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Chego em casa depois de um longo dia de trabalho. Faz alguns dias que voltei ao trabalho, mas mesmo assim, não consigo deixar de me preocupar com Pete. Entro pela porta  e a casa está silenciosa, o que só aumenta minha ansiedade.

Chamo pelo nome de Pete. Nenhuma resposta. Meu coração acelera enquanto caminho pela casa, procurando por ele em cada cômodo. Passo pela sala de estar e vejo nada, onde a preocupação me consome, pensando se ele está tendo outro daqueles dias difíceis.

Chego na cozinha, esperando encontrá-lo lá, mas está vazia. Verifico meu telefone, esperando uma mensagem ou uma ligação perdida, mas nada. Ele deveria ter voltado da faculdade há horas. Tento me acalmar, mas a preocupação não me deixa em paz. Começo a imaginar cenários na minha cabeça, cada um mais alarmante que o outro.

Decido ligar para ele, o telefone toca várias vezes antes de ir para o correio de voz. Sinto um nó no estômago. Em seguida, penso em ligar para Porsche. Talvez ele saiba de algo.

- Vamos, Porsche, atenda... - Murmuro, enquanto o telefone toca repetidamente.

Sem resposta. Desespero começa a tomar conta de mim.

Saio de casa roendo as unhas. Vou até a frente, esperando ver algum sinal de Pete. Enquanto estou na calçada, um carro passa lentamente. Meu coração quase para ao reconhecer o veículo. Era o mesmo carro que atropelou a mãe de Pete. Lembro claramente da placa: 1404. Tento engolir o pânico, mas as lembranças me invadem.

Olho fixamente para o carro enquanto ele passa, minhas mãos tremendo. Tento memorizar cada detalhe. O veículo desaparece na esquina e fico ali, parado, tentando processar o que acabei de ver. Não pode ser coincidência.

Imediatamente, tento ligar para Porsche novamente, minha ansiedade crescendo. Ainda sem resposta.

Entro em casa e começo a andar de um lado para o outro, tentando processar tudo o que está acontecendo. Preciso manter a calma mas é difícil. Sinto a necessidade de protegê-lo de tudo, de estar ao seu lado o tempo todo. Sei que ele está passando por um momento difícil, e isso também está me afetando profundamente. Me sento no sofá, apoiando a cabeça nas mãos.

Pete abre a porta com um largo sorriso estampado em seu rosto, segurando sacolas nas mãos. Meus olhos se enchem de lágrimas ao vê-lo, e corro até ele, abraçando-o com força, deixando as lágrimas rolarem pelo meu rosto.

‐ O que está acontecendo, Vegas? Por que você está chorando?

‐ Eu... Eu só... – Soluços. – Eu só estava preocupado com você. Eu que pensei que algo tinha acontecido com você.

Pete vai até o sofá e me puxa para sentar em seu colo, me envolvendo em um abraço. Sinto-me seguro em seus braços, e aos poucos meu choro vai diminuindo.

‐ Desculpa por te deixar tão assustado. Eu não queria isso.

‐ Não foi culpa sua, Pete. Eu só me preocupo muito com você.

‐ Aquele dia no quarto... Eu desencadeei algum gatilho em você?

‐ Sim, um pouco. Eu só fiquei com medo de perder você. Eu não quero te perder.

‐ Pode confiar em mim, Vegas. – Pete responde segurando meu rosto entre suas mãos. – Se algo te incomodou naquele momento, precisamos falar sobre isso. Eu quero entender, quero estar aqui para você. Estamos juntos nisso, lembra?

‐ Eu me lembrei dela, Pete. Da minha mãe... Eu a vi morta, no chão do hospital, depois... depois que ela se matou. E agora estou com medo de que aconteça o mesmo com você.

- Me desculpe, amor. Sinto muito por ter trazido toda essa dor à tona. Eu não queria te machucar. E quero que saiba que nunca faria nada contra mim mesmo. Estou melhorando, Vegas. Vou ficar bem, e estarei aqui por você.

My criminal neighbor - VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora