ULTIMO CAPITULO

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ANA LUIZA

– Tá doendo muito, AAAAAAAAA EU DEVERIA TER FEITO CESÁRIA. – Laura grita enquanto Martins a abraça por trás.

Ela tinha escolhido parto natural, desde que soube do bebê tinha lido muito sobre todos os tipos de parto até chegar na conclusão.

– Vamos pra banheira, talvez a água ajude. – Martins fala desesperado e eu juro que ele estava soando frio.

No quarto só estava nós tres, o resto das pessoas estavam na sala de espera, era pra ser algo mais íntimo, então, escolhas da Lau.

Ela ficou em trabalho de parto quase 10 horas, quando a bebê nasceu, eu só conseguia chorar, acompanhar ela toda essa gestação, ver todos os obstáculos que ela teve que superar, saber que apesar da rede de apoio ela era basicamente uma mãe solo, eu não consigo imaginar o que ela passou, mas fico feliz de estar do lado dela, e principalmente da relação que ela construiu com o Martins.

– Fala logo. – Pergunto sobre o nome da bebê que ela fez mistério a gravidez toda, enquanto balanço a bebê devagarzinho, enquanto ela dormia gostoso no meu colo, Laura estava deitada na cama tomando soro, pois tinha se desidratado muito, aí contrário do meu parto, nem maquiagem ela quis passar, realmente foi um longo período.

Martins entra no quarto junto com Abel que sorri ao ver a bebê no meu colo, ele tenta pegar mas eu não deixo, o que foi? Estava apegada. Vejo ele reclamando de alguma coisa com Martins e eu volto meu olhar pra Laura.

– Fala o nome Laura! – Continuo brava, ela me chama pra mais perto e eu abaixo um pouco pra que ela sussure o nome no meu ouvido.

Coloco a mão na boca, e olho pra ela com os olhos cheios de lágrimas, balanço a cabeça negativamente e dou a bebê pro Abel segurar para que eu possa chorar abraçada com a minha amiga, era a coisa mais linda desse mundo.

(...)

Eu estava em um lugar estratégico no campo, onde as mães ficavam para pegar seus filhos depois que eles entravam com os jogadores nos jogos. Estávamos no mundial que estava sendo na Inglaterra, e Fernando com 11 meses, iria entrar pela primeira vez em campo.

Eu estava nervosa, já tinha ruído todas as minhas unhas, vejo Zé entrando com meu neném no colo, e tento segurar as lágrimas, queria conseguir enxergar a reação do Abel mas ele estava muito longe pra isso, imaginava que ele estava se segurando pra não chorar.

Durante o hino todo, Fernando ficou brincando com o rosto do Zé que mal conseguiu se controlar, eu tive que segurar a risada quando ele segurou o nariz do jogador, e eu lembrei do dia em que falei pra ele que o nariz dele era "grande demais"

No final do hino, todos batem palma e eu vejo que ele tomou um surto, abraçando o Zé, começo a rir da reação dele e eles entregam as crianças para uns acessores que tinha ali, mas Zé fez questão de entregar ele pra mim, que ainda tinha o rostinho assustado.

– Nunca pensei que uma miniatura do Abel fosse ser tão bonitinha, tudo bem que ele tem muitos traços seu e isso faz ele lindo. – Ele fala e eu começo a rir balançando a cabeça negativamente.

– Zé, dois anos... supera isso.

– Eu superei, é só um elogio. – Ele passa a mão no cabelinho do Fe e sorri pra mim.

– Boa sorte.

Ele sorri agradecendo e volta correndo pro campo.

Laura estava me esperando no camarote, estava com um balde de pipoca enorme e um refrigerante maior ainda, ela me entregou e pegou Fernando do meu colo, que já enfiou a mao no balde de pipoca, ele já comia de tudo mas muitas coisas eu evitava, deixei ele provar e ele comeu duas, e já deitou no colo da madrinha.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora