QUARENTA E DOIS

1.2K 82 62
                                    


ANA LUIZA

Tínhamos ganhado a copa do Brasil, e as meninas haviam ido embora... a última semana foi intensa de um jeito bom, Abel estava mais calmo, já eu estava estresse puro, estava até evitando de ir na The 1 pois simplesmente qualquer coisa era motivo para eu me estressar.

– Eu não acredito. – Falo chorando enquanto assisto uma comédia romântica com o Chris Evans, comendo um pote de sorvete zero açúcar que era o máximo que eu poderia comer.

Abel saiu da cozinha e me encarou sem entender nada.

– Está chorando por que agora?

– Porque como existe um homem como o Chris Evans e eu nunca vou poder ter ele?

Abel segura uma risada, e me olha indignado.

– Você só pode estar ficando maluca de falar isso pra mim, só pode.

– Ai que filme lindo, olha esse final, ele se declarando pra ela na frente de todo mundo, meu noivo não quer nem fazer uma campanha publicitária comigo.

Eu falo e ele se senta no sofá na minha frente cruzando as pernas.

– Já te falei que sou treinador não modelo.

– Já te falei que você é mal criado.

– Amor, mal criado? Você essa semana, jogou uma almofada na minha cara.

– Porque você falou que a arquitetara tinha feito plástica, se ela fez plástica você está olhando o corpo dela.

– Eu quis dizer plástica no rosto, eu converso olhando para as pessoas, ela está com um curativo enorme no nariz. – Ele se justifica e eu balanço a cabeça negativamente.

– Tá, Abel.

– Depois disso você ameacou a jogar meu quadro do Ayrlton fora.

– Não falei jogar fora, falei colocar pra doação, é muito grande, e feio, ele ficaria muito bravo de terem feito um quadro com uma foto daquela.

– Tá, e ontem você fez eu dormir no quarto de hóspedes com o Chico.

– Porque eu comi feijoada e estava peidando muito, Abel... eu sou dona de uma marca de perfume, vivo cheirosa, você não ia querer ficar cheirando peido a noite inteira né? Fora que, eu tenho certeza que esses gases foi culpa do seu filho.

Ele começa a gargalhar alto enquanto balança a cabeça negativamente.

– Você é inacreditável Ana Luiza, como ficar bravo com você? – Ele pergunta vindo me dar um selinho, e eu sorrio passando as mãos em volta do seu pescoço.

– O Aníbal Moreno é bem bonito né?

– Você gosta de me tirar do sério né? – Ele pergunta olhando pra minha boca sem desgrudar os nossos corpos.

– Eu gosto de ver você nervoso, principalmente quando isso envolve estar nervoso na minha cama.

– Daqui a pouco temos que parar com isso.

– A médica disse que namorar bastante ajuda na dilatação.

– Ah então seu parto vai ser fácil, uma paz.

Eu começo a rir, e sorrio dando um selinho nele.

– Eu te amo, obrigada por me entender e ser paciente. – Falo e ele respira fundo.

– Você não tem noção do quão paciente eu tenho que ser. – ele fala debochado e eu o ignoro indo tomar banho.

Me enrolo na toalha, e quando saio, me veem uma lembrança de Portugal, de algo que os pais do Abel trouxeram quando vieram pra cá, minha boca se enche de água e eu não consigo acreditar que estava tendo meu primeiro desejo.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora