Capítulo 42

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POV'Emma

- Ele se aproximou dela, viraram amigos, ela até parecia gostar dele, sabe? Mas toda a alegria durou pouco demais, a mesma garota que atrapalhava seu plano antes, voltou a atrapalhar seu novo plano mais uma vez. Sabe quem era essa garota, Emma? - ele me olha com a sobrancelhas levantadas como se realmente esperasse que eu adivinhasse. - Era você!! E garoto era eu! - ele gargalha deprimente.

Alyssa se assusta com sua risada e fecha os olhos, as lágrimas ainda descem incessantes. Queria tanto poder fazer algo para a deixar em segurança, tantos anos de treinamento e simplesmente não me servem em merda de nada agora. Ela está assustada e com medo, e eu não posso a tirar das mãos desse maluco psicopata.

- Você fez Alyssa se afastar de mim, fez ela me dispensar. Eu fiquei com tanta raiva, passei dias planejando tudo o que eu iria fazer com você, todas as coisas que eu faria para te fazer sofrer. Mas eu não precisei ir tão longe ao ponto de colocar meu plano em ação. Você mesma fez a gentileza de se tirar da jogada e, estava indo tudo tão bem. Eu só precisava de um pouco mais de tempo para ter ela só pra mim. Me aproximei do seu irmão, descobri que ele também te odiava e no quanto tínhamos em comum. Combinamos de matar você juntos, seria quase como uma diversão de cunhados. Tudo estava indo ao meu favor. Vim jantar em sua casa hoje e estava tudo perfeito...até você chegar!

Ele aponta a arma para mim.

- Você chegou e Alyssa já nem olhava mais para mim. Ela nem sequer ouvia quando eu tentava falar com ela, mas era só você mover um dedo e toda sua atenção ia pra você. Isso só me lembrou o quanto eu odeio você Emma. Você matou o meu pai antes que eu pudesse cumprir a promessa que eu fiz a ele. Eu sei que foi você! Você me tirou outra vez a garota que eu amo, você me tirou a chance de ser reconhecido pelo meu pai, você me fez sentir humilhado por ter sido rejeito por uma garota. E eu não vou permitir que você continue me atrapalhando desse jeito.

- É tudo o que você faz nas vidas das pessoas, Emma.

É a vez de James se pronunciar, também apontando a arma pra mim. Ótimo, aparentemente eu sou o alvo dos dois.

- Você chegou aqui como uma menina órfã que tinha perdido os pais em um trágico acidente. Entrou na minha família e roubou eles pra você. - seus olhos demonstram toda suas raiva. Eu sabia que ele se chateava, só não achava que tanto assim ao ponto de querer me matar. - Você monopolizou a minha irmã, a única coisa que ela sabia falar era na sua querida Emma. Roubou a atenção da minha mãe, tudo era primeiro para a Emma, porque ela não tinha uma mãe então precisava de mais atenção do que eu. Mas no fim fui eu quem fiquei sem mãe, porque tudo era para você! - ele grita. - Com o meu pai, também foi o mesmo, ele sempre dizia, olha como a Emma consegue fazer tudo e olha como James não consegue fazer nada. Você me fez parecer um inútil aos olhos do meu pai. Até que eu descobri o porquê que vocês estavam sempre tão unidos. Descobri que meu pai era um traficante, e isso deveria me chocar, deveria me deixar surpreso, mas eu só consegui sentir raiva porque era a mim quem ele deveria está ensinando todas as coisas que sabe, era a mim quem ele deveria ter colocado ao seu lado para o ajudar, ir até a mim quando precisasse, mas era você quem já ocupava esse lugar. Provavelmente seria você quem ficaria no lugar dele quando ele se "aposentasse", não é?

Ele olha de mim para Travis. Não precisamos responder nada, ele já tinha sua resposta.

- É por isso que eu te odeio, Emma!

- Chega! - Clara grita, chamando sua atenção. - Por que você está fazendo isso, filho?

- Você sempre amou mais ela do que eu, mãe. Seu filho legítimo.

- Isso não é verdade, eu sempre amei vocês três da mesma maneira.

- Mas não era pra amar! - seu rosto já está vermelho, a veio de seu pescoço salta mostrando sua alteração. Seus olhos derramam as primeiras lágrimas enquanto encara sua mãe com ódio. - Ela não é ninguém, por que você tem que amar ela da mesma forma que ama seus filhos?

Ele tem razão. Nem meus próprios pais biológicos me amaram porque uma mulher que nem me deu a luz amaria no mesmo tanto que seu filhos?

- O amor de uma mãe não vem quando ela pare uma criança, ele vem quando ela reconhece que essa criança é o seu filho, e que ela vai amar, cuidar e o proteger para sempre! Eu não dei a luz a Emma, mas eu soube no dias que ela pisou os pés nessa casa pela primeira vez que eu ia amar aquela criança como se fosse minha. E ela é, é a minha filha e o seu ciúmes ridículo não vai mudar isso!

Olho para a mulher que me defende. Ela tem lágrimas nos olhos e bate de frente com seu filho verdadeiro que tem uma arma na mão. Esse foi um momento em que eu senti um tipo de amor diferente. Eu sempre soube que amava Clara como uma mãe, mas essa é a primeira vez que eu olho pra ela e a vejo verdadeiramente como uma. Ela não é minha mãe de verdade, mas definitivamente é minha mãe.

- Mãe. - sussurro.

Ela olha pra mim com um sorriso e acena com a cabeça, como se ouvisse meu sussurro e concordasse. Posso ler em seus olhos ela dizer "sim, filha."

- Olha o que você está fazendo. Você amarrou seu pai, você está gritando com sua mãe, está apontando uma arma pra sua irmã.

- Ela não é minha irmaaã!!

Ele grita como se algo dentro dele houvesse explodido. Como se ele houvesse chegado em um limite de transtorno que alguém chega antes de surtar. E é o que ele faz. Ele surta. Tudo parecia está em câmera lenta quando James mirou sua arma em mim e apertou o gatilho causando o primeiro estrondo de barulho.

- James, não! - Travis o grita apavorado.

Também ouço Alyssa e Clara o gritarem desesperadas. Ele me olha ofegante e apenas fica com mais raiva ainda quando percebe que o tiro pegou de raspão. Ele da passos em minha direção apertando o gatilho, dessa vez, várias vezes seguidas.

- Não!! - ouço a voz de Clara, antes de sentir seu corpo se chocar contra o meu.

Caio no chão com o peso da mulher em cima de mim. Não preciso olhá-la para saber o que aconteceu. Minhas mãos molhadas pelo sangue a abraçam enquanto lágrimas banham meu rosto e pingam no rosto dela.

- Mãe. - sussurro soluçando.

- Clara! - Travis grita chorando também. Os gritos de  dor de Alyssa parte meu coração.

- Filha...- Clara sussurra com dificuldade.

- Mãe, por favor, fica comigo, eu...- me engasgo com meu próprio choro.

- A mamãe te ama. - ela sorri fracamente, antes de fechar os olhos. Consigo perceber quando ela dá o seu último suspiro e choro ainda mais forte, porque sei que isso jamais sairá das minhas lembranças.

- Não! Não! Não...

Travis continua gritando e chorando, ele se mexe descontroladamente e James apenas continua em pé, nos encarando sem reação.

Balanço nosso corpo em um ninar enquanto choro. Beijo sua testa ainda quente e acaricio seu rosto, deixando nele um rastro do seu próprio sangue.

Te Sigo, BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora