Capítulo 11

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O início de tarde, trouxe consigo, uma brisa fria. Erguendo os braços, sentiu seu cabelo ser lançado ao ar, pelo vento. Ao longe, avistou sua esposa, correndo com sua filha que exibia um grande sorriso, retirou uma flor amarela, da grama em que estava sentado e a levantou. Pequenos raios de arco-íris, saíram da flor que ainda úmida, pelo forte orvalho da manhã, refletia o sol.

Apesar de tudo o que já vira no decorrer de seus anos, Edward Pavansie, ainda não perdera seu deslumbramento pela criação.

Enquanto o pôr do sol se aproximava, a pequena família se juntou sobre uma manta estirada na grama, de um lado, colinas cobertas de puro verde tomavam a visão, por outro, uma praia de areias brancas, emoldurava um oceano laranja, abrigando a imensa esfera solar.

_ É lindo, papai.

Reparando no meigo sorriso de sua filha, Edward, levou seus lábios aos cachos ruivos da pequena Emilly, e voltou a fitar a cena em sua frente.

Os olhos roxos da garota, mostravam o cansaço do dia de brincadeiras, que passara com os pais.

_ Porque o sol não se apaga, quando cai no mar mamãe?

_ Ele não cai meu amor.

_ Mas ele tá descendo dentro da água mamãe...

Correndo por uma densa floresta, o anjo, tentava fugir de uma criatura negra que o perseguia. As trevas cobriam todo aquele pavoroso mundo.

Sentindo a criatura se aproximar, se virou e com um impulso de suas asas, pulou sobre a criatura, aterrissando no chão, girou novamente o corpo, e lançou de suas mãos, um raio de luz branca. O impacto do raio, lançou a criatura contra uma sequência de árvores que foram arrancadas pelo impacto.

Aos poucos, a criatura se transformou em uma névoa negra que cresceu até adquirir os contornos de um humano.

Voltando a correr, na direção oposta, o anjo avistou uma clareira. Girando o rosto, procurou a criatura que desaparecera sem rastros de energia. Voltando os olhos para a clareira, abriu suas asas e tomando impulso se lançou ao ar.

Ultrapassando a copa das árvores que se abriam para a clareira, o anjo se deparou com um céu negro, coberto por uma camada de nuvens escuras e vermelhas, como sangue. Em instantes, as primeiras nuvens tocaram seu rosto.

Uma corrente de ar quente, cobria toda a floresta que se estendia para além do horizonte de ambos os lados que o anjo olhava. Como a floresta, o céu continha uma única nuvem, que não mostrava sinal de seu fim.

Sentindo algumas pontas perdidas da nuvem tocar o seu rosto, o anjo, soube que toda a nuvem era feita de uma substância venenosa, levando sua mente, para os rastros de energia que a substância venenosa emitia, encontrou a presença da mesma energia que corrompera Lúcifer. Embora de forma branda...

Cortado por veios de energia que pareciam percorrer um corpo imaginário, ora se iluminando pela energia, ora desaparecendo enquanto a mesma se afastava, o Entoruns agarrou o anjo pelas asas e o atirou para trás com tremenda força que o chão se partira. Com extrema velocidade o ser alcançou o corpo do anjo que ainda quicava no ar devido ao impacto e o agarrou pelo pescoço, com a mão livre, alcançou a altura de seu peito esquerdo e pressionou.

Enquanto tudo aquilo ocorria, o ar em volta parecia estático devido a velocidade dos movimentos do Entoruns, um dos filhos do terceiro dia, a terceira das raças criadas pelo Criador.

Logo o anjo sentiu os dedos do ser perfurando sua carne. Seu coração, o ponto de equilíbrio de seu corpo material, sem o coração naquela materialização sua energia seria dispersa se juntando a energia primordial que corre pelo Cosmos e sua consciência desapareceria. Ele tinha de agir rápido, mas seus movimentos não podiam se equiparar a velocidade dos ataques. Fechando os olhos, seu rosto pareceu se ascender com uma ideia e logo ele brilhou como uma estrela...

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