CAPÍTULO 8 - Iniciam os jogos

131 11 0
                                    

Lorenzo Ricc

Algumas coisas, por vezes, fogem do nosso controle. Você apenas escolhe como reagir - Eu não sou uma pessoa estoica, então quando tudo tenta escapar de minhas mãos, eu apanho outra vez com mais ferocidade. Como por exemplo, a minha última semana.

Muitas coisas aconteceram na última semana - A suposta volta de Christopher, o reaparecimento de Robert, a nova aliança com George e agora estou cada vez mais próximo de Sophia. - Pude sentir o desejo em seus olhos quando a encontrei naquela boate e sem dúvida teríamos nos beijado se não tivessem nos interrompido e foi como se eu estivesse hipnotizado por aqueles lindos olhos azuis, uma leve formigação na minha barriga e em meu peito meu coração parecia que ia explodir, foi a melhor coisa que eu já senti. Meu desejo por Sophia só cresce cada vez mais, a forma como me sinto atraido, a imagem dela na minha mente, porra, como ela estava gostosa naquele vestido. - Não que o último fato não me agrade, mas se o chefe do círculo vermelho está novamente à solta por Milão, Sophia pode correr sérios riscos estando comigo. Eu não quero que Sophia seja machucada por minha causa, e Matteo também terá que entender isso. - Ele também tem demonstrado grande interesse por ela. Isso me deixa um pouco com ...Ciúmes?.

O que estou pensando? Céus, eu não deveria estar com ciúmes, eles não tem nada...ou tem?

Matteo parece um cão sarnento, tentando acompanhar Sophia em tudo que é lugar e mostrando gentilezas desnecessárias e aquela sem juizo da Emily agora inventou de arrastar Sophia para festas e curtições. - Emily é conhecida como criadora de confusões e sempre arrastando os outros para elas. Aquela carinha de anjo dela não engana ninguém, sempre que vai para lugares assim arrasta um cara para poder se divertir - E se ela arrumar um ficante para Sophia também? - Isso significa que é uma preocupação a mais para mim.

Por que a cada dia que passa, a minha vida parece complicar ainda mais?

Eu não devia pensar tanto nas coisas, como faço, mas é inevitável.

Desperto levemente do transe, levanto do sofá, caminho até a mesa de vidro no meio da sala e deposito meu copo de whisky. Pela hora - São 3h da manhã - eu devia estar descansado para o dia cheio de trabalho amanhã, mas cansei de esperar que todos fizessem tudo por mim. Por mais que eu não goste de nada criminoso, sinto falta da adrenalina. Eu quero sentir a sensação de atirar outra vez, de poder sentir o medo das pessoas ao me verem, assim como faziam quando eu acompanhava meu pai nas suas negociações. Eu queria que existisse uma escolha melhor.

Eu não seria capaz de escolher entre o mundo sombrio lá fora e o desejo crescente por Sophia, mas se algum dia eu precisar renunciar esse sentimento para vê-la bem e segura eu jamais hesitaria. A segurança dela é a coisa mais importante para mim no momento.

Sinto meu coração apertar com esses pensamentos. Eu não quero perder mais ninguém, já perdi minha mãe naquele maldito acidente com os meus tios, meu pai envenenado, aos poucos sinto que também estou perdendo Matteo - Ele tem se distanciado demais, já não mantemos a mesma relação que tinhamos antes. Eu gostava do Matteo alegre, o primo que se tornou irmão, que sempre me acompanhava nas minhas idiotices e me ajudou a sair de muita confusão. Agora sinto como se ele fosse apenas uma sombra do seu eu passado. Ele é minha única família - e agora posso também perder a oportunidade de conhecer o amor, mas não qualquer amor, eu quero Sophia. Se o destino decidiu colocar ela no meu caminho, eu farei de tudo para que ela jamais siga outro. Passeio meu olhar pela mobília da sala de estar até encontrar o criado-mudo.

Pego um rolo de chaves da gavetinha e vou até as escadas. Com um pouco de dificuldade, subo todos os lances de escada e caminho por um corredor escuro, cada passo ressoando no meu ouvido o som do tapete amassando. Me deparo com uma grande porta no fim do corredor de cima da mansão.

Maldito DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora