VINTE E SEIS

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Você pode deixar pra lá
Você pode dar uma festa cheia de todo mundo que você conhece
E não convidar a sua família, porque eles nunca te mostraram amor
Você não precisa se desculpar por ir embora e crescer
(Matilda - Harry Styles)

ANA LUIZA

Havia passado algumas semanas desde o ocorrido no hospital, não havia sentido mais dor e estava tomando os cuidados necessários que a médica havia me pedido. Estávamos quase chegando no final do Paulista, e com isso Abel conseguiu uma folga e com isso estávamos indo passar o dia na cidade dos meus pais, eu juro que queria estar mais empolgada, não era absolutamente nada com a minha mãe, era só não querer ver meu pai. Apesar de estarmos bem, e eu ter visto ele nesse meio tempo em que a minha história com o Abel começou, não era a coisa mais divertida do mundo.

Parece que o Abel era uma parte tão gostosa da minha vida, que eu não queria mostrar pra ele as partes que me assombram.

– Grecia, eu nunca fui pra Grécia. – Ele me tira dos pensamentos e eu sorrio.

Estávamos planejando uma viagem de 7 dias depois que acabar o Paulista, os meninos estavam na frente e faltavam apenas 3 jogos, então precisávamos decidir logo.

– Meu Deus, eu também nunca fui... deve ser lindo. – falo animada e ele concorda sorrindo.

– Vamos ver se conseguimos algum lugar legal no pouco de tempo que temos pra resolver a viagem.

Ele fala e eu concordo.

– Posso pedir pra Lau nos ajudar, vou mandar mensagem pra ela.

Falo e ele concorda voltando a prestar atenção no gps, ele ficava tão lindo dirigindo, eu adorava vê-ló.

A cidade que meus pais moravam não era tão longe, uma hora e meia depois chegamos.

– Estou nervoso mesmo já conhecendo eles, sua mãe eu conheci de um jeito pessimo. – Ele fala antes de descer do carro e eu sorrio lembrando da cena do hospital, realmente.

– Chegaram bem na hora, o almoço acabou de sair. – Mamãe fala abrindo o portão.

– Aposto que não foi a senhora que fez. – Brinco a abraçando, desde que ela virou uma dondoca, contratou uma cozinheira para a casa, alegando que ela sempre odiou cozinhar.

– Óbvio que não, foi a Simone e eu aposto que vocês vão me agradecer por isso.

Ela da um beijo em Abel que sorri entregando uma sobremesa pra ela de uma boutique de doces de São Paulo, nem sabia que existia até ele falar.

– Não precisava, mas nossa que delícia. – Ela fala e ele sorri.

– Eu degustei e está muito bom.

– Finalmente chegaram. – Ouço a voz do meu pai e sorrio, ou tento. – Caraca professor, 3 meses namorando minha filha e só agora veio na minha casa?

Ele brinca e Abel sorri, sem graça, como eu previ.

– O senhor viu como eu estou trabalhando? – Ele entra na pilha do meu pai, simpático, e eu cruzo os braços começando a ficar irritada.

– Eu vi, nosso palmeiras vai ganhar mais um título. – Ele fala alegre, e Abel joga as mãos para o alto.

– Se Deus quiser.

Nós entramos na casa, e eu apresento Simone para Abel, ela era a cozinheira e tudo que ela fazia era bom, ela brincou com o Abel dizendo que era corinthiana mas que estava feliz em conhecê-lo, perguntei se ela queria alguma ajuda, e enquanto Abel ficou conversando sobre futebol e corrida com meu pai, e tomando cerveja, eu fiquei conversando com Si contando sobre a faculdade de gastronomia.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora