VINTE E NOVE

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Todas as belas estrelas
Brilham para você, meu amor
Eu sou aquela garota
Com quem você sonha?
Todos esses pequenos momentos em que
Você disse que eu era a sua garota
Você me fez sentir
Como se eu fosse o seu mundo inteiro

( Pretty When You Cry - Lana Del Rey)

ANA LUIZA

– Eu podia acordar com essa visão todos os dias. – Ouço o sotaque forte do Abel em meu ouvido, e abro os olhos vendo que eu estava com a bunda totalmente descoberta, por conta do vestido, ele estava com a mão nas minhas coxas e me olhava cheio de luxúria.

– Sexo matinal? – Eu brinco e ele ri.

– Você gosta?

– Eu gosto de qualquer coisa com você, mas e a nossa conversa ontem?

– Eu preciso de você. – Ele fala firme e eu concordo segurando seu pescoço.

Sexo matinal pra mim era o auge da intimidade, você acorda e de uma hora pra outra está ali de ladinho com a pessoa dentro de você, e é a coisa mais gostosa do mundo, deu vontade de casar só pra ter mais dias como esse.

Depois da nossa manhã intensa, tomamos um banho juntos para começarmos os passeios. Andamos o resto da manhã pela ilha, por lá tinha várias lojas e eu estava apaixonada por elas, as roupas com as estampas gregas eram lindas, já tinha comprado dois vestidos, e um pra minha mãe e pra Lau, além de lembrancinhas.

Paro na frente de uma loja infantil e sorrio vendo uma pulseirinha de bebê com um olho grego, além de um sapatinho com as estampas azul e branca típica do local.

– Afasta o mal olhado e da proteção. – Uma senhora fala e eu sorrio.

– Eu ainda não tenho um filho.

Abel chega por trás com duas sacolas, tínhamos nos separado pois ele ia comprar algumas coisas para as meninas e eu tinha ido atrás de um doce de maçã que eu vi o pessoal falando e estava com vontade, assim que ele me viu, fiquei sem graça por ter sido pega no flagra namorando roupa de bebê sendo que nem tenho um.

– Mas um dia você vai ter, nós acreditamos que as crianças são seres puros e por isso, toda a inveja tem que ser jogada ainda pra mais longe, leva um... você vai querer quando tiver. – Ela fala e eu sorrio, talvez se Abel não tivesse aqui eu compraria, mas com ele aqui eu realmente estava com vergonha.

– Obrigada... – Falo baixinho e pego na mão dele pra tentar sair de lá.

– Você quer comprar? – Ele pergunta e eu olho pra ele totalmente surpresa com a pergunta. – Não sabemos quando ou se vamos voltar aqui, vi que você gostou, leva.

Meus olhos enchem de lágrima, e eu sorrio, que vontade de chorar.

Entro na loja com ele que fica olhando pro mesmo sapatinho que eu, parecia que ele estava se contendo pra não falar pra eu levar, e obviamente conseguiu, ele ficou quieto e eu também.

– Estou atrás de uma torta de maçã, você sabe onde tem? – Pergunto sentindo minha boca salivar só de pensar ma torta, a senhora sorri.

– Aqui na frente menina. – Ela aponta pra uma portinha pequena do outro lado da rua.

– Vai lá comprar, eu termino de pagar. – Abel fala e eu concordo sorrindo.

Atravesso a rua pedindo duas tortinhas, e como elas, acho que tinha sido uma das coisas mais gostosas que já havia comido.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora