DOZE

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Eu só te ligo às cinco e meia
O único momento que eu vou estar ao seu lado
Eu só amo quando você me toca, não quando sente algo
Quando tô chapado, esse é o meu verdadeiro eu
(the hills - the weeknd)


ANA LUIZA

Quando o Zé Rafael mandou mensagem me chamando pra ir em uma balada eu repensei 500 vezes, da pra contar nos dedos as vezes que eu fui em uma, algo dizia pra eu não ir, algo dizia muito fielmente pra eu não ir, mas quando eu contei pra Laura ela já logo se ofereceu pra ir comigo e falou que não beberia pra não deixar eu arrumar problemas, mandei uma mensagem pra Lana que falou que estava doente, e que não poderia ir.

Então respondi ele que iria, peguei uma roupa que eu não usaria no dia a dia mas que ficaria demais com a ocasião, e entreguei a chave do carro pra Laura assim que ela chegou, Olavo estava de folga e eu não queria atrapalha-lo para essas coisas fúteis. Segui o endereço que Zé havia me mandado, e quase meia hora depois chegamos, todo mundo parecia tão chique, eu estava começando a me arrepender de ter vindo.

Assim que entramos, seguimos pro camarote que ele falou que estava, reconheci algum dos jogadores do dia das fotos e os cumprimentei.

– Eu vou começar a beber, hoje eu vou beber tanto que eu vou esquecer quem é o jovem senhor que eu estou apaixonada. – Falo pra Laura que coloca a mão na boca.

– Olha o que você acabou de dizer.

– O que eu acabei de dizer?

– Que você está apaixonada.

– Estou falando pra você que eu enlouqueci. – Disfarço, mas quem eu queria enganar? Se eu não tivesse apaixonada, não estaria sofrendo pela forma que ele me tratou, ou talvez por ele ir morar lá na puta que pariu e eu nunca mais vê-lo, ou por não ser motivo o suficiente pra ele ficar.

Pedi a bebida mais forte do bar e o barman me olhou como se eu fosse louca.

– Você vai beber isso sozinha? – Zé Rafael fala chegando atrás de mim e sentando do meu lado, era uma tábua com uns 10 shot de tequila, sal e limão.

– Pretendia. – Falo com sinceridade e ele ri pegando um.

– Podemos dividir?

– Tá né?

Batemos um copinho no outro e começamos a mandar os shots pra dentro, no terceiro já estávamos disputando quem colocava mais shots pra dentro.

– Pede mais vai. – Falo gostando da nossa brincadeira.

– Está zoando? Eu estou todo vermelho e você está normal.

– Pede mais!!! – Falo animada e ele pede mais, e lá foram, mais 10 shots de tequila.

– Eu ganhei, terminei primeiro que você. – Falo animada e ele bate palma, eu começo a fazer uma dancinha ridícula com a batida da música, e ele pede duas águas me entregando uma.

– Eu amo essa.

Falo puxando ele pro meio da pista, e olho pra onde Laura estava, e vejo ela rindo com os meninos, e uma mulher que até então não sabia quem era, ia chamar ela pra dançar mas sabia que ela gostava de ficar de boa bebendo, só não queria que ela se sentisse sozinha.

– Eu dançando sou um bom jogador de futebol. – Ele fala e eu dou de ombros pulando, sentindo a batida da música.

– Vou pegar mais um drink.

Eu sento nas cadeiras do ar e quando o barman chega eu começo a cantar.

– TRÁS A BEBIDA QUE PISCA. – Ele me olha confuso e Laura chega atrás de mim.

dangerous | abel ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora