65

2.2K 201 16
                                    

Ela ficou em silêncio, ainda fitando a paisagem. Ela se sentou escada que havia ali, e eu a acompanhei. Não a deixaria em paz enquanto ela não me respondesse.

O vento fresco batia em nossa face, estava um clima agradável. Nem frio, nem calor.

Em nossas mãos, haviam os cappuccinos que a garçonete havia nos trago.

— E então? – murmurei iniciando, cortando aquele silêncio.– vai me responder? – perguntei, dando um gole do cappuccino. Ela me acompanhou.

— É como eu disse...você me faz lembrar do meu eu do passado! – iniciou, me respondendo.

Eu franzi o cenho, a olhando. Já ela, mantinha os olhos fixos na paisagem.

— E como você era no passado? – perguntei, curiosa. Pela primeira vez na vida sentia que estávamos deixando nosso ódio uma pela outra de lado.

— Por que você é tão curiosa e intrometida, ein?! – murmurou me repreendendo, me olhando de relance.

— Por que sim! – a respondi, dando a mínima.

Ela suspirou, derrotada. Ficou em silêncio, fitando a paisagem.

— A real...a verdadeira verdade que eu te odeio...é que eu sempre tentei te proteger! – confessou.

Eu fiquei muda, em choque. É o que??!!

— Como assim? – perguntei, em um murmuro. Estava totalmente surpresa e não escondia isso.

— É como eu disse, você me faz lembrar meu eu do passado! – explicou, soltando um suspiro triste. Certamente, se recordando de algo.– eu te reconheci naquele restaurante, sn! – confessou.

Ela finalmente me olhou, e eu mantinha meus olhos fixos nela. Processava suas falas. Mas, ela logo desviou o olhar.

— A razão por eu ter proibido seu relacionamento com o Jimin, é por que eu não queria que você sofresse igual eu sofri. – tornou a explicar.

— Como assim? – perguntei, estava completamente perdida.

— Quando eu conheci o pai do Jimin...eu era uma jovem sonhadora, ainda era uma fruta madura, trabalhava em um restaurante renomado e foi lá onde o conheci. Na época, ele tinha um filho de quatro anos, e havia perdido a esposa um ano depois que o Jimin nasceu. No começo, éramos apenas funcionária e cliente, mas de acordo com a frequência que ele ia lá, ele começou a me reparar e eu nele, alguns anos foram se passando, e então começamos a namorar escondido. Eu era pobre, e ele era podre de rico, pedir para que fosse escondido por medo da sociedade me julgar...

Explicava, se relembrando. Eu a encarava, imaginava as cenas perfeitamente em minha cabeça.

— Até que depois de um ano de namoro, ele me pediu em casamento. Eu recusei, pois frequentemente era humilhada no restaurante que eu trabalhava, mas o Lee me passava tanta confiança, e ele demonstrava me amar com todas as forças, me fazia sentir a única. Então, deixei tudo para trás e me casei com ele, não me importando se eu vinha de uma família pobre ou não. – continuou.

Ela me olhou de relance, já eu mantinha meus olhos fixos na mesma.

— Eu me casei. No começo, foi tudo lindo, ele demonstrava me amar, e o Jimin me via como uma mamãe. Eu me sentia nos céus, nas nuvens. Parecia um sonho. – ela me olhou, seus olhos que costumavam ser vazios, brilhavam ao relembrar do passado.– mas aí...o inferno começou. Ele passou a chegar tarde em casa, quando voltava as maiorias das vezes era bêbado, a casa em que morávamos era repletas de fotos da ex-esposa dele, tudo na casa parecia pertencer a ela, e eu, era parecia ser apenas uma intrusa ali.

Uma Esposa Para Um Mafioso Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora