Ficar com alguém que você gosta

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Sexta-feira chegou voando. Às oito em ponto da noite Izuku bateu à porta dos Bakugou para a tal "reunião". Kirishima o atendeu, e, já acostumado, Izuku pendurou o casaco no mancebo ao lado da porta. Perguntou se estava atrasado, e o poderoso comunicou que parte da galera já chegara e que estavam todos no quintal dos fundos.

— A tia deixou o Bakubrô fazer a festinha contanto que não fosse dentro de casa — explicou ele. — Ela disse que teve uma limpeza forte aqui na semana passada e que não quer que a gente suje o chão e os móveis. Mas ela nos fez um favor, a piscina daqui é a melhor!

Izuku, logo atrás dele, franziu o cenho.

— Lá fora? Mas está nevando. E quem nadaria com esse tempo?

— Relaxa, eles botam uma lona enorme que cobre todo o quintal quando é inverno, e a piscina deles é daquelas aquecidas, super massa!

— Mas eu não trouxe nada pra entrar na água.

— Pode entrar de roupa mesmo, se quiser. Cê também pode pedir uma sunga pro Bakubrô...

— Tá tudo bem — apressou-se em dizer. — Não estou, sabe, com vontade de ficar molhado.

Acessaram o quintal dos fundos, e Izuku, que só vira o lugar de relance pelas janelas da casa, impressionou-se com seu tamanho. Ele não era maior que o do Tourão e não possuía duas piscinas em formato de cristal, mas tinha sua imponência. De fato, havia uma lona transparente que impedia a neve de cair lá dentro, então dava para ver partes do céu preenchidas de nuvens escuras. Caminhos de pedras brancas como leite cortavam a grama artificial e davam destino aos quatro lados da piscina retangular de cujas bordas saíam vapores quentes. Fios com luzes douradas ziguezagueavam suas cabeças e Izuku desconfiou que havia luzes dentro da piscina; um azul sublime, quase misterioso. De algum lugar havia uma música descontraída tocando.

Ao redor da piscina, Izuku viu diversas cadeiras reclináveis ocupadas por rostos conhecidos. Kacchan não mentiu: a reunião não chegou a comportar nem vinte convidados. Ojiro e Tetsutetsu, ambos do beisebol, cumprimentaram Izuku erguendo suas latas de cerveja e voltaram à competição de quem as entornava mais rápido. Outros seis jogadores que ele só conhecia de vista, três do basquete e três do futebol, acenaram para ele da mesa dos salgadinhos e bebidas. Outros dois jogavam pingue-pongue. Izuku localizou apenas duas garotas: Yaoyorozu e uma ruiva bonita que vestia um maiô verde-água. Elas conversavam na piscina.

— Ei, você veio.

Izuku, sabendo quem era, virou-se com um sorriso.

— Belo quintal, Kacchan.

O líder dos poderosos havia acabado de sair da casa. Usava uma calça de moletom e uma camisa manga longa, ambas pretas. Carregava uma cerveja na mão e o celular na outra. Atrás dele, Kaminari e Kirishima traziam mais salgadinhos e cervejas lacradas e seguiam direto às mesas.

— Fica bem melhor no verão — disse Kacchan observando rapidamente as meninas. — Vai na piscina?

— Acho que não.

— Boa escolha, a velha tá muito mão de vaca com os chuveiros.

— Ela tá aí? — Izuku baixou a voz e espiou a casa, reações essas que ele fazia inconscientemente sempre que falavam nela.

Kacchan encolheu os ombros.

— No quarto vendo alguma palestra no computador e bebendo vinho — disse, e Izuku não sentiu muita fé quando ele acrescentou: — Não vai incomodar.

Infelizmente para Kacchan o incômodo veio de outra forma menos de cinco minutos depois.

Fala sério. Ela trouxe tua ex, Eijirou? — Ele acotovelou o ruivo que viera participar da conversa. Tanto Izuku quanto Kirishima viraram as cabeças para ver Ochaco, Mina e Hagakure saindo da casa para o quintal. Kacchan continuou: — Porra, ela sabe que minha mãe não gosta da Mina aqui, e nem eu.

Meninos Malvados | BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora