Capítulo 2

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Ele ignora a mulher e desfaz o sorriso, se vira para a garotinha que o olha curiosa e se abaixa para ficar em sua altura.

- Você gostou do hambúrguer?

- Sim. - a garotinha se limitou em dizer. Mas a verdade é que aquela tinha sido a comida mais gostosa que ela comera em toda sua vida, com certeza ela iria querer repetir aquilo um dia.

- Que tal se a gente fizer um acordo? - a garotinha o olhou atenta, confusa com o que aquele homem dizia. - Você terá uma casa, uma cama, dinheiro, uma boa educação e poderá comer quantos hambúrgueres você quiser. - seus olhos brilharam captando apenas a parte em que seu estômago ouvira e se manifestou. Mesmo sem saber exatamente do que se tratava ela balançou a cabeça em concordância e o homem sorriu satisfeito. - Em troca você terá apenas que proteger a minha filha. Digamos que você será uma espécie de guarda costa secreta. Tudo o que você tem que fazer, é virar melhor amiga dela.

Virar melhor amiga de alguém, não parece algo tão difícil a se cumprir. - a garotinha pensou.

- Agora eu tenho certeza que você enlouqueceu. Você sabe que está falando com uma criança, não é? Você quer que uma garota de quatro anos seja a segurança de sua filha? - a mulher gargalhou da tolice do homem. - Não seria mais fácil você contratar um homem de dois metros e pronto?

- Não seja idiota, como vou deixar um segurança profissional vinte e quatro horas por dia ao lado de Alyssa? A Clara iria desconfiar, não se esqueça que ela não sabe dessa minha outra querida profissão. - ele a encarou irritado. - E você está vendo esse olho roxo?

- Sim, esqueci de te perguntar quem foi autor dessa obra de artes, não me diga que foi o Daniel. - ela diz avaliando o visível hematoma no olho do amigo e sorriu largamente pensando quem foi o felizardo que conseguiu deixar sua assinatura no rosto do poderoso.

- Não, não foi o Daniel. Bem que ele gostaria na verdade...Olhe, a autora está bem aqui ao meu lado.

- Como?! - a mulher estupefacta intercala seu olhar entre o homem e a menina sentada ao seu lado. Pensou se escutou bem e se foi aquilo mesmo que o amigo quis dizer. - Você está me dizendo que essa garotinha fez o que metade desse país tem vontade de fazer?

Ele revirou os olhos e assentiu em contragosto. Ter que admitir isso não era um dos seus maiores orgulho.

- Foi quando eu a encontrei. Tentei chegar perto dela e como em um ato de defesa me deu um chute certeiro. Poderia jurar que perdi a visão por alguns segundos.

- Eu estou incredula. Travis, essa garota é um pródigo! - ela exclamou surpresa e encara a garotinha maravilhada como se estivesse vendo a melhor lutadora de MMA. - Se a gente começar a treinar ela de agora, quando crescer será uma grande máquina para nós.

- Também, mas ela será muito mais útil para mim. Vou treina-la para cuidar de Alyssa, cuidar da segurança dela. Se eu contratasse um profissional, Clara iria estranhar e, Alyssa em algum momento iria o rejeitar, preciso de alguém que ela passe a confiar cegamente. Ela ainda é um bebê, quando começar a crescer vai perceber que sempre uma única pessoa esteve ao seu lado. Ela. - apontou para a pequena que já se desligou da conversa dos adultos. - Me diga Andrea, o que é melhor do que uma melhor amiga treinada para esse serviço?

- E como você pretende aproximar as duas meninas? A Clara vai estranhar do mesmo jeito.

- Hum-hum...porque ela estranharia uma menininha que acabou de se mudar com a tia para a casa ao lado e quer virar amiguinha da sua filha? - ele sorri sugestivo.

- Ela é quatro anos mais velha que a Alyssa. - a mulher continua a apontar possíveis erros esperando que o amigo desista dessa ideia maluca.

- Mas isso é essencial, ela é mais velha, por tanto é mais forte e mais sábia, irá a proteger melhor assim. Não somente do homens mals, mas também de qualquer idiota que tentar se aproximar dela.

- Você é maluco. - cética, ela balança a cabeça negando levemente, não acreditando no plano idiota que o amigo acabara de criar. Apesar de poder dar certo, ela não conseguia acreditar que o amigo iria treinar a garota somente para isso quando poderia colocar alguém totalmente experiente para fazer no lugar.

- Você sabe que o Daniel é tudo menos mentiroso. Ele prometeu machucar a minha filha e eu não vou subestima-lo e colocar a vida dela em risco.

Ela concordou mesmo ainda um pouco contraditória.

- E como você pretende fazer ela morar ao lado da sua casa? E que história é essa de tia? Eu pensei que ela fosse órfã.

- Ué, ela simplesmente vai se mudar junto com a tia para a casa ao lado da minha. - ele dá de ombros e a amiga revira os olhos.

- Isso você já falou, o que eu quero saber é que tia é essa?

- E é aí...Que você entra nessa história, minha amiga.

- Não! - seus olhos temendo o que o homem vai dizer a seguir faz ela querer nunca ter saído da cama aquela noite.

- Não ficou claro? Você será a tia caridosa que ficou com a guarda dela depois que os pais morreram tragicamente.

- Não! Sem condições. Eu não vou fazer esse papel ridículo nessa ideia maluca.

- Eu sinceramente me espanto com o tanto de vezes que você se esquece que eu sou seu chefe.

- Isso não significa que eu sou obrigada a aceitar! - ela debate indignada.

- É claro que sim! Se eu estou mandando então você é! - ela bufa irritada e cruza os braços pensando em um próximo argumento. - E eu ainda não citei o fato de que vou triplicar o seu salário.

E de repente, os olhos da moça se arregalam com a possibilidade de ganhar três vezes mais o valor que já era muito sendo apenas um. Sem pensar duas vezes, seu sorriso cresceu satisfeito e ela apertou a mão do amigo feliz.

Te Sigo, BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora