As correntes apertam meus pulsos e tornozelos, o metal frio mordendo minha pele enquanto me mantém presa à cama de ferro enferrujado. O ar úmido e pesado do quarto mal iluminado sufoca meus pulmões, mas o que realmente me tortura não são as correntes ou o ambiente opressivo. É o vazio. A dor esmagadora que Zadock plantou em mim quando revelou o que fez. Cada vez que tento me mover, sinto o metal afundar em minha pele, mas nada disso se compara ao desespero que cresce dentro de mim.
Estou aqui, cativa, tentando respirar, tentando manter a sanidade enquanto cada palavra dele ecoa incessantemente em minha mente. O cheiro de mofo e umidade invade minhas narinas, uma lembrança constante do meu confinamento.
"Aquele bastardo chorão nem ao menos fez barulho ao levar um tiro no peito."
A frieza em sua voz, o prazer sádico com que ele contou a história... Parece uma faca cravada no meu peito, girando a cada vez que eu respiro. Está envenenando a minha alma, corroendo o que restou de mim. Meu corpo treme involuntariamente enquanto as lágrimas correm pelo meu rosto. Tento desesperadamente me livrar das correntes, me contorcendo na cama, o ranger do metal ecoando nas paredes de concreto frio.
Ele matou o meu filho. Meu bebê. Essa frase não para de se repetir dentro de mim, e quanto mais tento afastá-la, mais ela me destrói. Revivo a cena repetidamente desde o momento em que ele deixou o quarto, com aquele sorriso em seus lábios, a risada fria e sem alma, como se estivesse relembrando um bom momento. Ele saboreava a dor que me causava. Contou cada detalhe, se deleitando com o meu desespero.
Eu sinto o desespero me dominar, o pânico que se infiltra em minhas veias como veneno. Meus gritos ecoam pelo ambiente, reverberando nas paredes nuas, mas apenas o silêncio me responde. Estou sozinha, acorrentada, vulnerável. Não há ninguém aqui para testemunhar minha dor, para compartilhar o peso desse fardo insuportável.
— Você não fez isso.
Minha voz falha enquanto repito essas palavras para o teto vazio, numa tentativa inútil de negar o que ouvi. Elas ecoam no silêncio, tão impotentes quanto eu. Lembro do momento em que gritei isso para ele, minha alma ainda tentando se agarrar à esperança de que tudo não passava de uma mentira, de que, de alguma forma, meu filho ainda estivesse vivo. Eu gritei, chorei, implorei por uma explicação, por piedade, mas ele apenas riu. Uma risada que gela meu sangue e me enche de ódio.
Eu o odeio com todas as minhas forças.
— Você não fez isso! — As palavras saem com raiva agora, o grito solitário ecoando pelas paredes frias do quarto. Mas ele já se foi. Não há ninguém para ouvir minha dor, minha ira. Mesmo assim, esse ódio é o que me mantém firme. Ele pensa que me quebrou, que me destruiu completamente, mas estou viva. Ainda estou aqui. Eu vou sobreviver.
Preciso sobreviver.
Minha respiração está pesada, cada inspiração parece um esforço colossal. Fecho os olhos por um momento, tentando conter a onda de angústia que ameaça me afogar. O tempo está contra mim, a escuridão dentro do meu coração aumenta a cada segundo que passo nesta prisão. Mas então, como um raio de esperança em meio à escuridão, Ravi toma forma nos meus pensamentos. A imagem do seu rosto, da sua força, de sua determinação me invade e me dá a coragem que preciso para não ceder à loucura.
Ele virá... Ele tem que vir.
Ravi enfrentará qualquer coisa para me encontrar, eu sei disso. Não importa o que Zadock tenha planejado, não importa o quão desesperadora seja minha situação, meu amor por Ravi e o desejo de estar com ele novamente é maior. Quero voltar para nossa filha, para nossa vida. Esse amor é mais forte do que qualquer crueldade que Zadock possa ter lançado contra mim.
A lembrança do sorriso de Ravi, da maneira como ele me abraça nos momentos de dificuldade, me aquece, mesmo aqui, no fundo deste quarto sombrio. Ravi é a minha âncora. Eu o vejo em minha mente, superando tudo, lutando para me encontrar. Ele não vai parar até me resgatar. Sei que ele está a caminho neste exato momento, superando obstáculos, desafiando o perigo, tudo para me salvar.
Eu me recuso a perder a esperança. Preciso me manter forte para quando ele chegar. Sei que a dor vai além do que estou sentindo agora, mas eu resistirei. Por ele. Por nós. E pelo nosso filho, cuja memória será vingada. Não deixarei Zadock escapar impune.
∞•••••💗•••••∞
As horas se arrastam, cada minuto uma eternidade de dor e raiva. Meus pensamentos oscilam entre o desespero e a determinação, enquanto o quarto ao meu redor permanece imutável, indiferente ao meu tormento. A luz fraca que se infiltra pela pequena janela gradeada muda lentamente, marcando a passagem do tempo que parece infinito.
O tempo se arrasta como passos de tartaruga. Tento focar em Ravi, na sua coragem, no fato de que ele nunca me abandonaria. A esperança é a única coisa que me resta. O que mais posso fazer além de esperar e lutar para manter minha mente intacta? O silêncio é opressor, o vazio ao meu redor parece tentar engolir o que resta da minha vontade, mas não vou ceder. Não posso.
Enquanto estou aqui, cativa, privada da minha liberdade, faço um juramento. Quando eu sair deste lugar, quando Ravi me encontrar, vou garantir que Zadock pague por cada crime que cometeu. Ele não sairá impune por ter tirado a vida do meu filho. Vou lutar por justiça, não importa o que custe. E farei tudo ao meu alcance para garantir que ele enfrente as consequências de suas ações cruéis.
Fecho os olhos novamente e tento me lembrar de momentos de felicidade. Penso no rosto sorridente de nossa filha, no som da risada de Ravi ao brincarem juntos no jardim. Essas lembranças, apesar de dolorosas agora, são tudo o que me mantém inteira. Eu preciso voltar para eles. Não só por mim, mas por nossa família. O que eu vivi com eles é real, e isso é algo que Zadock jamais poderá destruir. Não importa o que ele faça, não importa o quão fundo ele tente me enterrar na escuridão, o amor que sinto por minha família é uma luz que nunca se apagará.
A dor da perda do meu bebê é insuportável, mas também me fortalece. Nada pode trazê-lo de volta, mas posso lutar por justiça. Posso lutar para que ninguém mais sofra nas mãos de Zadock. Meu ódio por ele queima como uma chama incessante, me impedindo de cair na escuridão. Não vou permitir que ele me destrua completamente.
Seus dias de impunidade estão contados.
Eu prometo a mim mesma que, quando Ravi me encontrar, faremos Zadock pagar. Ele nunca entenderá a profundidade do que tirou de mim. Mas ele sentirá, da pior maneira possível, o que é ser destruído. Eu serei a última coisa que ele verá antes de finalmente enfrentar o inferno que ele tanto merece.
Enquanto luto contra o desespero, vislumbro um futuro além desta prisão. Imagino-me abraçando nossa filha novamente, sentindo seu calor, ouvindo sua risada. Sonho com noites tranquilas ao lado de Ravi, planejando uma vida longe das sombras de Zadock. Talvez possamos nos mudar para longe, recomeçar em um lugar onde as memórias dolorosas não nos assombrem a cada esquina. Esses sonhos, por mais distantes que pareçam agora, são âncoras que me mantêm conectada à esperança.
Eu respiro fundo mais uma vez, com dificuldade, mas com propósito. O ar úmido enche meus pulmões, lembrando-me de que ainda estou viva, ainda estou lutando. Eu vou sobreviver. Ravi está vindo... Ele sempre vem!
E quando ele chegar, nós traremos o fim de Zadock juntos. Esta promessa, esta certeza, é o que me mantém sã enquanto as horas se arrastam neste inferno que ele criou.
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CASADA COM O MEU EX-CUNHADO.
RomansÀs vezes nos pegamos apaixonadas quando menos esperamos, no meu caso isso aconteceu repentinamente. Eu estava no museu para uma entrevista de trabalho, me sentia apreensiva, contudo, aquele dia foi o melhor da minha vida. O que eu posso dizer... con...