POV'Emma
- O que você fez! - Travis esbraveja para seu filho que finalmente sai do transe.
Quando ele se dá conta, Travis já está em cima dele, em uma luta corporal. Em algum momento ele conseguiu se desamarrar. Os dois lutam entre si e eu, ainda no chão com Clara em meu colo, não consigo ter nenhuma reação. Estou paralisada.
- Emma! - olho atônita para o homem que me grita.
Tudo a minha volta parece ter ficado em câmera lenta, minhas mãos tremem incontrolavelmente.
- Emma, Alyssa! - isso parece chamar minha atenção porque, por um momento me lembro que Alyssa ainda está rendida pelo filho de Daniel.
Sinto aos poucos toda adrenalina voltar para meu corpo, Matt me olha e aponta a arma para mim, ele sorri como se já houvesse ganhado, mas aproveitando do seu destraimento, Alyssa bate com toda força o cotovelo em sua barriga e ele se curva de dor, soltando o braço dela para segurar a própria barriga. Alyssa corre para fora da sala e em um impulso me levanto, vou com tudo para cima dele e o derrubo no chão. Nós dois lutamos pela posse da arma em sua mão, ele por ser homem é naturalmente mais forte que eu, mas eu recebi os treinamentos certos, então consigo deixar uma briga acirrada.
Soco seu rosto tirando bastante sangue do seu nariz mas para minha desvantagem ele puxa meu cabelo. Covarde. Seguro seu punho tentando pegar a arma em sua mão, isso faz com que ele aperte o gatilho disparando uma bala, fazendo um alto barulho.
Consigo ver de canto de olho que Travis também ainda luta com seu filho, mas não é exatamente uma luta, ele apenas bate no garoto com toda raiva como se batesse em um inimigo.
- Eu vou te matar! - ele me dá um soco no rosto. - Vou matar você e depois vou ficar com Alyssa pra mim.
Eu sei o que ele está tentando fazer. Está tentando me desestabilizar para que consiga ficar em vantagem. E infelizmente ele está conseguindo, ter pedido Clara e ter visto ela falecer em meus braços já me abalou o suficiente para dar a ele uma briga justa. Em outro momento, eu apenas já o teria matado, mas agora, deixo que ele consiga me atingir como se fosse um merecimento.
Sim, sinto que mereço. Não fui perspicaz o suficiente para ter visto o perigo ao lado de Alyssa. Deixei que ele conseguisse a manter em sua posse, se ele quisesse já teria a matado e tudo o que me restaria seria deixar que ele me matasse em seguida.
Clara morreu, não posso permitir que ele faça alguma coisa com Alyssa ou Travis também.
Entretanto, ele ganha toda a vantagem sobre mim. Vários disparos é feito ao nosso lado. Não apenas um como aconteceu sem querer entre mim e o cara que luto, mas vários como acontece quando se tem a intenção de matar. Eu conheço bem a precisão do dedo no gatilho, faz parte do meu treinamento não hesitar. Uma sequência de quatro tiros aconteceu e todo o meu corpo automaticamente virou para ver se Travis estava bem.
Matt se aproveita disso e passa o braço pelo meu pescoço, ele me estrangula e aponta a arma em minha cabeça. Ainda assim, apenas me preocupo em focar meus olhos em Travis. O homem se matem em pé, apontando a arma que ainda solta fumaça para seu filho, caído no chão.
Arregalo meus olhos em espanto, vejo a cena que nunca imaginei um dia ver em toda minha vida. Travis acabou de matar seu próprio filho.
Diferente de quando mata qualquer outra pessoa, seu olhar não é frio. É um olhar triste. Um olhar de alguém que não queria ter feito isso. Parecendo retomar a postura, ele aponta sua arma agora em nossa direção.
- Solte-a. - ele diz frio.
- Não. Se você quiser me matar, terá que matar a nós dois.
- Solte ela e eu deixo você viver.
Matt ri. Ele sabe que isso é apenas uma promessa vazia.
- Você deve achar que eu sou muito tolo.
Meu corpo está na frente do dele, Travis nunca conseguiria atirar nele sem me acertar antes.
- Travis, atire. - digo com dificuldade pelo aperto em meu pescoço.
- Vamos lá, você acabou de matar o seu filho, não será tão difícil assim matar ela.
Travis me olha com remorso. Eu não consigo entender o que se passa em sua mente, ele parece está tendo uma batalha internamente.
- Escuta. - chamo sua atenção. - Lembra quando você me encontrou e eu dei um chute em seu rosto? Eu tirei bastante sangue do seu nariz.
Rio tentando aliviar o clima.
- Quatro anos e você já era capaz de fazer aquilo com alguém. - ele diz orgulhoso.
- Obrigada por tudo o que você me deu. Não estou falando dos bens matérias, obrigada por ter me dado uma família. - uma lágrima desce lentamente do meu olho. - Você me deu tudo o que os meus pais não conseguiram me dar. Você me deu uma mãe, um amor, e de certa forma me deu um pai também.
- Eu sempre fui seu pai, Emma. Não dá forma certa, mas eu sempre tentei ser, assim como gostaria que outra pessoa fosse para minha filha se eu não estivesse mais presente.
- Você me deu a maior felicidade da minha vida. Ter Alyssa fez valer a pena todos esses vinte anos que eu não teria vivido se você não houvesse me encontrado. Cuida dela, por favor. Tenho medo de que ela nunca supere esse dia.
- Ela vai superar. Ela precisa apenas da pessoa certa ao seu lado. Cuide da minha filha, Emma. Cuide dela como eu te ensinei todos esses anos. - ele me olha com tristeza. - Eu não posso matar você, eu acabei de matar um filho, não sou capaz de matar outro também.
- Você precisa! - grito assustada com suas palavras. - Atire e mate nós dois, só assim pra isso acabar.
- Eu perdi minha esposa, matei meu filho, estaria te perdendo também. Como você acha que eu conseguiria viver com isso? Não sou capaz...E como você acabou de falar, só assim para isso acabar.
Com suas últimas palavras, ele abaixa sua arma, deixando que ela caia no chão.
- Seu pai queria se vingar de mim matando minha filha, mas para você, qual a vingança melhor do que me matar diretamente? Eu coloquei seu pai na cadeia e depois mandei que matassem ele. Se você tem que matar alguém, deve ser eu.
Travis diz para Matt. Seus braços baixos em rendimento, seu peito estufado sem nenhuma proteção. Era tudo o que Matt precisava para tirar sua arma da minha têmpora e apontar para ele com um sorriso maquiavélico.
Aproveito de seu ato para segurar seu braço e o torcer. Faço com tanta força que consigo ouvir o osso se partindo. Entretanto, meu ato não foi rápido o suficiente para evitar o disparo. Derrubo o homem no chão em um perfeito golpe quase como se eu fosse uma super-heroína que recuperasse sua força. Roubo a arma de sua mão e aponto para sua cabeça, não espero que ele diga nenhuma palavra para descarregar o restante das balas em sua testa.
Quando a adrenalina do meu corpo diminui estou ofegante e com os dentes cerrados. Meu dedo ainda continua apertando o gatilho automaticamente, mas o homem já está morto, seu rosto desfigurado comprova isso.
Olho para trás tentando encontrar os olhos do outro homem mas tudo o que encontro é o seu corpo caído no chão, perto do corpo de seu filho, que se encontra perto do corpo de sua mãe.
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Te Sigo, Baby
Romance+18 As vezes eu paro para refletir sobre o tempo. É algo que está a nossa volta mas não sentimos, não vemos, ele apenas passa por nós e quando nos damos contas já estamos mais velhos e com novos pensamentos, novas perspectivas e novos desejos. As pe...