38 ♢ Câmara Secreta

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━━━━━ ◇ 𝐋𝐞𝐨𝐧𝐢𝐬 ◇ ━━━━━

– Levante-se! – disse Rony com rispidez, apontando a varinha para Lockhart.

O PROFESSOR SE LEVANTOU. Em seguida atirou-se contra Rony, derrubando-o no chão. Harry deu um salto à frente, mas tarde demais. Lockhart já se erguia, ofegante, a varinha de Rony na mão e um sorriso radioso novamente no rosto.

– A aventura termina aqui, meninos. Vou levar um pedaço dessa pele de volta à escola, dizer que cheguei tarde demais para salvar a garota e que vocês três enlouqueceram tragicamente ao verem o corpo dela mutilado, digam adeus às suas memórias!

Ele ergueu a varinha de Rony, emendada com fita adesiva, acima da cabeça e gritou:

– Obliviate!

A varinha explodiu com a força de uma pequena bomba. Harry segurou minha mão me puxando para longe do impacto. Escorregamos nas voltas da pele de cobra e por sorte escapamos do alcance dos grandes pedaços do teto do túnel que caíam com estrondo no chão. No momento seguinte, nós dois estávamos sozinhos, contemplando uma parede enorme formada pelos destroços.

– Rony! – gritou Harry.

– Você está bem? Rony! - perguntei.

– Estou aqui! – respondeu a voz abafada de Rony atrás do entulho. – Estou bem, mas esse bosta aqui não está, a varinha acertou nele...

Ouviu-se uma pancada surda e um sonoro "ai!". Parecia que Rony tinha acabado de chutar Lockhart nas canelas.

– E agora? – perguntou a voz de Rony, desesperada.

– Não podemos passar, vai levar séculos...

Olhei para o teto do túnel. Tinham aparecido nele enormes rachaduras. Harry apanhou então a varinha, possivelmente pensando em cortar as pedras. Eu o impedi.

– Não! Não faça isso!

– Por que não?

– O túnel pode desabar! Quer matar todos nós?

– Tem alguma ideia melhor, gênio?

– Sim! - eu disse com firmeza. - Só nos resta seguir sem o Lockhart e Rony.

Harry me encarou, pensando. Ele sabia que só nos restava continuar.

– Espere aí – gritou para Rony. – Espere com Lockhart. Vamos continuar... Se não voltarmos dentro de uma hora...

Houve uma pausa cheia de significação.

– Vou tentar afastar umas pedras – disse Rony, que parecia estar querendo manter a voz firme. – Para vocês poderem... poderem passar na volta. E, Harry...

– Vejo você daqui a pouco... – disse Harry, tentando injetar alguma segurança em sua voz trêmula.

Ele voltou a me encarar, e eu fiz um sinal afirmativo com a cabeça. Precisava transmitir confiança para ele. Ambos não sabíamos o que iríamos enfrentar.

E então, retomamos a caminhada para além da pele da cobra. Logo, o som distante de Rony batalhando para tirar as pedras do caminho silenciou. O túnel dava voltas e mais voltas. Cada nervo do meu corpo formigava desagradavelmente. Eu queria que o túnel terminasse logo, mas temia o que encontraríamos no final dele. E então, ao dobrarmos mais uma curva, nos deparamos com uma parede sólida que havia duas cobras entrelaçadas talhadas em pedra, s olhos engastados com duas enormes esmeraldas brilhantes.

Harry se aproximou, enquanto eu sentia a garganta seca. Não havia necessidade de fingir que essas cobras de pedra eram reais; seus olhos pareciam estranhamente vivos. Ele provavelmente adivinhou o que precisava fazer. Pigarreou e os olhos de esmeralda pareceram piscar. Ele falou algo em língua de cobra.

Lovely & Venomous - Harry Potter FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora