VINTE E CINCO

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E parece que o ontem foi há um ano
Mas eu não quero deixar ninguém saber
Porque todo mundo quer algo de mim agora
E eu não quero decepcioná-lo
Eu tive um sonho
Em que eu consegui tudo o que eu queria
Mas quando eu acordo, eu vejo
Você comigo
E você diz: Enquanto eu estiver aqui, ninguém conseguirá te machucar
(Everything I Wanted - Billie Elish)

ANA LUIZA

– Esse está mais maduro, por favor. – Peço para o moço do hortifruti, eu mesma quis comprar as coisas pra fazer o jantar dos meus sogros, o voo deles tinha sofrido um atraso e eles chegariam quase na mesma hora que o Abel, nessa parte eu fiquei feliz já que não receberia eles sozinhos.

– Essas orquídeas branca, por favor. – Compro algumas orquídeas, e enquanto entrego as coisas pra Olavo colocar no carro, atravesso uma loja de antiguidade e vejo dois vasos com uma das pinturas hiper coloridas de Picasso, e resolvi comprar pra dar uma cor no apartamento minimalista do Abel.

Olavo me ajudou com as coisas e eu já tratei de dar uma arrumada nas orquídeas, além de ter trago um jogo de pratos importado maravilhoso pra colocar a mesa.

Comecei a cozinhar logo cedo, estava fazendo um strogonoff de camarão, e como o camarão precisava de todo um preparo, já comecei cedo para não atrasar, Abel mandou mensagem no começo da noite dizendo que ele mesmo ia buscar os pais, já que já havia chego no CT.

Desliguei o fogo deixando as coisas no forno pré aquecido e fui tomar um banho pra me arrumar, tinha trago a roupa e algumas maquiagens, olho a pia do banheiro do Abel, com duas pias e dou um sorrisinho arrumando as minhas coisas de um lado e deixando o barbeador, e loção pós barba dele do outro, cada um no seu quadrado.

E quando desci para o andar debaixo do duplex, já ouvi várias vozes, meu namorado lindo com sua roupa linda de treinador, e seus pais com um sorriso me olhando. Estava com um vestido todo preto, abaixo do joelho e uma rasteirinha, pensei que ia ser medida de cima abaixo pela sua mãe, mas longe disso, ela sorriu grandemente ao me ver.

– Olá... – Falo sorrindo estendendo a mão pra ela, que me surpreende com um abraço apertado.

– Oi Ana Luiza, ouvimos muito sobre você, que bom te conhecer. – O sotaque dela era ainda mais carregado do que o Abel, era lindo.

– Muito mesmo. – O pai dele fala me dando um beijo no rosto e eu encaro o Abel que sorria como um bobo acompanhando a cena.

Eu chego perto dele sem saber se o cumprimentava com um beijo ou o que, ele pareceu perceber que eu estava com vergonha, e me abraçou dando um beijo demorado na minha testa.

– O cheiro está muito bom, querida. – Ele fala e eu sorrio pelo apelido.

– Eu espero que seja coisas boas que vocês tenham ouvido. – Falo sorrindo para os pais dele. – É um prazer enorme conhecê-los, o Abel disse que vocês gostam muito de camarão, então preparei uma receita pra vocês.

– Você mesma? – A mãe dele pergunta surpresa e eu sorrio.

– Ela vai fazer faculdade de gastronomia no Le Cordon Bleu, acreditam? – Abel fala orgulhoso e eu sorrio sentindo meu rosto corar, eu nunca tinha namorado antes então consequentemente eu nunca tinha passado por esse momento antes.

– Está brincando? Eu estou mais ansiosa ainda pra jantar agora. – Ela fala animada e eu sorrio.

– Eu vou colocar a mesa, você vai tomar banho? – Pergunto baixinho pro Abel que me olha com uma careta.

– Estou fedido?

– Nunca né amor, mas vai jantar com essa roupa do trabalho? – Eu chamei ele de amor que nem percebi, ele sorriu e balançou a cabeça.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora