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Eu tentei de todas as maneiras abrir a droga daquele diário, mas todas as minhas tentativas foram falhas. Sem mais nenhuma pista do desaparecimento do Big, lembrei que havia o seu diário de não hesitei em pegá-lo. É um diário fechado com um cadeado de senha; tenho certeza que irei descobrir muitas coisas quando eu lê-lo.

Meus amigos haviam ido almoçar fora da faculdade hoje. Mais cedo, consegui me resolver com o Porsche e prometi estar mais presente em sua vida, mas não agora; primeiro, eu precisava descobrir o paradeiro do Big.

Agora, na faculdade, sentado em uma mesa mais distante de todos, eu tentava abrir a merda desse diário. O que há escrito nele, a ponto de o Big precisar fechá-lo com um cadeado de senha? Nunca vi isso antes.

Eu queria descobrir algo, entender o que estava acontecendo com ele todo esse tempo todo. Queria saber como ele permitiu que sua vida se destruísse assim, ao ponto de se tornar um usuário de drogas. Mas isso ainda era estranho; talvez Big fosse ótimo em disfarçar, mas eu nunca notei nenhum traço de vício nele.

‐ Que droga! Qual seria a porra da senha que o Big colocaria? – Bufei, passando a mão pelo rosto, frustrado.

Senti uma presença ao meu lado e, quando me virei, era Nop. Ele me encarava curioso, provavelmente se perguntando por que estou sozinho, sem meus amigos. Nop é um cara muito legal; estou gostando da sua aproximação repentina e acredito que ele pode me ajudar a encontrar Big, já que são melhores amigos. No entanto, Nop está ficando mais estranho. Ele parece um pouco assustado e, às vezes, vem com conversas estranhas. Provavelmente, ele não está bem mentalmente; o sumiço do Big deve tê-lo afetado muito.

Meu namorado, apesar de simpatizar com Nop, estava incomodado com sua aproximação, pois ele estava sempre conosco. Vegas disse que parecia que Nop estava nos observando, mas obviamente isso não faz sentido. Por que diabos Nop iria nos observar?

‐ Está tudo bem? – Ele perguntou, seu olhar expressando preocupação. – Ainda não conseguiu abrir esse diário?

‐ Se eu tivesse conseguido abrir, não estaria tão irritado agora. – Murmurei, sentindo o estresse correndo nas minhas veias. – Você viu o professor Ken? Talvez ele saiba qual é a senha. Ele é irmão do Big, deve conhecê-lo bem.

Nop abaixou a cabeça, brincando com seus dedos.

‐ Eu não o vi. Dificilmente o vejo, até porque sou de outra área. Venho aqui só para te ver.

‐ Mas se você esbarrar com ele por aí, diga que estou procurando por ele, ok? Talvez ele saiba a senha desse diário. Eu tentei de tudo, mas não funcionou.

‐ Se eu pudesse ajudar, eu ajudaria...

‐ Tudo bem, Nop. Se até eu, que o conheço há tanto tempo, não consegui adivinhar a senha, dificilmente outra pessoa conseguirá, a não ser o Ken, já que são irmãos.

Respirei fundo, tentando acalmar a frustração. Levantei-me lentamente, recolhendo minhas coisas com cuidado. O diário, ainda trancado, foi guardado na minha mochila.

‐ Eu vou esperar o Vegas lá fora. – Disse, virando-me para Nop. – Tenho uma consulta com ele daqui a pouco.

Nop assentiu, olhando para mim. Saí da faculdade e caminhei até a entrada principal, onde a luz do sol brilhava intensamente. Meus pensamentos estavam uma bagunça. Precisava falar com Vegas sobre tudo isso. Ele sempre conseguia me acalmar, mesmo nos momentos mais difíceis.

Encostei-me a uma árvore próxima à entrada e fiquei esperando. O calor do sol era reconfortante, mas minha mente estava longe, presa nas páginas trancadas daquele diário. O que Big estava escondendo? E por que ele sentiu necessidade de manter tudo tão protegido?

My criminal neighbor - VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora