Deus para ser corna e esse sempre vai ser meu destino?

Sabe qual o melhor? Hoje era para ele estar de folga, mas ele simplesmente levantou, se arrumou, deu um beijo em mim e outro no Heitor e saiu.

Ele nem ao menos se deu ao trabalho de falar para onde ia, estou nervosa, nervosa é pouco, quero estrangular o Eros se ele realmente estiver me traindo.

Me sinto uma menininha insegura pensando tudo isso, mas sou ser humano e bem traumatizada com relacionamento se me permite dizer.

Saio do meu quarto com o Heitor nos meus braços e caminho até a última porta a esquerda, dou um sorriso fraco me lembrando de quando cheguei aqui e o Apollo especificou qual seu quarto.

Entro sem bater e o Apollo dá um pulo na cama se assustando e firmando a coberta no peito, parecendo uma mulher quando é pega nua na cama.

– Sabe, aquilo ali se chama porta, costumamos bater nela antes de entrar em um recinto PAR-TI-CU-LAR. – Apollo fala e o ignoro.

– Eros está me traindo, sei que ele é seu amigo, mas você é padrinho do bebê que saiu de dentro de mim, inclusive doeu muito trazer ele para fora, e eu quero sua fidelidade, arranco seu pau se souber que você sabe de alguma coisa e não está me contando... – Falo rápido andando de um lado para o outro no quarto.

– Ei, ei, ei... – Apollo se levanta da cama e segura meus ombros – Vai deixar o garoto tonto... – Ele aponta com a cabeça para o Heitor que me encara com a mãozinha enfiada na boca.

Grávida do grego misteriosoOnde histórias criam vida. Descubra agora