Após duas horas e meia de voo, cheguei no prédio onde ele está. Na verdade, no hotel em que ele está hospedado e pelo que Marco estava investigando, ele está aqui apenas para se divertir, porque não é viagem a trabalho. Eu sei bem qual o andar e o quarto que ele está! Então eu vou direto para o elevador e aperto o botão do saguão, as portas se abrem, então aperto o botão do andar, as portas se fecham.
Marco está ao meu lado, tiro o meu terno e ele estende o braço para pegá-lo.
— Não interfira.
— Sim, senhor. — Ele diz, desabotoou a manga da minha camisa e a dobro até o antebraço, abro alguns botões da camisa, logo após tirar a minha gravata, a dobro e guardo em meu bolso.
— Você entregou a chave para o porteiro?
— Não, senhor, eu iria fazer isso assim que voltássemos.
— Então faça! Se ela estivesse aqui comigo agora, iria fazer aquele infeliz as engolir.
As portas se abrem e estamos na cobertura, andamos pelo corredor até a última porta, então eu aperto a campainha e começo a esmurrar a porta. Logo ela se abre e uma mulher aparece apenas de robe, então entro e começo a procurar ele pelo local, vou direto para o quarto e o vejo deitado na cama, com os braços atrás da cabeça.
Assim que ele me vê, se senta rapidamente.
— Mano! — Caminho até ele a passos largos e lhe dou um soco, o fazendo cair em cima da cama.
Ele se levanta tão rapidamente, ficando do outro lado da cama me olhando com os olhos arregalados, com a mão no queixo.
— Você é um canalha Zadock! Como você pode fazer isso com a Ava? Como você pode ser assim, tão sem caráter!
— Mano, para com isso, ela nem está aqui para ver.
— Cala a sua boca! Então é isso que você fazia quando dizia a ela que estava indo viajar a trabalho? É isso que você faz quando viaja?
— Eu sou homem e você me entende!
— Isso não tem nada a ver com ser homem, isso é canalhice e falta de caráter! A Ava não merece nada disso. Além de que ela sabe de tudo!
— Como assim?
— Você é um ser desprezível, mesmo Zadock! A sua noiva te pegou na cama com outra a alguns dias atrás... a Leila para ser mais exato. — Assim que falo, seus olhos se arregalam.
— Como assim?
— A avó dela teve que colocar um marca-passo, conseguimos a transferência dela para um hospital renomado em Viana e ela foi te ver, já que a avó estava em cirurgia. Ela queria o seu apoio, ela estava precisando do noivo canalha dela! Mas o que você estava fazendo? Se enfiando em um rabo de saia! — Digo me aproximando e ele se afasta.
— Eu não sabia, eu...
— Cala a sua boca e me ouve, mas me escute muito bem! Se você se aproximar da Ava, ligar para ela ou qualquer outra coisa, eu não respondo por mim. Eu sou seu irmão, mas não estou aqui para passar a mão em sua cabeça. Te quero longe dela, agora ela está onde eu posso a proteger e farei de tudo para isso — viro as minhas costas para sair do quarto e a mulher está parada olhando para nós com os olhos arregalados. — Outra coisa, Zadock — digo sem me virar, para olhá-lo. — Você irá contar aos nossos pais que seu casamento não irá mais acontecer, devido as suas viagens e o que você faz nelas. Conte a eles que você a traiu, mesmo ela não merecendo e mais uma vez te aviso, se você se aproximar dela não vou ter consideração, irei deixar de ser o seu irmão e serei o seu pior pesadelo.
Digo e saio do quarto, indo em direção à porta, porém paro quando o ouço me chamar.
— Ravi, ela continua no apartamento? — Fecho os meus punhos os apertando com força e me viro.
— Ele é todinho seu para levar qualquer vagabunda que quiser, não estou nem aí para o que irá fazer. As chaves estarão com o porteiro do prédio, você... — aponto para ele, estou com tanta raiva, como nunca senti em toda a minha vida e todo o meu autocontrole se foi. — Me decepcionou a um ponto, que eu realmente não esperava isso de você.
— E queria que eu fizesse o quê? Ela ficava me negando algo que eu tenho todo o direito... — não sei como, mas o estou socando novamente, ouço gritos, porém não sei de quem são e me sinto ser arrancado de cima dele, que está no chão.
Ele tenta se levanta e não consegue, a mulher aparece ao seu lado tentando ajudá-lo a se levantar, mas ele recusa a sua ajuda puxando seu braço, se apoiando no braço do sofá e se levantando. Agora percebo que é Marco que está me segurando, olho para ele que me solta, arrumo minha camisa e Zadock passa a mão em sua boca que está sangrando. Ele me olha sorrindo.
— Eu soube desde o começo, eu vi desde aquele dia.
— Do que está falando? — Olho para ele sem entender nada! Ou ele quer apanhar mais?
— Você é burro ou finge não ver irmão... essa mulher te transforma. — Fico sem entender o que ele diz e assim que vou me aproximar a mulher grita.
— Vão embora daqui, se não forem, irei chamar os seguranças do hotel e a polícia! — Olho para Zadock que sorri, mas eu queria muito tirar esse sorrisinho da cara dele.
— Volte para Viena e assuma os seus erros, seja homem nem que, seja apenas uma vez na vida! — Me viro, indo até a porta e a abro saindo por ela, caminho até o elevador e as portas se abrem assim que aperto o botão, entro ficando em total silêncio com Marco ao meu lado.
Meu coração está acelerado, o escuto em meus ouvidos e o que ele disse não sai da minha cabeça...
— Merda!
— Senhor?
— Aquele idiota sabia desde o começo! — Digo dando um soco na parede do elevador, percebendo que agora tudo fazia sentido. — Como não percebi isso antes...
— Senhor?
— Não iremos voltar para Viena, eu preciso pensar.
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CASADA COM O MEU EX-CUNHADO.
Lãng mạnÀs vezes nos pegamos apaixonadas quando menos esperamos, no meu caso isso aconteceu repentinamente. Eu estava no museu para uma entrevista de trabalho, me sentia apreensiva, contudo, aquele dia foi o melhor da minha vida. O que eu posso dizer... con...