Lovely & Venomous - Harry Potter Fanfic

21 ♢ Volta às Aulas

━━━━━ ◇ 𝐋𝐞𝐨𝐧𝐢𝐬 ◇ ━━━━━

O VERÃO NA CASA DOS MALFOY HAVIA SIDO TÃO TERRÍVEL QUANTO NO RESTANTE DOS ANOS. Aparentemente, não havia muita coisa diferente entre eu e meu tio, ou eu e Draco. Apenas o desprezo de sempre que os dois sentiam quando sequer pensavam a meu respeito, que agora era maior. Lucius fazia questão de mencionar o tempo inteiro que eu havia "falhado" no teste do chapéu Seletor todas as vezes que me via.

Apesar disso, tia Narcissa não parecia interessada em mencionar aquele fato. Era como se, para ela, eu ser ou não um grifinório não fazia a menor diferença. Já Draco se divertia muito todas as vezes que seu pai me chamava, com um tom de nojo, é claro, de grifinóriozinho.

— Não se preocupe, Cygnus. – disse ele, com um ar de deboche. – Tenho certeza de que seus pais vão ficar muito orgulhosos de você quando souberem dessa bela novidade.

Não que eu estivesse minimamente preocupado com aquilo. Afinal, meus pais provavelmente apodreceriam em Azkaban até o fim de suas vidas. Não havia grandes possibilidades de um dia eu realmente conhecê-los. Não que eu quisesse conhecer dois assassinos, de qualquer modo.

No final das contas, nada foi muito pesado para suportar. Eu passei aquele verão exatamente como os outros: dentro do meu quarto, lendo e estudando sobre insetos. Isso, é claro, quando não estava procurando por eles juntamente com Dobby. Ele sempre tentava me animar quando eu me sentia solitário naquela casa enorme e praticamente vazia, comparando com o seu tamanho.

De qualquer modo, as férias passaram depressa e eu ficava mais ansioso a cada dia para voltarem as aulas. Era estranho não estar em Hogwarts, principalmente por eu ter que aturar tudo o que acontecia em casa. E, finalmente, o dia de comprar os nossos materiais chegou. Desta vez, ao invés de Draco e eu irmos sozinhos para o Beco Diagonal, tio Lucius disse que iria nos levar.

O que realmente estranhei foi quando, antes de irmos até a Floreios e Borrões, ele nos levou consigo até uma loja estranha chamada Borgin and Burkes. Descemos então da carruagem e Draco entrou e começou a andar pela loja, olhando em volta. Eu entrei também logo atrás dele. 

Os objetos todos eram esquisitos, combinando com a aparência terrivelmente nojenta do ambiente. Nós vagamos pelo lugar, olhando atentamente cada objeto estranho que lá tinha. Meu irmão logo percebeu uma misteriosa escultura que havia à mostra na vitrine, e logo se apressou para tocá-la, curioso como sempre foi.

— NÃO. TOQUE. EM. NADA. - escutei seu pai se zangar com ele, o batendo com sua bengala.

— Está bem, pai. - Draco disse, abaixando a cabeça.

Nós três continuamos a observar o interior da loja. De repente, o homem que aparentemente era o dono, apareceu no balcão e cumprimentou meu tio. Pelo que vi, ele carregava consigo uma caixa preta. Tio Lucius a abriu e o dono da loja começou a analisar os objetos que haviam dentro dela. Então, eles começaram a conversar sobre algo que não parecia tão interessante para mim. Apenas me separei dos dois, bisbilhotando ainda mais a loja.

— Este item em especial não está à venda...

— Entendo... - o homem disse. - Ele tem qualidades únicas, não ia querer que ele caísse em mãos erradas...

Repentinamente, Draco mudou seu foco para um armário estranho, caminhando curiosamente em sua direção. Ele o analisa com cuidado, muito interessado.

— Seu pai disse para não tocarmos em nada!

— Ah, cala essa sua boca! Aliás... O que papai não vê, papai não sente. - ele sorriu, de forma maldosa.

Como previsto, seu pai quase o acertou com a bengala ao perceber que Draco havia o desobedecido. No processo, quase perdi meu braço.