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Sábado, 06:23 da manhã.

- Não aguento mais ver tanto rosa. - Vegas, deitado na minha cama, reclamou. - Ainda bem que estamos indo passar o final de semana na casa da sua avó na ilha. Se eu ficar aqui por mais tempo, vou ter pesadelos com a cor rosa e milhares de Hello Kitty.

- Vegas, não exagera. Meu quarto está lindo. - Falo, enquanto arrumo minha mala.

- Se fosse apenas o quarto, tudo bem, mas é a casa toda, baby. Não acha que exagerou um pouco? Todos os cômodos têm uma cara da Hello Kitty.

- E daí? A casa é minha.

- Calma, amor. Não precisa responder assim. - Vegas levantou-se, abraçando minha cintura. - Por que está assim?

- Estou nervoso. Essa será a primeira vez que você e a vovó vão se conhecer.

- Vou fazer o possível para ela gostar de mim.

Vejo Macau entrar no meu quarto, agindo com toda a informalidade ao se jogar na minha cama.

- E o Big também pode ir para a viagem? - Macau, enquanto relaxa na minha cama, pergunta descontraído.

- Não, Macau. Essa viagem é só pra a família. - Vegas, imediatamente, recusa, e percebo um toque de ciúmes em sua expressão ao mencionar seu irmão.

- Na verdade, Big também é considerado da família. A vovó adora ele, e, na verdade, ele já estava convidado. - Falei, fechando a minha mala.

Vegas fica surpreso, enquanto Macau ri animado com a situação, percebendo a expressão inesperada do seu irmão mais velho.

- Vou lá ajudar o Big com as malas. - Macau, levanta.

- Não precisa, Macau. Big sabe se cuidar sozinho. Fique aqui.

- Vegas, cala a boca. Macau, vá ajudar o Big com as malas.

- Ok. Vou indo. - Macau sai praticamente correndo do meu quarto.

- O que? - Vegas fica pasmo ao ver seu irmão obedecendo a minha ordem sem hesitação.

- Vegas, melhor você se acostumar. Parece que Macau e Venice estão começando a me obedecer mais do que você, o próprio irmão.

- O que você fez para conseguir isso?

- Acho que é apenas uma questão de os irmãos reconhecerem quem realmente manda aqui. E, vamos ser honestos, Vegas, até mesmo você faz o que eu quiser.

- Ok, ok, você venceu. Eu admito, eu não consigo dizer não a você, Pete. Te mimei demais.

- Acho que você gosta de me mimar, não é?

- Bem, é verdade. Eu adoro mimar você, honey. Afinal, você é meu bebê, e ver você feliz é a melhor recompensa.

- Ah, se você me chama de bebê, Vegas, vai ter que assumir os deveres de pai e me dar de mamar.

Vegas me abraça com mais firmeza, beijando suavemente o meu pescoço.

- Sempre tenho leite quentinho pronto para o meu bebê.

Com um sorriso malicioso, me aproximo de Vegas, ficando de frente para ele, e sutilmente me ajoelho. Entretanto, no preciso momento em que a porta se abre, com Big e Macau entrando, minha reação é rápida. No chão, de quatro, finjo procurar algo, surpreendendo os recém chegados.

- O que você está procurando aí, Pete? - Macau pergunta.

- Minhas lentes de contato. Acho que caíram.

My criminal neighbor - VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora