Attom apenas deslizou entre as dimensões, sua energia se transformando através das densas camadas que encontrava. Seu corpo foi se formando conforme chegava até onde os seus pensamentos o levaram. Pode sentir as vibrações a sua volta e por elas a vibração que o acompanhava.
Como ele, o Principe surgiu naquele novo mundo, de imediato sentiu a dor, os gritos, até mesmo sentir o salgado das lágrimas. Sem entender percebeu lágrimas escorrendo de seu proprio rosto, assustado levou as mãos a elas, conforme as secava também as observava buscando alguma substancia que as explicasse.
Attom o observou por um breve instante antes de se voltar para o mundo em que chegavam. A frente deles, uma espécie de deserto, recortado por poças de água cristalina onde pareciam nascer pequenas arvores de um tom amarronzado, seus galhos secos e retorcidas sem que nunca brote nenhuma folha, algumas se repartindo em galhos finos, outras retas, mas sempre retorcidas. Finas, desajeitadas e de tamanhos que mal passariam dos cento e cinquenta e três centímetros, não tinham chance de dominar a visão desértica que viam. Acima deles, uma névoa branca se unia formando uma densa nuvem que parecia cobrir todo aquele lugar. Partes dessa névoa pareciam atingir o chão em determinados pontos tornando a visão ainda mais triste, como percebiam.
_ Pensei que seria mais, escuro?
Antes de responder, Attom ergueu sua mão no ar como se pudesse toca-lo. Seus olhos pareceram brilhar, como se lá fundo deles, no universo que mostravam, uma estrela explodisse.
_ A névoa. - Sua voz pareceu andar na cabeça do Principe. Requiens não falavam como as outras raças, sua comunicação era baseada em uma mente coletiva que compartilhavam, também possuíam uma mente individual, mas eram movidos por sua função no Cosmos, eram artistas que controlavam e mantinham o proprio eletromagnetismo do Universo. Não tinham nomes, bens, sonhos ou desejos, eram movidos pela paixão que viam em suas funções e se pudéssemos acessar a mente que possuíam e acessavam quando não estavam em suas funções, tudo o veríamos seria propriamente imagens ou momentos em que acontecimentos no Universo os surpreendia. Naqueles flashs compartilhados em uma unica mente, todas as informações, descrições, a própria receita daquele evento.
Os antigos diziam que quando o Criador enfim terminou o planeta em que seus herdeiros seriam moldados através do próprio pó vindo dos Céus - nele as sementes dispersas depois que as Almas dos primeiros foram postas em sono e seus corpos lançados como energia pelos confins do universo, Ele a contemplou, aos poucos foi se afastando, aquele jovem planeta de oceanos e rocha estava pronto, sua grande lua sendo encoberta naquele momento já do outro lado. De longe já um ponto pálido, em torno dele as coisas ainda não estavam em seu lugar, e a frente, no futuro daquela rocha flutuante, muitas pequenas coisas ainda viriam a acontecer. Toda a Sua Obra fora feita por suas mãos, cada uma das menores partículas se unindo e formando algo maior, e maior e assim até que as maiores coisas foram feitas. Em um momento, já muito distante, se voltou para o Universo além, nele observou um ponto muito além onde viu o vazio. Não importavam distâncias e naquele instante que viu além o ponto, se viu flutuando em seu interior. De lá observou a visão de tudo o que via a frente. Foi então que moldou ali dentro, pela energia de toda uma raça, uma arca que abrigou em meio ao Cosmos, todas as sementes dispersas após o Eden. Da energia que ela própria irradiava, formou pela luz, um resplandecente casulo brilhante, dentro dele, toda a energia que irradiava da arvore era refletida, não tardou para que o choque inicial dessa reação formasse um mineral ainda transparente, mas com tons escuros por onde pontos de luzes coloridas pareciam atravessar. O mineral cresceu até possuir a mesma espessura que a parte exterior e após esse processo O Criador se voltou para fora, dali moldou uma ilha com a qual contornou por variados gases que moldavam uma atmosfera que permitia a sobrevivência de todas as raças, além destes gases, enormes nebulosas, constelações, galaxias e estrelas tornavam aquele o mais belo dos Céus do Universo. Foi ali que moldou sua última raça, apaixonados por sua obra desde o momento em que todos despertaram, a eles foi revelada toda a Léi do Cosmos, mostrado e ensinado todos os seus processos. E quando o Senhor viu que era o momento de observar, ensinou a eles por meio da energia que eram feitos o proprio Eletromagnetismo. Aquele já era o sétimo tempo, e começara no momento em que acabara o lar que abrigaria seus filhos.
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PRINCIPIUM
General FictionAs bombas caiam de forma sincronizada. Para aqueles distantes das grandes cidades, foi uma bela visão, uma daquelas que sempre nos arranca o fôlego ao lembrar. Para aqueles que ardiam em chamas, o Inferno se tornava real. Os gritos vinham de todos...