Katerine Clark
— Filha você precisa comer. — Vejo meu pai entrar no quarto com uma bandeja e se sentar ao meu lado.
Faz duas semanas desde que descobri que meu melhor amigo não tinha um pingo de consideração ou respeito comigo, desde então 90% do meu dia se resume a ler e estudar, se eu ficar com a cabeça vazia vou surtar e ninguém precisa disso agora.
— Desculpa pai, acabei esquecendo de descer. — Sorrio fraco olhando para a bandeja com algumas opções de alimento, escolho a maçã e levo na boca dando uma mordida.
— Você fica enfurnada nesse quarto, ainda falta meses para o início do próximo semestre, por que não aproveita para viajar mais um pouco antes das aulas começarem? — Ele fala com o tom de voz ameno e pega na minha mão.
— Pai eu vou ficar bem, faço terapia e tenho você e a mamãe sempre do meu lado, não preciso de nada mais que isso. — Tranquilizo ele.
— Eu sei filha, mas o que acha da ideia de sair da cidade um tempo, ir conhecer os lugares que você sempre teve vontade, depois que as aulas começarem sua rotina vai ser basicamente estudar e não vai sobrar tempo para quase nada.
— Você tem razão — Falo pensativa.
— Claro que eu tenho, sou seu pai. — Ele sorri e se levanta.
— Se você não me amasse tanto juraria que está tentando se livrar de mim. — Falo zombeteira.
— Claro que não. — Ele faz uma careta – Você é minha vida filha, mas seu brilho apagou desde que tudo aconteceu, precisa reagir, você é filha de Oliver Clark e Luciana Clark. — Fala como se nossa família tivesse superpoder como o Superman e eu dou uma gargalhada.
— Você é uma figura pai — Levanto da cama e abraço ele — Somos os Clark's e não temos kryptonita.
— Isso aí, somos invencíveis. — Ele beija o topo da minha cabeça.
Eu não sei o que seria da minha vida sem meus pais, sou filha única porque minha mãe teve complicações no parto e infelizmente precisou retirar o útero, quando eles casaram tiveram bastante dificuldades para engravidar, mas nunca vi eles lamentarem por isso e sim sempre agradecer por terem me tido.
Sou grata pela minha vida e sei que sou privilegiada de várias formas, financeiramente e principalmente pela família incrível que eu tenho.
— Eu também quero fazer parte desse abraço — Fala minha mãe da porta e meu pai a puxa para o abraço.
— Eu amo vocês dois — Digo.
— Nós também te amamos muito princesa — Eles falam em uníssono.
Os meus pais são tudo para mim, nunca me deixaram faltar amor ou presença, tenho muita sorte de ter eles. Sei que independente da situação que eu esteja passando vou ter eles do meu lado e isso me dá uma força absurda para continuar vivendo.
Se passa alguns dias desde que meu pai sugeriu que eu fosse fazer uma viagem, depois de muito pensar e pesquisar resolvi ficar 15 dias na Grécia, eu sempre tive fascínio pela cultura grega, sempre pedia para meu pai me contar histórias sobres os Deuses e preciso admitir que o meu favorito sempre foi Hades.
As pessoas têm uma ideia muito errada sobre o Deus do Submundo e seus irmãos, e eu sempre consegui enxergar a demonização que fazia de sua imagem.
Ele foi destinado a governar o reino dos mortos, mas nem por isso era repugnante e monstruoso.
Sobre seu amor por Perséfone, algumas pessoas acreditam (inclusive eu) que Hades não roubou Perséfone como algumas histórias contam, ela na verdade estava fugindo da superproteção de sua mãe, ela comeu o fruto proibido e por causa disso não podia sair do submundo, mas vendo o desespero de sua mãe e a escassez de alimentos fizeram um acordo onde ela ficaria nove meses no olimpo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Grávida do grego misterioso
RandomKaterine Clark sempre acreditou no amor verdadeiro, crescer vendo o relacionamento dos seus pais fez ela ter grandes expectativas que até então ela jurava que estava sendo realizadas quando começou a namorar seu melhor amigo, mas será que todos tem...