∞•••••💗Capítulo 7💗•••••∞

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À medida que atravessamos as ruas, passamos por parques bem cuidados nos quais as árvores parecem dançar suavemente com a brisa noturna

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À medida que atravessamos as ruas, passamos por parques bem cuidados nos quais as árvores parecem dançar suavemente com a brisa noturna. As folhas balançam delicadamente, criando uma sinfonia silenciosa que preenche meus ouvidos, tentando afastar da mente o fiasco da noite. Os jardins estão envoltos em sombras, mas ainda consigo vislumbrar a beleza de suas flores exuberantes, que parecem brilhar suavemente à luz dos postes de iluminação.

— Ava, você não vai mesmo me contar o que aconteceu depois que saí? — Ele diz, e eu continuo olhando para a janela. Não desejo revelar o que ouvi e, menos ainda, começar a chorar novamente.

Nos aproximamos do rio Danúbio, avisto suas águas calmas e serenas refletindo as luzes da cidade. A ponte que cruza o rio, majestosa e imponente, parece conectar dois mundos distintos. As luzes da cidade refletem-se nas águas escuras, criando um espetáculo de cores que dançam ao ritmo dos meus pensamentos. Ravi encosta o carro, solta o cinto de segurança e vira-se para mim, segurando minha mão.

— Você não vai mesmo me contar?

— Esquece, Leila estava embriagada e falou coisas demais.

— Sou seu melhor amigo, não escondemos nada um do outro. Me conta, o que ela disse para te deixar nesse estado? — Suspiro e olho para fora da janela, esboçando um sorriso que não transmite sinceridade.

— Você já sabe, não é? Alécio te contou? — Olho para ele, que mantém seu olhar imparcial. — De que adianta eu contar? Você já sabe!

— Ava, não importa o que me digam, eu quero ouvir de você, saber a verdade por meio de você. Acreditarei no que você me disser, não no que me falaram. — Observo a sua mão e, em seguida, olho para ele, que oferece um sorriso acolhedor. Nele, sei que posso confiar minha vida, se preciso for.

— Está bem, ela disse... — Conto tudo a ele e, no final, ele começa a rir.

Fico olhando para ele, sem entender nada.

— Essas coisas me divertem!

— Isso é sério?

— Avinha, existem vários modos de uma pessoa invejosa e maldosa agir. Uma delas é a forma de como a sua "amiga" — diz, fazendo aspas com as mãos. — Ela quer estar no seu lugar e ter tudo o que você tem. Então, como não consegue, se frustra por isso, ela age assim.

— Eu nunca havia olhado dessa forma.

— Também acredito que seja um pouco de ciúmes.

— Ciúmes?

— Sim, por se conhecerem desde a infância, criaram uma amizade. Por isso, ela tem ciúmes de você em relação a mim, porque a nossa amizade nasceu em um momento único e somos inseparáveis. — Ele sorri, ligando o carro, e voltamos a taxiar pelas ruas. Olho pela janela, admirando a paisagem.

Enquanto o carro segue em frente, passamos por cafés e restaurantes, onde as mesas ao ar livre estão ocupadas por pessoas animadas, desfrutando de boa comida, bebida e companhia. O aroma do café recém-torrado e dos doces deliciosos pairam no ar, despertando meus sentidos e me fazendo desejar que o tempo desacelere. À medida que nos distanciamos do centro, a cidade se transforma gradualmente em bairros residenciais tranquilos. As ruas se tornam mais calmas e os edifícios exibem uma arquitetura mais modesta. As janelas iluminadas revelam lares aconchegantes, onde famílias se reúnem e compartilham momentos preciosos. Suspiro e, pela primeira vez, revelo o que tanto guardo para mim, mesmo sabendo da verdade. Engano-me com as minhas próprias mentiras.

— Não foi ele que te pediu, né?

— O quê? — Ele pergunta, e o olho. Ele me encara por alguns segundos e depois volta sua atenção para a estrada.

— Zadock não pediu para você me acompanhar. Tenho certeza de que ouviu a minha conversa com ele e também se lembrou de que eu havia dito que meu carro estaria no mecânico — digo, e ele não me olha. — Eu sabia! — Acrescento, voltando a olhar pela janela.

— Eu só quero te ver feliz, que você se divirta sem se prender, enquanto a outra pessoa não pode.

— Quando você pediu licença na mesa, foi para falar com ele? — Ravi fecha a cara e aperta o volante com força, mas não me encara. — Nem precisa dizer, a sua expressão já entregou tudo!

— Aquele pirralho está testando a minha paciência. — Não digo nada e volto minha atenção para a janela.

Enquanto continuamos nosso trajeto, o ambiente se torna mais sereno e pacífico. A ausência do burburinho da cidade me permite apreciar os detalhes sutis da paisagem noturna de Viena, enquanto meus pensamentos permanecem inquietos. O céu estrelado se revela acima de mim, com inúmeras estrelas brilhantes pontilhando-o, como se estivessem sorrindo para a cidade que se despede.

À medida que nos aproximamos do meu destino, contemplo a beleza da paisagem vienense, agora imersa na quietude da noite. Sinto uma mistura de gratidão, nostalgia, mas também raiva, tristeza e uma vontade enorme de chorar. Paramos em frente ao meu prédio, desprendo o cinto de segurança, e Ravi faz o mesmo antes de sair do carro. Virando-me, estico o braço para pegar meu casaco e minha bolsa, enquanto ele abre a porta para que eu possa sair.

— Obrigada, Ravi, e até terça-feira. — Digo, dirigindo-me à porta do prédio.

— Que horas você vai para Hallstatt amanhã?

— Planejo sair cedo, pois irei de trem.

— Ok, descanse bem e não fique tão triste. — Ele diz, se aproximando para me abraçar. Depois se afasta, sorrindo.

— Pode deixar, e mais uma vez, obrigada. — Respondo, caminhando em direção ao prédio. Vou até o elevador, que abre as portas enquanto algumas pessoas saem. Cumprimento-as e entro, apertando o botão do meu andar.

As portas se fecham, e ele sobe. Suspiro, sentindo um peso no peito. Ele chega ao meu andar, e as portas se abrem. Saio do elevador e caminho até o meu apartamento, que fica no final do corredor. Com as mãos trêmulas, procuro a chave dentro da minha bolsa e, finalmente, a encontro. Abro a porta, adentrando o espaço silencioso.

Meus olhos percorrem o apartamento vazio, e uma sensação de solidão profunda me envolve. O ambiente reflete exatamente como me sinto: frio e solitário. Cada canto parece ecoar a ausência de presença humana, as paredes parecem sussurrar a falta de calor e companhia. É um vazio que preenche o ar, deixando meu coração pesado e melancólico.

Respiro fundo, tentando afastar a tristeza que ameaça me consumir. Aconchego-me no silêncio do espaço, sabendo haver momentos em que a solidão se torna uma companheira indesejada. Mas, mesmo nesses momentos, é preciso encontrar forças para seguir em frente, buscando a luz e a esperança que existem além dessa escuridão momentânea. Com um suspiro resignado, deixo-me envolver pelo ambiente vazio, encontrando resiliência em meu interior. Afinal, mesmo sozinha, há uma força infinita capaz de superar a solidão e trazer calor aos dias frios.

CASADA COM O MEU EX-CUNHADO.Onde histórias criam vida. Descubra agora