QUARENTA E OITO

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3 meses depois

ANA LUIZA

– Não sei não, eu acho que isso é golpe. – Maria Inês fala com Fernando no colo se sentando em uma das cadeiras enquanto eu estava sendo arrumada para o meu casamento oficial, em Portugal.

– Para de ser boba Maria Inês, uma viagem em família, fora que em Paris tem a Disney, você estava reclamando que nunca foi.

– Vocês só querem levar eu e a Mariana pra que fiquemos de babá do Fernando, mas ele é obcecado em você Luli, ele vai chorar a cada dois minutos querendo peito, você sabe que ele é o maior chorão.

– Não é por nada não, mas se eu quisesse uma babá eu pagaria por uma melhor que você. – Falo já brava com a menina, tudo isso porque eu e Abel queríamos ir pra França na nossa lua de mel, mas queríamos levar o Fe e automaticamente as meninas, pra ser uma coisa de família, já éramos casados, e já tínhamos feito mais de uma viagem romântica, não é como se precisássemos de outro pais pra transar, e Paris tinha todo um significado para nós.

– Nossa, doeu. – Ela coloca a mão no peito e o maquiador briga comigo por eu estar franzindo a testa.

– E se você não for eu vou contar pro seu pai que você está namorando.

– Ana Luiza você não está fazendo isso. – Ela fala e eu continuo olhando pra ela seria. – Você vai ficar viúva, é isso que você quer?

– Temos um acordo?

– Temos, você é insuportável. – Ela reclama mas eu ignoro, sabia que elas iam amar tudo que eu estava preparando.

Mariana entra na sala e Fernando começa a gargalhar, ele estava com quase 5 meses e estava mais lindo do que nunca, tinha aprendido a gargalhar a quase duas semanas, e Mariana sem sombra de dúvidas, era sua irmã favorita.

– Oi neném. – Ela pega ele do colo da irmã, e eu sorrio sentindo um abraço e olhando ela pelo espelho. – Caraca, Analu, você está linda.

– Obrigada princesa.

Estávamos todos prontos, eu estava tão nervosa, o nervoso que não senti no nosso casamento no Brasil eu estava sentindo agora, a cerimônia seria em uma capela e a festa em um castelo aqui em Portugal, não, vocês não entenderam errado, um castelo.

Minha mãe quando me viu começou a chorar, eu mal conseguia andar com o vestido e não via a hora da festa chegar pra eu trocar por um curto, ele era digno de uma princesa.

Chegamos na igreja e precisei de três acessórios pra me tirar do carro, subo alguns degraus da igreja, e olho pro pai do Abel que sorri.

Sim, ele iria entrar comigo.

Meu pai literalmente sumiu do mapa, e ainda vendeu várias coisas que minha mãe tinha deixado em seu nome, ele tinha feito a escolha dele, não veio atrás de mim e muito menos quis conhecer o neto, já o pai do Abel tem sido incrível comigo desde o dia que eu o conheci, tive uma conversa com ele semanas antes de tomar a decisão de que ele entraria comigo, onde conversamos sobre meu pai, e ele me deu muitos conselhos, de pai, eu sabia que a minha escolha estava certa.

– Está muito linda, rapariga. – Eu seguro a vontade de rir, nunca ia me acostumar que menina pra eles era rapariga, eu acho fofo e sorrio o abraçando.

– Está pronto?

– Eu que deveria perguntar pra você.

– Eu sonhei com esse dia.

– Vamos fazer ele se tornar real então.

Ele segura em meus braços, e a porta da igreja é aberta e a marcha nupcial começa a tocar, eu respiro fundo, não conseguia descrever o que eu estava sentindo a cada passo que eu dava até o altar, era como se uma retrospectiva da minha vida, de tudo que eu passei pra chegar até aqui, passasse em minha cabeça.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora