16. O homem.

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Como se a tempestade e a horda de zumbis na porta do celeiro durante a madrugada não tivessem sido grandes problemas, um maior tinha surgido e ele se chamava Aaron.

Não faziam nem dez minutos que Sasha e Maggie tinham trago ele, mas a voz e eu já tínhamos nos decidido de que aquele homem era perigoso.

"Comunidade"? "Lugar seguro"? Eu quis rir.

Quem aquele idiota pensava que nós éramos? Um bando de babões imbecis que ele podia enganar e levar para o jantar?

Bem, eu não sabia quanto aos outros, mas pelo menos eu sabia que Rick que não cairia na conversa de Aaron, porque ele não parava de olhar feio para o homem desde que ele tinha chegado.

Aaron continuava falando sobre sua comunidade no mundo das fadas, mas ao ver que permanecíamos desconfiados, pediu para Sasha entregar a mochila dele para Rick para que ele pudesse ver as fotos da comunidade que estavam dentro de um envelope no bolso da frente.

- Peço desculpas de antemão pela qualidade das fotos. - Começou Aaron a se explicar em seu tom extremamente educado.

Vamos matar ele logo. Disse a voz, impaciente.

- Achamos um laboratório...

- Ninguém dá a mínima. - Interrompeu Daryl e eu sorri com a sua atitude. Aaron se virou para ele um tanto sem graça.

- Você está absolutamente certo. - Concordou Aaron sem perder o tom educado e eu quis lançar uma faca em sua direção, tanto quanto a voz queria.

Aaron começou a falar sobre as fotos e explicar sobre tudo. Eu não dei atenção, porque primeiro: nada que ele dissesse me convenceria de que ele estava falando a verdade. E segundo: a voz não parava de falar. Ela era como um paciente com paranoia desabafando com seu psiquiatra, ficava falando sobre como Aaron traria seus amigos e atacariam todos nós. Eu não discordava de suas desconfianças, mas ela não podia calar a boca? Não, era bem melhor ficar falando na minha cabeça e tentando me convencer a matar o homem.

Se não matar ele, ele vai matar você.

Eu não vou matar ele. Primeiro vou esperar pra saber o que Rick e os outros vão querer fazer. Respondi e então olhei séria para a voz que ocupava quase toda minha mente. Não vou matar ninguém.

Eu mato então. Ela respondeu. Não vou arriscar sua vida por causa de um desconhecido.

Ah, isso é porque você se importa muito comigo, não é? Ironizei e de repente me senti maluca. As vezes, eu esquecia que eu era doida. Eu estava acostumada com a voz mas, as vezes, eu parecia ter um choque de realidade ao perceber que eu realmente tinha mais alguém na minha cabeça.

Um "mais alguém" que precisava calar a boca.

Enquanto rolava uma discussão sem fim na minha cabeça, algo inesperado aconteceu: Rick foi até Aaron e o socou com tanta força que o homem desmaiou na hora.

- Só pra explicar, aquele olhar não foi olhar de "vamos atacar esse cara", foi um olhar de "esse cara parece ser legal". - Disse Michonne quando Rick voltou para perto dela.

- Amarrem ele, peguem a mochila. - Ordenou Rick para ninguém em específico, então peguei a corda que tinha pegado daquele casal de loucos na floresta e fui até Aaron, amarrando ele com a ajuda de Daryl e Sasha. - Vamos ver quem ele é de verdade.

- Rick! - Michonne chamou.

- O resto de vocês fiquem de olho em todas as direções. - Continuou Rick, sem ligar para Michonne. - Vão vir atrás de nós. Não sabemos como e nem quando, mas vão vir.

𝐋𝐞'𝐑𝐨𝐮𝐱 - 𝐂𝐚𝐫𝐥 𝐆𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora