CAPÍTULO 18 - Reconectados

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LORENZO RICC

Eu sei que não deveria sustentar meus sentimentos por Sophia, mas o que eu posso fazer? Depois daquele beijo, não consigo parar de pensar nela nem sequer um minuto. Ainda consigo sentir o gosto dela na minha boca, sinto suas mãos em mim, lembro de cada detalhe daquela noite. Meu Deus, isso é tão errado, mas tão bom. 

E pensar que estive aqui, bem ao lado dela. Quando a vi sair daquele jeito no hospital, eu só queria abraçá-la, dizer que tudo ia ficar bem, que ela é importante pro mundo…pro meu mundo. Me doía ver ela naquela situação, por isso vim ontem à sua casa. Mesmo sem dizer nada, eu queria mostrar pra ela que pode contar comigo, que eu sempre estarei aqui para o que ela precisasse. 

Depois de termos tomado todo aquele whisky, ela dormiu. Fiquei acordado por um bom tempo, apenas a observando, fazendo carinho e transmitindo silenciosamente todo meu amor…

Hoje eu darei a ela o melhor dia da sua vida, ou pelo menos tentar. 

— Como assim? Folga? — Ela questiona, surpresa. Não é de menos, minha prioridade sempre foi o trabalho, mas isso era antes de conhecer ela. 

— Isso mesmo. Pode se arrumar, vou te levar primeiro para tomar café num lugar que você deve gostar. 

Ainda confusa, ela acena e entra no banheiro. Enquanto isso eu aproveito pra lavar o rosto e pentear o cabelo, dormir abraçado em Sophia e isso foi uma das poucas coisas boas que aconteceu comigo ultimamente. Minha vontade é de colocar Sophia num potinho e protegê-la de todos, do mundo que existe lá fora. Eu posso proteger ela fisicamente, mas seu coração…seu coração eu não consigo proteger, não contra seu próprio pai. Lembro quando Emily disse que ele era um babaca, e pensar que eu não acreditei na ruiva. Se ele não fosse pai de Sophia e nem um velho doente, eu juro que fazia ele pagar por ferir o coração de Sophia. 

— Já estou pronta. Você tem certeza disso? Sua agenda está bem apertada e…

— Sophia, esqueça do trabalho pelo menos por hoje. Um dia de folga não mata ninguém, e nós não seremos demitidos por isso. Eu sou o chefe. 

Ela sorri, é assim que eu quero vê-la. Sempre com esse sorriso no rosto, é uma visão tão terna. 

— Você se acha, né. Tá bom então, pra onde nós vamos? 

— Primeiro: Eu não me acho. E segundo: É uma surpresa. 

Entramos no carro e então dirijo por meia hora.

— Estamos quase chegando. 

Comento, quebrando aquele silêncio. Sophia parece distante, mesmo estando aqui do meu lado. Algo a incomoda, ela parece pensativa. 

— Vamos logo, fala o que você tá pensando. — Digo por fim. 

Ela me encara, consigo desviar o olhar da estrada por um instante para devolver o olhar. 

— E aquela sua amiga? Ou melhor, namorada. 

Ouvir aquilo me fez soltar uma risada sincera. 

— Namorada? A Loren não é minha namorada, e nem nunca foi. Ela é apenas uma ex-ficante do meu tempo de faculdade, não passa disso. Mas por que a pergunta? Vi que você ficou bastante alterada quando ela apareceu. — Provoco, não quero ser insensível, mas gosto de fazer esses joguinhos com Sophia. E me parece que ela também gosta. 

— Entendi. Bom, só perguntei porque…ah, você sabe, naquela noite. Eu não queria me envolver com alguém que tivesse compromisso com outra pessoa e ela chegou daquele jeito dizendo ser sua namorada, eu só pensei nisso. 

Estamos quase chegando, vou diminuindo a velocidade. Quando estaciono, volto a olhar para Sophia. 

— A Loren é apenas uma riquinha mimada. Me procurou daquele jeito apenas porque me viu naqueles sites de notícias sobre o acordo que fiz com Campbell. Eu não sou o tipo de pessoa que se envolve com várias pessoas ao mesmo tempo. Gosto de exclusividade, e quando eu fico com alguém, eu sou apenas daquela pessoa. — Ela apenas assentiu, sem dizer nada — Agora vamos logo, chegamos onde eu queria. 

Maldito DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora