23. A reunião.

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– Algemas? Uau, eu não sabia que a minha reputação estava nesse nível. – Comentei irritada, enquanto assistia um dos meus guardas de cela colocar o lacre, prendendo meus pulsos um ao outro.

– Eu sinto muito, Alice, mas os moradores estão assustados. – Disse Tobin em um tom que realmente penoso.

– Você está com medo? – Não sei porquê, mas quis saber.

– Eu não posso dizer que a morte da Joliet não me deixou assustado. – Respondeu ele e eu assenti. – Mas se a Maeve afirmar a sua história de que a mãe dela realmente era má, então eu vou te defender na reunião.

– Eu agradeço, Tobin.

– Vamos? Temos ainda algumas horas antes da reunião começar. Você pode ir visitar sua amiga no hospital.

– Sim. – Concordei, seguindo ele e o meu outro guarda, que eu não lembrava o nome, até o lado de fora da minha cela.

Rick não estava mais ali. Ele tinha sido liberado muito antes e ao contrário de mim, não estava usando algemas. Acho que era porque ele não tinha chegado a matar ninguém, só ameaçado.

– Alice! – Maeve, sentada em uma das escadas perto de onde a minha cela ficava, veio correndo na minha direção e abraçou minha cintura com o braço.

– Maeve, você ouviu o que a Deanna falou. – Repreendeu Tobin, fazendo menção a ordem de Deanna para que Maeve ficasse longe de mim.

– Deanna não manda em mim. – Maeve tirou o rosto do meu estômago para responder Tobin e então afundou ele contra mim outra vez. – Eles não queriam me deixar te ver, eu fiquei tão preocupada.

Fiquei surpresa. Claro que eu imaginaria que Maeve ficaria grata por eu tê-la livrado da mãe, mas nunca imaginei que eu seria tratada com tanto carinho por ela.

Levantei os braços, passando eles por cima de sua cabeça, de modo que meus pulsos amarrados pousassem em suas costas.

– Eu também senti sua falta. Como está o braço? Ainda dói? E as queimaduras?

– Os dois doem muito, mas eu aguento. O Pete não queria mais ajudar no hospital, mas de repente, ele voltou e cuidou de mim e da Tara.

– Eu não ameacei ele, se essa é a sua pergunta. – Disse, tanto para Maeve, quanto para os meus guardas que eu conseguiria desarmar com um grampo de cabelo e uma correia de chinelo.

Eu não queria que mais crimes fossem acrescentados a minha lista. Pelo menos não os que eu não tinha cometido.

– Seja lá quem foi, ajudou bastante a sua amiga Tara.

– Ela já acordou? – Perguntei esperançosa.

– Não. – Maeve me encarou com pena e então fez carinho nas minhas costas em um gesto de apoio. – Sinto muito, Alice.

– Ela vai acordar. – Afirmei, não aceitando outra possibilidade além daquela. – Você vai a reunião?

– Deanna me pediu para ir. – Disse Maeve para minha confusão. – Acho que ela quer que eu fique do seu lado. E ela também me pediu desculpas.

– Para o que ela fez, desculpas não valem nada. – Disse amargamente e desfiz o abraço.

Maeve também soltou minha cintura, parecendo se perguntar se tinha feito algo errado. Mas o problema não era ela e sim meu descontrole ao ficar com raiva. Eu tinha medo de machucá-la.

– Ainda está cedo, será que eu posso ir em casa tomar um banho e trocar de roupa? – Perguntei a Tobin e ele assentiu, murmurando um “Claro”. – Maeve, você vem comigo?

𝐋𝐞'𝐑𝐨𝐮𝐱 - 𝐂𝐚𝐫𝐥 𝐆𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora