𝐍𝐀𝐒𝐂𝐈𝐃𝐀 𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐒𝐎𝐅𝐑𝐄━❛Megan não conseguia se lembrar de sua infância, era como se alguma coisa bloqueasse. Por muito tempo, se sentiu confusa e perdida em relação a quem ela é e a quem ela realmente foi no passado.
── 𝐐𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐞�...
𝗘 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗮 𝗶𝗻𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 aquela que cuidou de mim, não era minha mãe e ainda descobrir que tenho poderes. Agora estou sozinha, minha vida já não era das melhores e agora piorou.
Consigo ver o sangue daquele homem e daquela mulher em minhas mãos, ele não sai estar bem aqui, cobrindo toda palma de minhas mãos. Suja e perdida, mais perdida do que nunca.
━ Megan! Megan! Onde você está? ━ Escutei a voz tão doce chamando por mim, não quero dizer onde estou… me sinto feia. Horrível e como se eu não pudesse desvê-los, toda aquela cena, todo aquele sangue. E meus olhos obscuros.
━ Por favor, Megan me diz onde está, estou preocupada ━ Escutei seus passos desesperados pela casa, checando cada cômodo rapidamente.
━ Eu estou… aqui. Onze, eu estou aqui ━ Quase não falo de tanto gagueja, com a garganta falhada devido ao choro e de imediato, ela abra a porta com seu poder e me aconchega em seus braços, não se importando de se sujar com o sangue imundo em minhas mãos.
━ Por quê? Eu só quero saber o porquê ━ Vejo seus dedos tateando por meu rosto, limpando o borrão preto dos meus olhos, me fazendo olha para ela.
Não aguentei e deixei transbordar. As lágrimas grosas se espalharam pelo meu rosto, chegando até minha boca, fazendo-me engolir o próprio choro. ━ Ei, vai ficar tudo bem, coisas boas virão… sinto muito, eu realmente sinto muito ━ deu um sorriso mínimo, parecendo sentir ali naquele momento a minha dor me apertando em seus braços e suas mãos faziam massagem em minha costa.
━ Eu espero que sim, EL...eu só espero que sim ━ ergui minha cabeça, limpando meus olhos. Tenho certeza de que talvez meus olhos azuis-céu se tornaram escuros…
━ Vou ligar para o hopper, ele vai saber o que fazer, tá? ━ Olhou para mim e o calor de suas mãos reconfortou meus ombros.
━ Tudo bem, eu só… quero enterrar minha mãe lá no quintal ━ As palavras quase que não saíram de minha garganta porque, apesar de tudo, ela era minha mãe, foi quem cuidou de mim e me deu tudo que eu queria.
Eramos tudo uma para outra e agora sangrarei sem tempo determinado.
No outro dia, estavam em minha casa todos que eu conhecia. Nancy, Mike, Lucas, Dustin o pai do grupo, Steve, Will e seu irmão estavam juntos, já a sua mãe estava junto de jim. Max e Eleven estavam junto a mim me abraçando, nunca pensei que gostaria de um abraço como agora.
Olhando para a terra onde jazia a minha amada mãe, nunca parei e pensei o porquê de sempre sentir sensações ruins antes de alguma coisa acontecer, como se estivesse vindo diretamente para mim com um embrulho no estômago. Fui cega de mas para ver aquilo que estava estampado em minha face é o quanto meus sentidos tentaram me avisar.
Coisas ruins acontecem com pessoas próximas a mim, todos que eu amo se vão de repente e me encontro rezando para os céus para acredita que tudo não passe de uma mera mentira, uma brincadeira do universo. Porém, sinceramente, eu nunca tive muita simpatia por que essas coisas ruins eu sempre vir vindo para mim só não quis enxergar.
Encarava o caixão agora cheio de terra dentro do buraco fixadamente, enquanto sentia o calor de ambos os corpos de Maxine e Eleven se agarrando ao meu e os rostos dos meus companheiros que pareciam se compadecerem de minha dor. Eu ainda queria acreditar que não estava tudo acabado, queria acreditar que ela ainda estaria lá para mim. Entretanto, no fundo, de meu coração, eu sabia que minha amada Clarisse não voltaria, pois está morta, ela não voltaria nunca mais…
Elevei as mãos ao rosto de repente, enxugando uma lágrima que não percebi. Sentir um abraço esmagador de urso. Eram todos que estavam lá me abraçando, me confortando.
Após se afastarem olhei novamente para o caixão e sabia que ia ter que toma uma decisão, portanto peguei uma pá e comecei a preencher o buraco. Somente se ouvia o barulho da pá e da terra se misturando várias vezes, ninguém ousou falar nada. Coloquei meus olhos em cima de outra pá e vi que a pessoa que a controlava era Dustin com um pequeno sorriso no rosto, e logo depois veio Onze, toda desajeitada, e inesperadamente todos vieram ajudar a preencher a vala onde minha mãe ficara.
Lembrava um formigueiro com só um objetivo em mente: enterrar para sempre Clarisse.
Você não tinha percebido, mas naquele momento tinha ganhado uma grande família, uma verdadeira família.
