Às vezes nos pegamos apaixonadas quando menos esperamos, no meu caso isso aconteceu repentinamente.
Eu estava no museu para uma entrevista de trabalho, me sentia apreensiva, contudo, aquele dia foi o melhor da minha vida.
O que eu posso dizer... con...
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O caminho até o escritório de Ava parece mais longo do que o normal naquela manhã. Meu pensamento está cheio de dúvidas, tentando antecipar a conversa que teremos. Richard me procura em busca de um emprego e, embora eu esteja disposto a lhe dar uma chance, sei que isso será motivo de tensão entre Ava e mim. Ela sempre é muito protetora com nossa família, principalmente depois de tudo o que passamos com Jessyka. Agora, estou trazendo o irmão dela de volta para nossas vidas, algo que, com certeza, não será bem-visto por Ava.
Chego à sala onde Ava trabalha, um ambiente moderno que contrasta com o ambiente mais histórico e clássico do museu. Tento manter a calma, mas sinto o peso da decisão que tomei. Claro que eu disse que falaria com a diretora, que é ela. Eu poderia tomar a decisão sozinho, mas não quero fazer nada sem conversar com ela, já que ela me ajuda em muitas coisas e me ampara.
Suspiro, bato na porta e entro. Ava está sentada à sua mesa, com papéis espalhados à sua frente, mas seu rosto relaxado indica que ela está tendo um momento mais tranquilo.
— Oi, amor — digo, sorrindo ao vê-la.
— O que te traz aqui tão cedo? Não é comum você vir até o meu escritório nesta hora da manhã?
— Não gostou da minha surpresa?
— Quem? — Ela olha para os lados e depois aponta para si. — Eu? Imagina! Amo quando meu marido lindo, cheiroso e gostoso vem me visitar — diz, sorrindo e se levantando.
Ela se aproxima, colocando os braços ao redor do meu pescoço, e me beija. Passo minha mão por sua cintura e esqueço o que vim fazer aqui, o que eu iria dizer, até mesmo quem sou eu. Ava se afasta e solto um suspiro, um gemido escapando dos meus lábios.
— Onde você pensa que vai? — digo, ainda de olhos fechados, e a ouço sorrir, o que me faz abri-los.
— Eu preciso trabalhar, e você também. — Sorrio.
— Mas eu amo estar nos braços da minha linda esposa.
— Eu sei, mas precisamos trabalhar porque estamos atrasados e com muitas coisas para fazer — ela respira fundo e caminha até a porta. — Você realmente veio aqui apenas para me ver? — pergunta, parada, se apoiando na mesa, de frente para sua mesa.
— Está vendo? Você me faz esquecer de tudo, até das palavras — ela sorri. — Precisamos conversar sobre algo. — Me aproximo da mesa e me sento na poltrona à sua frente; Ava se arruma na cadeira.
— Esse cargo lhe caiu muito bem.
— Para de enrolar e fala logo o que é, Vi, porque quando você faz isso é porque não sabe como começar o assunto.
Não há uma maneira fácil de abordar o assunto, mas quanto antes eu disser, melhor será. Ela me conhece melhor que ninguém.
