My criminal neighbor - VegasPete

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Mesmo após uma semana, eu ainda não conseguia me acostumar com a ideia de ter um novo irmão. Como assim um irmão? Dias atrás, eu era o filho caçula, sempre fui. Agora de repente, tinha que lidar com a presença de Yim. Era estranho olhar para ele e ver traços do nosso pai, um homem que eu mal conhecia e que estava desaparecido. 

Cada vez que via Yim, uma onda de emoções me atingia. Parte de mim se sentia responsável por ele, mas outra parte estava confusa e um pouco ressentida. Era injusto que de um momento para o outro, minha vida tivesse mudado tanto. Yim era quieto e tímido, mas estava claro que ele também estava se adaptando. Ele parecia um bom garoto, e eu sabia que Vegas tinha razão ao dizer que ele poderia ser um grande irmão, que poderia ser divertido. 

Mas ainda assim, a mudança era grande demais para processar rapidamente. Ver Yim ocupando espaços na casa, conversando com Vegas e Macau, tentando se enturmar, fazia-me sentir como se tudo estivesse se deslocando, saindo do lugar. Eu sabia que precisava me adaptar, ser paciente, mas às vezes, só queria que tudo voltasse ao normal, ao que eu conhecia e entendia.

Yim havia mostrado fotos antigas para mim. Muitas delas eram de quando ele era criança, e nosso pai estava lá, sorrindo e presente em todos os momentos. Ao ver essas imagens, senti uma pontada de inveja. Não era culpa de Yim, mas era difícil ignorar o fato de que ele teve a oportunidade de conviver com nosso pai, enquanto eu não.

Ver as fotos, os momentos felizes que Yim teve, me fez perceber o quanto eu havia perdido. Mesmo sem querer, eu me sentia um pouco amargo. Eu deveria estar feliz por Yim ter tido esses momentos, mas era impossível não sentir um misto de tristeza e ciúme. Esse pai que estava desaparecido agora parecia mais real para mim através das fotos, e essa realidade me doía.

De repente me vi herdeiro de uma grande quantia de dinheiro. Nunca passei necessidade, graças aos esforços da minha mãe, que sempre fez tudo por mim e pela minha irmã. Tivemos uma vida boa, mas nunca fomos ricos. E agora a realidade mudou completamente. Ser rico não era algo que eu havia imaginado, e a ideia parecia mais um fardo do que uma bênção.

Minha cabeça estava uma bagunça. Era difícil processar todas essas novas informações enquanto a dor da perda da minha mãe ainda pesava tanto em meu coração. Sinto como se meu coração estivesse em mil pedaços, espalhados por todo lado, impossível de serem reunidos.

E ali estava Vegas, ao meu lado, disposto a me ajudar a juntar cada pedacinho quebrado. Sentir o apoio e a presença dele era reconfortante. Saber que Vegas estava determinado a me ajudar a superar essa fase difícil me dava um pouco de esperança em meio ao caos.

Eu sabia que além de lidar com a minha própria dor, precisava cuidar do Vegas também. Não estava sendo fácil para ele, especialmente porque eu havia sem querer despertado um trauma profundo nele. A imagem de sua mãe morta no hospital, após se suicidar, voltava a assombrá-lo, e eu me sentia péssimo por ter contribuído para isso.

Vegas sempre foi forte por mim, mas eu via o quanto ele também estava quebrado. O peso de seu próprio sofrimento estava claramente estampado em seus olhos. Eu queria estar lá para ele, como ele estava para mim. Queria ser capaz de ajudá-lo a carregar esse fardo, de alguma forma aliviar a dor que ele sentia.

Era difícil ver a pessoa que amo tanto passando por tanta angústia. Estou determinado a ser um pilar de apoio para Vegas, a mostrar que ele não estava sozinho. 

A responsabilidade de cuidar de Yim também pesava sobre mim. Um adolescente de 15 anos que acabou de perder a avó e precisava de um novo lar. Eu teria que encontrar forças para ser um irmão mais velho digno, alguém em quem ele pudesse confiar.

Tudo isso me esmagava, mas eu sabia que com Vegas ao meu lado, conseguiríamos encontrar uma maneira de lidar com tudo. Precisávamos ser fortes, um pelo outro, e pela nova família que estávamos formando.