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onde eles estão na escola


FLORA MARTINS ORTIZ



— Não creio, Flora! — Vega praticamente grita — ele fez isso mesmo?!

— Vega, você precisa se acalmar — tentei apontar com os olhos que o assunto estava a nossa frente e qualquer palavra solta ele ia descobrir que estávamos falando dele — não foi nada demais, apenas conversamos — olho para Hector jogando bola com os meninos da escola e percebo que me dá um olhar de relance também.

— Garota? Eu namoro Marc a quase um ano e conheço os dois desde que usávamos fraldas! E acredite em mim quando digo que ele nunca fez algo igual a isso, mas nem chegou perto! — ela arregala os olhos ainda mais quando diz cada palavra e posso jurar que a qualquer momento seu globo ocular vai saltar para fora — tudo bem que eu pedi para falarem com você, mas parecia que os dois nem estavam prestando atenção!

— Ve! Respira fundo! — digo e ela faz — isso! Agora escuta: ele me ajudou, brincamos um com o outro, apostamos, e nos conhecemos, só isso! Não é como se fôssemos casar e ter filhos!

— Quem vai casar e ter filhos? — ouço a voz do assunto atrás de mim e me viro abruptamente sentindo minha pressão cair, mas me recupero rapidamente.

— Ninguém! — eu e Vega respondemos rápido até demais e Hector resmungou não parecendo muito satisfeito com a resposta.

— Flor, me empresta sua garrafa? — ele pede e lhe entrego o objeto — posso beber? — assinto e percebo que ele está suando um pouco e tenta controlar a respiração — valeu — me devolve e acena assim que vai descendo as arquibancadas.

— Desde quando ele te chama de Flor? — Vega chama minha atenção e seu tom de voz agora estava mais controlado, graças a Deus.

— Desde que soube meu nome — dei de ombros e nem deixei ela falar outra coisa — tá chega, vou jogar vôlei lá na quadra — aviso e me levanto saindo — ah e se o Hector quiser mais água pode avisa-lo que estou lá — completo e agora sim me dirijo até a quadra, encontrando algumas meninas separando time — Oi! Posso jogar?

— Claro! Qual teu nome? — uma morena pergunta.

— Flora, e o de vocês? — a mesma me responde e acaba apresentando as outras também, quando os times estão certinhos nos posicionamos e começamos a jogar.

No começo foi um pouco parado e complicado de pegar o ritmo e a harmonia da jogada, mas deu tudo certo. Elas atacavam super bem, sacavam certinho e sabiam fazer o rodízio 5x1.

Resolvemos parar no final do primeiro set e fomos beber água, as meninas foram para os bebedouros e eu fui até as arquibancadas onde havia deixado minha garrafa.

O mais estranho foi que não achei onde havia deixado ela. Olhei meu celular e ainda faltavam 30 minutos para o intervalo acabar, acho que nunca vou me acostumar com a uma hora inteira de intervalo.

— Flor! — ouvi a voz de Hector se aproximando e me virei o vendo andar até mim com minha garrafa em mãos — eu enchi pra você — me entrega e bebo metade da água — que isso, morena, joga bem! — disse se referindo ao jogo e sorri envergonhada enquanto ele roubava mais uma vez minha garrafa e bebia o líquido dentro.

— Ah, foi só um jogo de escola — eu falei em tom de brincadeira.

— Se joga assim na escola deve ser um monstro em quadra então! — sorriu de lado e tampou minha garrafa — eu vou encher mais e volto pra ver você jogar, Vega e Marc já tão vindo aí também — falou e o agradeci logo vendo Hector seguir para o bebedouro.

¡PERFECT! Hector FortOnde histórias criam vida. Descubra agora