POV'Emma
Os dias foram passando e eu fui me recuperando. Já não faço mais uso da tipóia e consigo mover meu braço normalmente. Minha recuperação foi bem rápida graças a minha enfermeira particular que trocou meus curativos e pegou água pra mim para que eu não precisasse levantar.
Nesse momento estou esperando ela no carro para que possamos ir para a aula.
- Por que a demora? - reclamo assim que ela entra no carro.
- Estava terminando de me arrumar. Não percebeu que estou mais bonita esta manhã? - ela arqueia uma sobrancelha.
Isso é notoriamente uma reclamação por eu não a ter elogiado.
- Você sempre está linda todas as manhãs. - respondo suave.
Não era a minha intenção a deixar tímida com meu comentário, então fiquei bastante surpresa quando notei o rubor em suas bochechas.
- Que bom, então. - ela responde depois de pigarrear.
A aula, como todos os dias, foi chata e nada interessante. Quem em sã consciência faz isso por livre e espontânea vontade?
Eu nunca cheguei a descobrir o que realmente gostaria de fazer. Mas com certeza não seria administração.
Antes que Alyssa saia da sala eu já estava a esperando na porta. Por isso, quando ela saiu de lá em uma empolgante conversa com um cara de um metro e oitenta, apertei meus olhos em sua direção e tentei acionar meu inexistente poder de raio laser para matá-lo.
Eu não gostei disso. Por que ela está sorrindo tanto? E por que ele tocou em seu cabelo? Ou melhor, por que ela deixou que ele tocasse em seu cabelo?
Espero até que ela me note.
- Oi, Emma. - ela diz parando a minha frente com ele ainda ao seu lado. - Esse é Matt, meu colega da sala.
Matt? Desde quando ela o conhece para já se tratar por apelido?
- Prazer. - ele estende a mão para que eu pegue.
Não pego. Não gostei dele e não faço nenhuma questão de ser educada, então mantenho minha expressão fechada.
- Essa é minha irmã mais velha, Emma. Não ligue muito pra ela, ela sempre está de mau humor.
Eles riem, mas eu não achei nenhuma graça.
Então agora eu sou a irmã mais velha dela? Se não me falha a memória ela negou isso com muita convicção outro dia antes de me beijar.
- Vamos! - sem esperar sua resposta, saio andando.
Ouço ela se despedir dele com um beijo em sua bochecha. Isso só me deixa ainda mais irritada.
Ela me alcança e tenta segurar meu braço como sempre faz, mas me afasto.
- O que houve?
Não a respondo. Não quero ser grossa só por causa do meu ciúmes. Eu mesma quem sugeriu que ela encontrasse alguém da sua idade e que estivesse disponível. Não posso reclamar se ela fez o que eu disse.
- Só estou estressada.
- Por que?
- Por nada, Alyssa.
Entro no carro e bato a porta mais forte do que o normal. Ela entra também e passamos o caminho inteiro sem dizer nada. Quando entramos em sua casa, vou direto para a cozinha beber um pouco de água, tentando fazer descer junto com ela todo meu ciúmes.
- O que houve, filha? - Clara entra na cozinha, se referindo a mim.
- Não é nada. Apenas algumas preocupações na faculdade. - minto.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Te Sigo Baby
Lãng mạn+18 As vezes eu paro para refletir sobre o tempo. É algo que está a nossa volta mas não sentimos, não vemos, ele apenas passa por nós e quando nos damos contas já estamos mais velhos e com novos pensamentos, novas perspectivas e novos desejos. As pe...