Monoma Neito
Jogador do time de beisebol e tesoureiro do jornal da UA
(Nota Jirou) Mesa: JOGADORES TITULARES E GALERA TRANSADA. O serzinho mais maquiavélico e nojento que pisou na face da Terra. Passar longe.
Ok. Essa não era a recepção que Izuku esperava.
Poxa! Logo ele?
— "P-Pau-mandado"? Não é nada disso, e-eu...
De repente um garoto apareceu por sobre o ombro de Izuku e chamou Monoma. O "Lobo em pele de cordeiro" se levantou sem pressa e, ao passar por Izuku, lhe lançou um olhar repleto de deboche.
Izuku se aliviou por se livrar dele, mas ver Monoma ali serviu para lembrá-lo de que, em sua primeira conversa com ele, quando Jirou o salvou de assinar aquela lista mentirosa, foi insinuado que ele fazia parte do time de beisebol da escola. Se ao menos Izuku tivesse se lembrado disso quando Kaminari o chamou para fazer o teste...
Peraí, teste! Izuku não passava de um cara cujo destino no beisebol era incerto, afinal, estava no meio-fio de ser um jogador ou não jogador do time. Dependendo de sua competência — a falta dela, no caso —, havia grandes chances de ele escapar dessa roubada.
Não era um tonto. Monoma antes e agora deixou clara a antipatia que sentia por Izuku, que decidiu que lidar com um indivíduo de tal natureza já era o suficiente.
(Não precisava dizer o nome do tal indivíduo, precisava?)
— Chegou, foi, Midoriya? — Kaminari irrompeu na sala, e, atrás dele, mais duas dúzias de garotos. O vestiário passou de silencioso a barulhento. — Ótimo! Eu tô ansiosaço, tô certo de que você é o cara que a gente precisa! Além disso... Ei, espera. Que jeans é esse? Caaara, você vai ficar todo dolorido se correr assim, tá doido?
Izuku só deu de ombros. Aliviou-se por Kaminari ter citado a coisa da vestimenta, uma vez que o incomodava assistir aos outros garotos se aprontarem enquanto ficava ali, parado como uma estátua. Mas não que estivesse reclamando... afinal, agora que decidiu não dar sangue e suor no teste, refletiu que, quanto mais dificuldades tivesse, melhor.
Kaminari, entretanto, mostrou-se obstinado para resolver seu problema.
— Olha aí, eu disse que tinha um moletom sobrando. — Ele tirou uma calça do armário do canto da sala, sorrindo de orelha a orelha. — Vai, veste ele e vê se fica bom... que foi? Cê tá com vergonha, Midoriya? Mas de quê? Aqui é todo mundo brother. Vai, veste, isso, assim... passa pelo calcanhar. Ah, moleque, ficou certinho!
E ficou mesmo. Era como se o moletom cinza fosse feito especialmente para Izuku, costurado de acordo com a largura de seus quadris e o comprimento de suas pernas. Gostou da sensação do tecido... Sua vida toda fora resumida a jeans, afinal.
Mas agora ele não tinha uma desculpa para correr todo travado. Não que seu conhecimento sobre o beisebol fosse uau, mas Izuku sabia que a coisa tinha a ver com rebater uma bola e correr pelo campo como se sua vida dependesse disso. Só não sabia de quê ou por que era necessário correr tanto. No caminho para o campo, Kaminari fez o possível para sanar suas dúvidas, mesmo que Izuku não as tivesse exposto em voz alta.
— É o seguinte. O técnico vai fazer cê jogar em várias posições pra gente ver em que colocação cê se sai melhor. Mas, como eu tinha dito, cê tem pinta de que corre rápido, então vou pedir pra ele te colocar como rebatedor hoje, ok? Daí depois vemos como cê fica no shortstop, apesar de eu achar que cê deve conseguir cobrir um dos pontos do outfield... Ah, vamos testar tudo! Você vai se dar bem, Midoriya, eu tô sentindo!
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Meninos Malvados | Bakudeku
FanficMidoriya Izuku se sente um peixe fora d'água em sua nova escola, principalmente porque "escola" é novidade em seu vocabulário. Ex-moradores do campo, Izuku e sua mãe enfrentam os desafios da vida urbana, que se revelam mais difíceis do que imaginava...