No dia seguinte, Izuku se juntou aos poderosos na casa de Kirishima.
Igual à dos Bakugou, a residência dos Kirishima era uma linda mansão, mas enquanto o vinho e o amarelo compunham as cores desta, o branco dominava aquela. O interior também divergia do estilo minimalista da casa de Kacchan, com móveis e decorações em abundância.
Mais cedo, assim que atravessou as portas da mansão, Izuku foi surpreendido por um contentíssimo Oto e pelo pai de Kirishima, cuja energia era idêntica à do filho e à do cachorro. À parte, Kacchan lhe informou que a mãe de Kirishima era mais tranquila, e, considerando tudo o que vira, Izuku julgou a informação um bom equilíbrio para o lar.
Depois do almoço, decidiram matar o tempo jogando Monopoly na sala de estar. Izuku, de cenho franzido para o tabuleiro, não gostava do rumo de seus investimentos: falia aos poucos.
Em dado momento, indagou sobre a ausência de Kaminari.
— Achei que ele fosse aparecer mais tarde.
Kirishima fez sua jogada.
— Pois é, ele ia. Mas ele me mandou mensagem mais cedo e falou pra gente se divertir sem ele. Correção: que a gente tentasse se divertir, pois, nas palavras dele, é impossível a gente fazer isso sem ele.
Kacchan lançou os dados e andou cinco casas, o que deixou Izuku feliz, pois ele parou em um de seus imóveis e agora teria de lhe pagar uma comissão.
— Com quem ele saiu dessa vez, Eijirou?
— Com alguma mina aí. Ele não quis me dizer, acredita?
Kacchan estalou a língua. Após verificar uma boa quantidade de cédulas falsas, ele deu-as a Izuku e disse:
— Espero que não seja aquela garota do curso de teatro. Já disse mil vezes para aquele imbecil não colar com ela.
— Por quê? — perguntou Izuku curioso. — Ela é chata?
Kacchan encolheu os ombros.
— Uma piranha.
— Espero que ele não continue com esses sumiços aí — continuou Kirishima gesticulando com um anel de cebola frito. — Ele tem me deixado no vácuo, acreditam? Só fica mandando torpedos o tempo todo. Tô até começando a desconfiar que ele tá apai...
— O Denki? — Kacchan soltou o ar pelo nariz, zombeteiro. — Nunca. Aquele idiota precisa de ajuda para soletrar o próprio endereço. Até parece que anda pensando nisso.
Encerraram o assunto. Izuku ficou pensativo. Kacchan interrompera Kirishima, mas não era difícil adivinhar que, da boca dele, sairia a palavra "apaixonado". Mas... se era assim, o que houve então com os sentimentos de Kaminari por Jirou? Há alguns dias Izuku comunicou a ele seu fracasso em descobrir se Jirou era ou não era e acrescentou que a amiga ficou uma fera com o assunto. Kaminari pareceu desanimar, mas, na opinião de Izuku, não a ponto de desistir. Ele lhe disse para não se preocupar mais com isso e que, dali para frente, veria o que faria.
Bem, pelo visto, ele veria com outra pessoa. Talvez, após refletir bem, Kaminari tivesse decidido, como diziam, "partir pra outra".
O que não é uma má ideia, pensou Izuku enquanto bebia um pouco do achocolatado quentinho que uma empregada lhe trouxe minutos atrás. Jirou não suportava nenhum dos poderosos de qualquer forma, então nunca teria dado certo.
Observou Kirishima. Apesar de terem deixado o assunto de lado, ele exibia aborrecimento na curvatura de seu maxilar, e isso foi o bastante para perturbar Izuku. A contar do momento em que voltou à panelinha dos poderosos, desta vez com todos os três inclusivos com ele, Izuku reparou que eles levavam a sério essa coisa da presença. Desconfiou disso quando Kacchan exigiu que Kaminari os acompanhasse ao shopping e agora confirmava diante do incômodo de Kirishima.
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Meninos Malvados | Bakudeku
FanfictionMidoriya Izuku se sente um peixe fora d'água em sua nova escola, principalmente porque "escola" é novidade em seu vocabulário. Ex-moradores do campo, Izuku e sua mãe enfrentam os desafios da vida urbana, que se revelam mais difíceis do que imaginava...