∞•••••💗Capítulo 115💗•••••∞

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Ouço um barulho ao longe, abafado, mas insistente

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Ouço um barulho ao longe, abafado, mas insistente. Marco se mexe ao meu lado, remexendo-se no colchão, e, meio adormecido, me puxa para mais perto, envolvendo-me com seu braço forte. A sensação de segurança que sempre encontro em seu abraço, porém, não é suficiente para abafar o som que parece estar cada vez mais alto. Marco solta um pequeno suspiro e me afrouxa, virando-se para o outro lado. O som, agora, está mais claro: o toque do meu celular vibra na mesinha de cabeceira. Tato o aparelho com os dedos trêmulos, mal olho para o visor, o sono ainda pesando em meus olhos.

- Alô... - minha voz sai hesitante, como um sussurro.

- Filha... - A voz do outro lado é inconfundível. O tom grave e sereno do meu pai, mas há algo errado. Meu coração se aperta imediatamente.

- Papai? - De repente estou completamente acordada, o peso da ansiedade me empurra para fora da cama. - O que aconteceu? Está tudo bem?

- Acho que você vai precisar voltar da sua viagem mais cedo. - Aquelas palavras são o suficiente para fazer meu coração disparar, minhas mãos começam a tremer. Sinto Marco se mexer rapidamente ao meu lado, já despertando com o tom da minha voz.

- Papai, o que houve? - Minha voz falha, engasgada pela crescente preocupação. Marco, ao perceber minha angústia, já está de pé ao meu lado, com os olhos alarmados.

- Não é nada demais, filha, só...

- Papai, por favor, me diga! - O desespero transborda em minhas palavras. - Cadê a mamãe? Cadê a minha irmã? O senhor está bem? Elas estão bem? Alguém está sentindo alguma coisa? Você está doente?

Marco estende a mão, um gesto calmo em contraste com minha agitação. - Amor, deixa eu falar com ele. - Entrego o celular para Marco, minha mente uma névoa de medo, esperando ouvir algo terrível.

Me sento na cama, minhas pernas trêmulas demais para me manter de pé. Observo enquanto Marco fala com meu pai, o rosto dele ficando sério a cada palavra. O silêncio dele é como uma tortura, e meu desespero cresce.

- Não se preocupe, estamos voltando hoje mesmo - ele diz após um longo silêncio, sua voz firme. - Estaremos aí em algumas horas. - Desliga o telefone, e ao se aproximar de mim, o rosto dele está sombrio, mas, ao mesmo tempo, tentando me oferecer conforto.

- O que aconteceu, Marco? O que tem de errado? - Minha voz é um fio, mal saindo.

- Sua mãe está precisando de você... - Ele hesita por um momento, como se buscasse as palavras certas para não me alarmar mais. - Ela está no hospital.

- Mas o que ela tem? Ela está mal? - Minha respiração está rápida, e meu peito parece apertado com a antecipação do que ele dirá.

- Amor, não temos muito tempo para perguntas agora. - Ele pega minhas mãos entre as dele, os olhos cheios de carinho. - A única coisa que importa é que você esteja ao lado dela. Vamos nos arrumar e sair o mais rápido possível. Prometo que vamos chegar lá em breve, ok?

Faço um gesto afirmativo com a cabeça, as lágrimas já escorrendo sem que eu perceba. Marco limpa uma delas com o polegar, seus olhos firmes nos meus, transmitindo toda a calma que ele consegue.

- Vou ligar para Alec nos buscar, se arrume com calma - ele diz suavemente. - Eu vou preparar nossas coisas. Quando você estiver pronta, me ajuda, certo?

Respiro fundo, tentando conter a onda de pânico que sobe pelo meu peito. - Sim... ok... - Murmuro antes de ir ao banheiro.

Dentro do chuveiro, a água morna escorre pelo meu corpo, mas a sensação de confusão e desespero continua crescendo. Como conseguimos passar de um momento de pura felicidade, nossa lua de mel tão sonhada, para uma situação tão incerta em questão de minutos? O medo, a ansiedade e a tristeza se misturam, formando um nó apertado em meu peito.

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Deixamos nossa lua de mel para trás. Cada quilômetro que nos afasta do paraíso e nos aproxima de casa aumenta a sensação de medo e incerteza. Sentada no carro, ao lado de Marco, não consigo evitar os pensamentos sombrios que se repetem em minha mente. E se for tarde demais? E se eu não conseguir vê-la mais uma vez?

O tempo parece se arrastar, as horas na estrada parecem intermináveis. Cada parada, cada sinal de trânsito, tudo parece uma barreira entre mim e minha mãe. Minha respiração fica curta, o ar rarefeito pela ansiedade.

Finalmente, quando chegamos ao hospital, saio do carro antes mesmo de Marco estacionar completamente. Corro em direção à recepção, meu coração batendo tão forte que parece ecoar nos corredores. Lágrimas começam a descer pelo meu rosto antes mesmo de eu conseguir pronunciar uma palavra.

- Por favor... minha mãe... onde ela está? - Minhas palavras saem em soluços, quase inaudíveis.

Marco aparece logo atrás de mim, tentando manter a calma, e rapidamente explica à recepcionista quem somos. Ela nos direciona para a sala de espera, e saio correndo pelos corredores, os saltos ecoando no piso frio, até avistar meu pai sentado, cabisbaixo, com o rosto pálido e envelhecido pela dor.

- Papai... - Minha voz sai em um sussurro enquanto corro em sua direção. Ele levanta o olhar, e em seus olhos vejo um homem que perdeu parte de sua alma. Eu o abraço apertado, deixando as lágrimas caírem livremente agora. Ele me segura forte, como se apenas naquele abraço pudesse encontrar algum consolo.

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Quando finalmente entro no quarto, minha mãe está lá, frágil, mas seu olhar ainda é cheio de amor e dedicação. Suas mãos, antes tão firmes, agora tremem levemente, mas ela sorri ao me ver.

- Mamãe... - Minha voz falha, a emoção me sufocando. - Estou aqui, eu voltei.

Ela tenta falar, mas suas palavras são fracas, quase inaudíveis. Ainda assim, o amor entre nós, não precisa de palavras. Sente-me ao seu lado, segurando sua mão trêmula, enquanto ela fecha os olhos, parecendo em paz.

Ficamos assim, em silêncio, por alguns momentos preciosos. Ela abre os olhos de novo, e há algo neles que me diz que está se despedindo. Tento segurar as lágrimas, mas é impossível. Ela dá um último suspiro profundo, e o brilho em seus olhos se apaga lentamente. O momento é devastador, e sinto meu coração se partir em mil pedaços.

Me levanto parando olhando para ela.

- Mamãe... por favor... mamãe! - A balanço, mas é inútil.

Caio de joelhos ao lado da cama, abraçando-a uma última vez, deixando que meu luto transborde. As lágrimas parecem infinitas, enquanto o vazio dentro de mim cresce.

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Saio do quarto com o coração pesado, sabendo que nada será o mesmo, mas prometendo a mim mesma que honrarei sua memória e carregarei seu amor comigo para sempre.

CASADA COM O MEU EX-CUNHADO.Onde histórias criam vida. Descubra agora