TRINTA E UM

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Isso te deixa maluco, tentou me domar
Mas ninguém vai me controlar
Ooh, amor, amor, você tem dado uma de durão
Mas vocês, garotos, não superam
Quando as garotas não precisam do amor de vocês
Quem disse que garotos não choram?

(Boys don't cry - Anitta)


ANA LUIZA

Não Ana, tudo bem... vou dar um jeitinho, eu sei que é importante pra você. – Entro no apartamento do Abel, e ouço ele conversando no celular, ouvi o nome de Ana, e respiro fundo, sabia que era normal eles conversarem sobre as meninas, mas o que era importante pra ela que ele ainda teria que fazer?

Assim que ele me vê, ele da um jeito de se despedir do telefonema, e desliga o celular me olhando, dou um sorriso fraco e ele vem até mim me dando um selinho.

– Tudo bem, princesa?

– Tudo sim, aconteceu alguma coisa com as meninas?

– Não, é... na verdade vai ser bodas de ouro dos pais da Ana e ela queria que eu fosse, eles sempre gostaram muito de mim.

– E é importante pra ela que você vá né? – falo e ele concorda.

– Você se importa?

Claro que eu me importava, ele iria o que? Como casal pra festa dos ex sogros? Qual sentido disso?

– Não, está tudo bem, vá se divertir. – Falo sorrindo, e me sento no sofá sentindo uma dor no corpo forte, sempre que eu ficava nervosa demais eu me sentia assim, e desde tudo que aconteceu com meu pai, parece que não tinha voltado ao normal, mesmo fazendo dois dias.

– Eu não quero que você se sinta insegura, eu realmente quero ir pra ficar um tempo com as meninas também, e vou ver se vai bater com o calendário do palmeiras.

– Não estou insegura.

– Agora todo mundo sabe de nós. – Ele fala e eu balanço a cabeça positivamente.

– Sim, todo mundo.

– Você está bem?

– Estou, cheguei da faculdade e vim pra cá.

– E como foi? Está gostando?

– Sim, hoje fizemos uma receita deliciosa.

– O que aconteceu com seu rosto? – Ele pergunta colocando a mão no meu rosto e eu tiro me virando pro lado.

– Eu não sei, saiu esse monte de acne, eu nunca tive, tá horrível.

Eu me levanto do sofá totalmente insegura.

– Vamos marcar um médico, você não precisa se sentir insegura com isso. – Ele fala e eu sinto uma vontade de chorar tão grande, ele era tão incrível e eu era tão bagunçada. – Luli, o que mais está acontecendo?

– Não é nada. – Me sento no sofá abraçando as minhas pernas e ele respira fundo, sabia que ele não tinha muita paciência para dramas, mas que se preocupava comigo e não sabia até que ponto isso era um drama.

– Você está escondendo alguma coisa de mim, você sabe que não é assim que um relacionamento funciona né?

– Eu sei Abel, não é porque eu nunca tive um e você ficou preso em um a anos, que eu não saiba. – Falo brava.

– Eu não fiquei preso, eu estava porque eu queria, quando eu me senti preso eu parei de estar.

Ele fala com um certo tom de arrogância e eu apenas concordo com a cabeça, ele não gostava de ser contrariado.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora