dangerous | abel ferreira

TRINTA E SETE

Sabe aquele amor que se multiplica?
Quem nunca sonhou ter isso na vida?
Ser herói de alguém e, melhor ainda
Ter do lado a Mulher Maravilha
(Mulher Maravilha - Zé Neto e Cristiano)

ABEL FERREIRA

Estava desembarcando em Portugal em uma curta folga que tive.

Fazia 4 semanas desde que descobrimos a gravidez, fomos no médico ontem com o resultado dos exames e ela estava perfeitamente saudável, o bebê que antes estava com quase 4cm, agora já estava com 10cm, a anemia graças a Deus estava controlada, o bebê estava mais saudável do que nunca, com isso ela se sentiu a vontade para que eu pudesse conversar com as meninas sobre isso, ela até perguntou se eu queria que ela viesse junto, mas eu neguei, tendo em conta que as meninas teriam férias daqui a um mês, e poderiam passar comigo o mês todo.

Eu estava trazendo uma caixa que ela havia preparado para entregar aos meus pais, e eu ligaria pra ela por chamada de vídeo para de alguma forma darmos a notícia juntos, na caixa tinha uma caneca com o nome deles seguido de "vovó e vovô" além do último ultrassom que o bebê já estava muito mais bonitinho e com mais "cara de bebê" como Luli mesmo falou.

– PAPAI! – Mariana grita abraçando a minha cintura, me agacho para ficar na altura dela e sorrio passando a mão nos seus cabelos.

– Minha linda, estava com saudade de você.

Vejo Maria Inês nos olhando de longe sorrindo, e eu abro meus braços chamando-a para mais perto, ela me abraça e encara a minha mão.

– A Ana não mandou a coleção nova da The 1 não? – Ela pergunta e eu cutuco a barriga dela rindo.

– Para de ser interesseira, mês que vem vocês vão pra casa, e tenho certeza que vão ganhar muitas coisas.

– Ela está morando com o senhor? – Mariana pergunta não tão empolgada, já Maria Inês não demonstrava nenhum sentimento.

– Nós vamos conversar sobre isso, ok?

Ana sai da cozinha, e da um sorriso fraco ao me ver, óbvio que o clima entre nós não era o melhor, principalmente depois de eu não ter vindo para as Bodas do pai dela, mas, conversamos que precisávamos manter o ambiente em paz para as meninas.

– Oi Abel, tudo bem? – Ela pergunta e eu sorrio me levantando e dando um abraço rápido nela.

– Eu estou bem, e você?

– Sim, estou ótima. – Sorrio. – Cadê as suas coisas?

– Estão no hotel.

– Pensei que você fosse ficar aqui. – Ela fala e Mariana concorda.

– Não faz sentido ele ficar aqui né? Ele namora e vai ficar na mesma casa que a mamãe? – Maria Inês fala, e eu me seguro para não rir, adolescente de tudo.

– Eu preciso conversar com as meninas. – Falo e Ana apenas concorda falando que estaria no quarto.

Me sento no sofá olhando para as duas, e respiro fundo.

– Eu... ok! Não sei como começar. – Falo e Mariana ri.

– Você pode responder a minha pergunta, se a Analu está morando com o senhor.

– Sim, na verdade faz duas semanas que começamos a morar juntos, mas, tem um motivo maior pra isso.

– Qual? – Mariana pergunta e Maria Inês arregala os olhos, a mais velha tinha puxado totalmente a minha e claramente ela já havia notado.