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Ao descer as escadas, me sinto um pouco melhor do que ontem à noite, mas ainda estou bastante abalado. Ao entrar na cozinha, encontro Dara com um sorriso caloroso, o que me faz sentir um pouco de conforto.

- Bom dia. Se sente melhor? - Ela pergunta, me oferecendo um chá. - Beba isso, vai ajudá-lo. Ontem você vômitou muito, deve está muito fraco.

Aceito a xícara, puxando um banco do balcão para me sentar. Eu me sentia muito cansado, tanto fisicamente, como mentalmente. Todo aquele vômito de ontem, foi o suficiente para me desgastar, apesar de parecer que a minha dor de coração partido ter ido junto, a dor continua aqui, pulsante.

Embora eu acredite merecer toda essa dor. Não sou uma pessoa boa, um péssimo namorado e carrego a culpa pela morte da minha mãe. Talvez eu realmente mereça todo esse sofrimento.

Dara toca minha mão suavemente.

- Seja forte, Vegas. Tudo vai se resolver e vocês vão voltar. Eu tenho certeza disso. - Ela diz, com um olhar cheio de compaixão. Suas palavras trazem um pouco de conforto, mas ainda assim, a incerteza paira sobre mim.

- Eu quero acreditar nisso, Dara. Mas parece que o Pete está realmente decidido, mesmo que também pareça estar sofrendo.

- Vegas, você se sente disposto hoje? Se estiver, talvez seja uma boa ideia ir acampar com os garotos. Pode ser uma oportunidade para vocês se aproximarem novamente.

- Estou considerando ir, mas não sei se aguentarei ficar longe do Pete, mesmo que ele esteja por perto. Tudo isso é muito desafiador. Só quero tê-lo ao meu lado novamente.

- Vegas, por favor, vá. Conheço bem o meu filho, ele não vai suportar ficar longe de você. Sua presença vai afetá-lo, e é disso que precisamos.

A porta se abre e vejo Macau entrar com uma mochila nas costas. Seu sorriso é reconfortante e, antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele se aproxima e me envolve em um abraço caloroso. Me permito afundar um pouco mais em seu abraço, buscando um pouco de conforto naquele gesto familiar.

- Hia, como você está? - Macau pergunta, preocupado, enquanto nos separamos do abraço.

- Estou... Bem, considerando as circunstâncias. - Digo, tentando soar mais confiante do que realmente me sinto.

- Ainda não consigo entender o porquê o Pete ter terminado com você. Ele parece te amar tanto. - Disse Macau, parecendo chateado.

- Estou ainda mais confuso do que você. - Admiti, soltando um suspiro. - Esse término foi tão repentino.

- Você se sente melhor? Acha que vai querer acampar? - Macau perguntou, suavemente.

- Sim, acho que sim. Estou precisando me distrair. - Abro um pequeno sorriso.

- Só lembre que o Pete também vai estar lá. - Ele acrescenta.

- Não me incomoda. - Disse, embora a ideia de enfrentar Pete tão cedo fosse intimidadora.

Subi para o meu quarto, precisando do alívio e da solidão que um bom banho prometia. A água quente era um conforto, lavando não apenas o suor e a sujeira do dia, mas também tentando limpar a confusão e a dor que se agarravam a mim desde o término com Pete.

Quando terminei no banheiro, enrolado em uma toalha, notei meu irmão organizando minha mochila sobre a cama. Parecia que ele estava tentando me ajudar a preparar tudo para o acampamento, um gesto que eu não esperava, mas que de alguma forma me tocou.

Caminhei até o armário para pegar uma roupa para vestir, ainda pensativo. A presença silenciosa e solidária do meu irmão no quarto era um lembrete de que, não importa o que acontecesse, eu não estava completamente sozinho.

My criminal neighbor - VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora