Capítulo 40

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Vejo Nojiko sair da casa pelo canto e caminhar por uma mata fechada, não seria do meu interesse, mas talvez ela pudesse me levar para algo que provasse que a Nami não era do bando do Arlong. Me levanto e viro para Luffy e olho para Zoro, ambos acompanhando o meu movimento.

- Vou ali na cozinha, já que eu volto. - minto para os dois.

Odiava mentir, mas tem coisas que ambos não podem saber. Se eu disse para ambos que iria atrás da Nojiko, nenhum dos dois ia deixar, diriam que era falta de respeito à privacidade dela, por isso, menti.

Desço os degraus, olho para dentro da casa Sanji estava de costas para a entrada e Usopp estava ocupado fazendo alguma coisa, Buggy estava em silêncio, por incrível que pareça. Passo pela porta de entrada no máximo de silêncio que consigo, olho sobro o ombro e percebo que nem Luffy e nem Zoro conseguiriam me ver pelo caminho que eu estava fazendo.

Avanço pela floresta, seguindo Nojiko que está bem mais à frente, quase a perco de vista, ali ainda estava um pouco iluminado comparado à casa dela, somente as estrelas para iluminar a gente, e uma pequena brecha de luz fina da lua, mínima, mais alta.

Quando estava sentada no telhado, ela se escondia em algumas nuvens de chuva, mas agora, ela queria brilhar tanto quanto as estrelas.

Um enorme tronco de árvore cobria o corpo dela, mas sua voz era irreconhecível.

- Nojiko... - a voz da Nami era baixa e cansativa. - Nojiko, espera! Espera! - Nami pedia.

Me aproximo, me escondendo atrás de uma árvore, vejo Nojiko com uma pá na mão, preste a acertar Nami, que por sua vez, estava dentro de um buraco com uma caixa do lado. Nojiko mira na Nami e joga a pá, Nami se afasta assustada.

Avanço na direção das duas, mas me seguro, sabia que aquilo teria que ser uma conversa entre Nami e a sua irmã, no entanto, eu escutaria a versão da Nami.

- Não é o que tá pensando. - Nami começa a se justificar.

- Você não tem ideia do que eu estou pensando. - Nojiko diz, mirando a pá na Nami e acertando a caixa, que cai moedas de dinheiro.

Ambas olham para a caixa, Nami mais apavorada ainda.

- O que é isso? - questiona Nojiko.

Olho para os dinheiros, me aproximo mais da árvore, segurando no tronco dela, com minha cabeça parcialmente de lado para ver o que estava acontecendo, Nojiko olha para Nami com raiva.

- Esse é o dinheiro que você roubou e estava escondendo no túmulo da mamãe? - Nojiko questionou, soltando a pá. - Nami, que tipo de monstro você é?

- Você não entenderia. - Nami responde com sinceridade.

- Então tenta me explicar. - Nojiko pede.

Nami respira fundo, sai de dentro do buraco e senta num troco de árvore caída, ela fecha os olhos e começa a contar cada detalhe após a morte da mãe dela, cada mínimo detalhe, do momento em que ela foi até Arlong com a cara e a coragem que tinha, mesmo sabendo que existia mais dentro de si mesmo do que ela acreditava.

Ela explica que quando chegou lá, Arlong a encarou como se fosse apenas um inseto insignificante para ele, mais para Nami, ele era apenas um homem ruim com intenções ruins, ela pediu para falar com ele e foi o que ele fez, ouviu o que a pequena Nami tinha a dizer a ele, ela pediu para entrar no bando dele com a intenção de fazer mapas para ele, praticamente, ambos ganhavam nessa troca, o que favorecia Nami e Arlong. Ele aceitou após ver os mapas que Nami desenhava.

- Eu disse ao Arlong que trabalharia para ele com uma condição: que ele me deixasse comprar a Vila Cocoyashi de volta. - ela termina de explicar.

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