Te Sigo Baby

Capítulo 34

POV'Emma

Faz exatas uma hora desde que Alyssa saiu com seu irmão. Me encontro nesse momento nervosa, ansiosa e inquieta por não está lá com ela, garantido que nada de ruim vai acontecer. Minha mente já criou vários cenários ruins e precisei muito me controlar para não segui-la as escondida.

Não posso fazer isso. - repito em pensamento mais uma vez.

Alyssa pediu que eu confiasse nela, preciso apenas sobreviver a essa noite para prová-la que confio e depois posso voltar a fazer do meu jeito.

- Onde Alyssa foi? - Travis me pergunta ao chegar na sala.

- Saiu com James para um festa. - volto a fingir prestar atenção na tv.

- E por que você está aqui? - sua cara não é nada boa.

Respiro fundo, e decido aproveitar para falar com ele um assunto que pensei muito hoje.

- Posso falar com você em seu escritório?

Com uma resposta silenciosa, ele sai em direção a sua sala de trabalho e eu o sigo. Ele senta em sua cadeira atrás da mesa, mas permaneço em pé.

- Prossiga.

- Eu quero que você me dispense da obrigação de proteger Alyssa. - digo direta, ele odeia quando as pessoas enrolam para dizer algo.

- Isso é uma piada?

- Não, Travis. Eu não quero mais mentir para Alyssa do porque estou ao seu lado.

- Por que essa decisão repentina? - ele pergunta intrigado.

- Não é repentina, eu nunca gostei do fato de que eu ganho dinheiro para ser amiga e cuidar dela, eu nunca quis estar com ela por obrigação, quero fazer isso com a certeza de que é apenas uma escolha minha.

- Está com medo de Alyssa descobrir?

- Também - não tem porque não ser sincera. - Alyssa irá me odiar se descobrir.

Abaixo meus olhos, deixado transparecer minha tristeza.

- E por que você está tomando essa decisão agora?

- Daniel está morto, não precisa mais de mim e eu não preciso mais mentir.

- Tem certeza que é apenas isso?

Também tem o fato de que agora ela é minha namorada, mas você não precisa saber disso neste exato momento.

- Sim. - minto.

- Certo, então. Você tem razão, Daniel está morto não temos mais com o que nos preocupar, eu iria gostar se você continuasse mas já que não quer mais isso, então vamos arranjar outra coisa para você fazer no galpão.

- Não. Não quero me envolver com o galpão, não me leve a mal Travis, mas eu não quero me envolver com essas coisas erradas. Sei que fui treinada pra isso e que fui eu quem matei Daniel, sei que você queria que eu assumisse depois de você mas... quero fazer outra coisa, se eu continuar no galpão ainda vai ser uma mentira que precisarei alimentar.

- Você nunca se importou tanto assim antes.

- Agora é diferente.

- O que está diferente? - ele insiste.

- Alyssa e eu estamos namorando.

Nem eu mesma acredito no que acabei de revelar. Essa é a hora em que eu levo um tiro na testa e desapareço misteriosamente.

Olho para Travis com receio de encontrar uma arma apontada pra mim, mas o que encontro é o seu sorriso. Franzo minha testa com isso. O que está havendo com ele?

- Isso é um bom motivo então.

- Não está irritado por estarmos juntas?

- Por que eu estaria, Emma? - ele se levanta e caminha até mim. Sinto meus músculos tensionarem com sua aproximação, não sei o que esperar disso. - Alyssa ama você, e você ama Alyssa. Você cuida dela desde que a mesma era um bebê e sempre fez isso do jeito que eu te pedi. Você é uma garota obediente e sempre coloca minha filha como prioridade em sua vida. Por que eu não iria gostar de saber que minha filha estará com alguém que também considero como filha? - ele ergue as sobrancelhas.

- Você não acha que eu estou me aproveitando dela?

- Se você não a amasse, sim, eu acharia. Mas se existe alguém que possa amar Alyssa mais do que eu, essa pessoa é você.

Assinto. Ele me dá dois tapinhas nos ombros e volta para detrás da mesa.

- Eu só tenho uma condição para aceitar esse namoro.

Claro, estava tudo muito bem demais.

- Qual?

- Como você mesma disse, não vai ser bom continuar mentindo para Alyssa. Por isso eu te liberarei da sua função, mas só se você contar toda a verdade para ela. - em seu rosto ele ainda mantém o sorriso, sua expressão é tão serena que me pergunto se ele realmente propôs o que acabei de ouvir.

- Eu não posso fazer isso, você me ouviu quando eu disse que ela irá me odiar?

- Sim. E também ouvi quando você disse que não quer mais mentir para ela. Se você não quer mais mentir, então isso não deveria se encaixar também?

Sim. Não. Sim. Droga, ele tem razão.

- Se você contar pra ela e ela te perdoar, então terão minha benção até se decidirem se casar. Mas se você não contar, então eu contarei. A não ser que você decida continuar apenas com seu trabalho e desista dessa relação.

- Por que está me obrigando a fazer isso?

- Não estou te obrigando, Emma. Estou te dando duas opções. - ele volta a se sentar. - Agora vá atrás da minha filha e traga ela para casa em segurança, você mais do que ninguém deveria a ter impedido, sabe que não se deve confiar em James.

Aceno devagar, ainda com suas palavras rodando em minha cabeça.

- Aqui. - ele me chama. Estende sua pistola e me entrega. - Só por precaução.

Saio de seu escritório com muita raiva. Ele sempre faz tudo de um jeito para me manipular. Está tão acostumado a me ter fazendo tudo o que ele manda, que até nessas situações ele precisa impor condições para se sentir no controle.

Guardo a pistola na cintura, entro no carro e procuro em meu celular a localização de Alyssa. Sim, seu celular tem um rastreador que me permite saber sua localização através do meu. Todo cuidado sempre foi pouco em relação a ela, não sei nem o que me deu na cabeça de permitir que ela fosse com James sem nenhum proteção.

Saio com o carro seguindo seu endereço. Não está muito longe, quinze minutos depois já estou no bairro onde deve ser a tal festa. Olho mais uma vez para meu telefone e percebo que ela está se movendo.

Estranho. Porque ela está indo em direção a uma rua que não há saída?

Piso fundo no acelerador. Meu coração acelerado com o pensamento de ela está em perigo. Por qual outro motivo ela estaria indo pra lá? Piso mais fundo e quando me aproximo da rua viro o carro com tudo, fazendo um alto barulho do pneu queimando no asfalto. Freio o carro, já de frente para o beco e saio rapidamente sacando a pistola e apontando para frente, pronta para matar qualquer pessoa que estivesse perto dela.